de Geraldo Maia Campos 10. O erro experimental Composição do valor numérico do dado experimental. Embora o dado experimental pareça um número simples, na verdade trata-se de uma entidade bastante complexa, onde há muita coisa embutida, que é preciso decompor e estudar, a fim de entender a sua verdadeira natureza. Por exemplo, num experimento fatorial com três fatores de variação, podemos representar cada dado numérico pela seguinte igualdade: Nessa expressão, Xi (ou igésimo X) é cada um dos dados numéricos do experimento, m (mi) é a média geral da amostra, a (alfa), b (beta) e g (gama) são as variações determinadas pelos três fatores principais de variação, as combinações a-b (alfa-beta), a-g (alfa-gama), b-g (beta-gama) e a-b-g (alfa-beta-gama) representam as variações provocadas pelas interações entre os três fatores de variação, e finalmente epsilon é a variação relativa ao erro experimental casual. A média amostral e os erros experimentais. Essa expressão demonstra que a média geral está presente em todos os dados da amostra, na qualidade de grandeza fixa, constante, ao passo que todos os demais símbolos representam grandezas variáveis. Isso quer dizer que, se não houvesse variação alguma, todas estas grandezas variáveis seriam iguais a zero e, em conseqüência, todos os dados seriam iguais à média. Desse modo, fica evidente que todas essas grandezas variáveis, por representarem diferenças em relação à média, devem ser consideradas também erros experimentais. Erros controlados. Só que as variações determinadas pelos fatores de variação e suas interações representam erros introduzidos intencionalmente no experimento, porque é exatamente as diferenças detectadas nessas variações que se deseja estudar. Por esse motivo, tais variações intencionais são chamadas de erros controlados — e são chamados controlados porque é o próprio pesquisador quem determina quais e quantos serão os fatores de variação e quais e quantos serão os elementos componentes de cada um dos fatores. Erros não-controlados, ou casuais. Todavia, além dos erros ou variações,
propositalmente introduzidos, e portanto controlados, existe também
um fator de erro não-controlado, imprevisível, que independe
da vontade do pesquisador, e que, na equação acima transcrita,
está indicado pela letra grega epsílon.
Importância do erro casual, não controlado. No entanto, apesar de sua inevitabilidade, o erro casual, não-controlável, é tremendamente importante em Estatística, porque é ele que serve como termo de comparação para julgar os demais erros, ditos controlados, que são precisamente aqueles que verdadeiramente interessam ao pesquisador, e que justificam a existência da investigação científica. Esse tema será novamente focalizado mais adiante, quando de nossas considerações sobre significância estatística. |
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