de Geraldo Maia Campos 8. A importância da curva normal Populações e amostras populacionais. A equação da curva normal de Gauss, que é uma curva matemática teórica, baseia-se em dois parâmetros — a média e o desvio-padrão — que são os elementos que definem uma determinada população, em relação a uma característica qualquer, estudada e medida em integrantes dessa população. Na verdade, porém, em Estatística, quando se usa o termo população, esta se refere mais ao conjunto de valores numéricos que serviram para estudar essa característica, do que propriamente ao conjunto de indivíduos nos quais ela foi investigada e medida. Como na maior parte das vezes é impossível estudar toda a população, essa avaliação se faz a partir de um número reduzido de elementos a ela pertencentes, e é a esses pequenos subconjuntos do universo populacional que se dá o nome de amostras. Parâmetros populacionais. Esses dois parâmetros — média e desvio-padrão — que ao mesmo tempo definem tanto a curva normal como a população de onde a amostra foi retirada, constituem portanto os elementos primordiais desse tipo de estatística denominada paramétrica, uma estatística que é assim chamada justamente por basear-se nesses dois parâmetros. O que são “parâmetros”? A pergunta acima procede, porque há quem confunda parâmetros com variáveis, imaginado terem estudado um fenômeno qualquer em relação a dois ou três parâmetros, quando na realidade o que fizeram foi estudá-lo por meio de duas ou três variáveis de alguma forma a ele relacionadas, direta ou indiretamente. Na verdade, parâmetros podem fazer parte de uma variável, porque esta pode ser representada por uma função de x, e nesse caso os parâmetros ajudariam a definir as relações de x dentro dessa função. Numa equação matemática, os parâmetros seriam representados pelos seus valores constantes, fixos, invariáveis. Por exemplo, quando se define uma reta pela sua equação matemática, diz-se que y = a + bx. Nessa expressão, os parâmetros são o a e o b, que são grandezas constantes. Todavia, são essas constantes que individualizam a linha reta por eles definida, esclarecendo em que ponto essa reta corta o eixo das ordenadas (a), e qual o seu ângulo de inclinação (b / a = tangente do ângulo de inclinação). Esses parâmetros só valem para essa reta, pois outras retas teriam a e b diferentes. Nada impede, porém, que, num determinado experimento, a amostra possa ser exatamente um conjunto de retas, com alturas e inclinações diferentes, caso em que as próprias retas, com seus parâmetros individuais, seriam a variável experimental. É o que ocorre toda vez em que o valor numérico dos dados experimentais é dado por uma equação, seja ela de natureza matemática ou física, como é o caso da pressão, dos números de dureza, etc., em que os dados precisam ser calculados, não representando portanto grandezas simples, unidimensionais, como são o comprimento, o peso, o tempo, a temperatura, etc. Assim, da mesma forma que no caso da reta, uma população qualquer, com distribuição normal, pode ser definida por dois parâmetros, que são a média e o desvio-padrão. Tanto a média como o desvio-padrão são portanto valores constantes, sendo que a média define o ponto onde a curva normal atinge o seu ponto mais elevado (máximo da distribuição), e o desvio-padrão define o lugar geométrico onde o traçado da curva normal muda de sentido, passando de côncava a convexa, ou vice-versa. Os parâmetros da curva normal. Em termos matemáticos, diríamos que a média é o ponto da curva normal onde a primeira derivada de sua equação é igual a zero, e o desvio-padrão os dois pontos de inflexão dessa mesma curva, ou seja, os lugares onde a sua segunda derivada é igual a zero. Mas estes detalhes São importantes apenas para aqueles que tenham alguma tendência para a Matemática, não sendo absolutamente necessários para quem deseja apenas tratar estatisticamente os resultados de seu trabalho de pesquisa, visando a tirar deles conclusões válidas. Propriedades da curva normal, e “probabilidade”. A curva normal, que expressa matemática e
geometricamente a distribuição normal de freqüências,
é uma curva sui generis, que apresenta umas tantas propriedades
que a tornam particularmente útil no estudo das probabilidades,
especialmente em Estatística, que afinal não é mais
do que a teoria das probabilidades aplicada às Ciências de
um modo geral, seja qual for o campo de atividade destas.
Transpondo tudo isso para o dia-a-dia da pesquisa
científica, os valores de x correspondem aos valores numéricos
dos dados experimentais, enquanto que os valores de y referem-se às
freqüências com que cada valor de x aparece no experimento;
e a curva normal seria ela própria o perfil do histograma de freqüências
de toda a amostra.
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