UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO



Rodrigo Gonçalves Ribeiro



ESTUDO DA PERMEABILIDADE DENTINÁRIA DAS PAREDES DOS CANAIS RADICULARES INSTRUMENTADOS COM DIFERENTES SOLUÇÕES IRRIGANTES, ASSOCIADAS OU NÃO À IRRADIAÇÃO DE LASER Er:YAG




Orientador: Prof. Dr. Jesus Djalma Pécora




Ribeirão Preto

2001



Resumo | Introdução | Retrospectiva da Literatura | Proposição | Material e Método

Resultados | Discussão | Conclusões | Referências Bibliográficas | Summary



RESUMO

    Avaliou-se a permeabilidade dentinária dos canais radiculares instrumentados com diferentes soluções irrigantes e associados ou não ao uso do laser de Er:YAG.
    Utilizou-se 50 dentes incisivos centrais superiores humanos de estoque. Os dentes foram divididos aleatoriamente em 10 grupos com 5 dentes cada.
    As superfícies externas dos dentes, foram impermeabilizadas com cianoacrilato (Super Bonderâ). Após a abertura coronária, os canais radiculares foram instrumentados pela técnica seriada. Utilizaram-se 10 ml da solução por canal. Os dentes do Grupo I tiveram seus canais irrigados com água destilada deionizada; os do Grupo II foram irrigados com a solução do Grupo I e irradiados com laser; os do Grupo III foram irrigados com lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1%; os do Grupo IV foram irrigados com a solução do Grupo III e irradiados com laser; os do Grupo V foram irrigados com solução de hipoclorito de sódio a 1%; os do Grupo VI foram irrigados com a solução do Grupo V e irradiados com laser; os do Grupo VII foram irrigados com solução de EDTA a 15%; os do Grupo VIII foram irrigados com a solução usada no Grupo VII e irradiados com laser; os do Grupo IX foram irrigados com ácido cítrico a 10% e, os do Grupo X foram irrigados com a solução utilizada no Grupo IX e irradiados com laser.
    O laser utilizado foi o Er:YAG - Kavo Key, com os seguintes parâmetros: freqüência - 15Hz, 300 impulsos, energia total de 42 J e 140 mJ “in put”, e 51 mJ “out put”. A fibra óptica era introduzida até a região apical do canal radicular e o laser acionado. A seguir, a fibra era deslocada com movimento helicoidal até a cervical.
    Após preparados os canais radiculares, as raízes foram imersas em uma solução de sulfato de cobre a 10% por 30 minutos e a seguir, imersos em solução alcoólica de ácido rubeânico a 1% pelo mesmo tempo.
    As raízes foram seccionadas transversalmente, em cortes seriados com espessura de 150 micrometros. Os cortes foram lixados, lavados, desidratados, clarificados e montados em lâminas para exame em microscopia óptica.
    A quantificação da porcentagem de infiltração de cobre foi realizada pela análise morfométrica.
    Os resultados mostraram que a solução de hipoclorito e sódio a 1% utilizada isoladamente e o uso da água destilada deionizada mais irradiação com laser Er:YAG apresentaram maior evidenciação de permeabilidade, de modo estatisticamente semelhante entre si (p>0,05) e significantemente diferentes dos demais tratamentos (p<0,05).
    A utilização da água destilada deionizada e da solução de lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1%, quando utilizadas isoladamente, apresentaram menor evidenciação da permeabilidade dentinária que as demais soluções e de modo estatisticamente semelhante entre si.
    A utilização do hipoclorito de sódio a 1% + laser, EDTA + laser, ácido cítrico + laser, lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% + laser e as soluções de EDTA e ácido cítrico utilizadas isoladamente, apresentaram-se de modo estatisticamente semelhantes entre si (p>0,05), e com valores intermediários em relação aos demais tratamentos utilizados, no que diz respeito à evidenciação de permeabilidade dentinária.



INTRODUÇÃO

    A Endodontia exige dos que a ela se dedicam formações bastante ecléticas, desde os conhecimentos biológicos, necessários para a formação cognitiva, até o domínio e perfeita destreza de diversas técnicas operatórias.
    A biomecânica exige que o endodontista tenha domínio de várias técnicas de instrumentação e obturação dos canais radiculares.
    Após a segunda metade do século XX, inúmeras técnicas têm sido preconizadas com o intuito de facilitar e melhorar a biomecânica dos canais radiculares, desde as que utilizam os instrumentos manuais, sônicos, ultra-sônicos, rotatórios, até, como ocorre no presente momento, a utilização de diferentes tipos de laser como coadjuvantes no preparo, limpeza e desinfecção dos canais.
    A criação do primeiro aparelho de emissão de laser para a área médica a partir do rubi, foi realizada por MAIMAN (1960).
    Os desenvolvimentos tecnológicos, na área de laser, foram intensos. JAVAN et al. (1961) construíram o primeiro laser não cirúrgico de He-Ne, e JOHNSON (1961) construiu o laser cirúrgico de Nd:YAG.
    Em 1964, surgiu o laser de dióxido de carbono (PATEL et al. 1964), e, em 1989, HIBST & KELLER apresentaram o laser de Er:YAG.
    Cada um desses tipos de laser tem sua peculiaridade, pois são oriundos de substâncias químicas diferentes. Portanto, emitem luz de diferentes comprimentos de onda e têm efeitos específicos sobre tecidos do organismo.
    Como dado histórico, deve-se salientar que STERN & SOGANNAES (1964) foram pioneiros na utilização da irradiação de laser de rubi sobre o esmalte e dentina. Esses autores constataram que a aplicação deste tipo de laser reduzia a permeabilidade dentinária e promovia a ablação desses tecidos dentais.
    A seguir, inúmeros pesquisadores propuseram-se a estudar a ação de diversos tipos de laser de alta intensidade de potência para o preparo cavitário, condicionamento da dentina e esmalte, esterilização de canais radiculares, remoção da smear layer e cirurgias (HIBST & KELLER, 1989; KELLER & HIBST, 1989; WIGDOR et al., 1993; MISERENDINO et al., 1995; DOSTÁLOVÁ et al., 1997; KOMORI et al., 1997; BRUGNERA JÚNIOR & PINHEIRO, 1998; TAKEDA et al., 1999; SHOJI et al., 2000; PÉCORA et al., 2000a).
    Na área especifica da Endodontia, as investigações com diferentes tipos de laser foram realizadas na tentativa de estabelecer parâmetros seguros para a aplicação clínica.
    Assim, as ações dos vários tipos de laser na limpeza dos canais radiculares, com a remoção da smear layer, foram estudadas, dentre outros, por TANI & KAWADA (1987), CIUCCHI et al. (1989), LEVY (1992), HARASHIMA et al. (1997), TAKEDA et al. (1998 a, b), MATSUOKA et al. (1998), TAKEDA et al. (1999) e KESLER et al. (1999).
    A utilização do laser para a desinfecção dos canais radiculares foi avaliada nos trabalhos de HARDEE et al. (1994); RAMSKÖLD et al. (1997) e AUN et al. (1999).
    No que diz respeito às alterações de temperatura que ocorrem na superfície externa das raízes durante a aplicação do laser no interior dos canais radiculares, podem-se destacar os trabalhos de ÖNAL et al. (1993); ANIC et al. (1996); RAMSKÖLD et al. (1997); LAN (1999) e PÉCORA et al. (2000b).
    Os efeitos de diferentes tipos de laser sobre a permeabilidade da dentina das paredes dos canais radiculares, foram estudados por STABHÖLZ et al. (1992); MISERENDINO et al. (1995); SCHALLER et al. (1997); PÉCORA et al. (2000a) e BRUGNERA JÚNIOR (2001).
    PÉCORA et al. (2000a) e BRUGNERA JÚNIOR (2001) observaram que a utilização do laser de Er:YAG no interior de canais radiculares repletos de água destilada deionizada promove aumento na evidenciação da permeabilidade dentinária e em maior grau do que o uso de hipoclorito de sódio a 1% em associação com esse tipo de laser. Esses autores salientaram que o aumento da quantidade de íons no meio aquoso dificulta a interação do laser Er:YAG com a dentina e, assim, a evidenciação da permeabilidade é prejudicada.
    Com base nos achados de PÉCORA et al. (2000a) e BRUGNERA JÚNIOR (2001), propôs-se a investigar, neste trabalho, a ação de diferentes soluções irrigantes associados ou não ao laser de Er:YAG sobre a permeabilidade da dentina das paredes dos canais radiculares.



RETROSPECTIVA DA LITERATURA

    O estudo da permeabilidade da dentina das paredes dos canais radiculares sempre despertou o interesse dos endodontistas. Várias investigações foram realizadas com objetivo de elucidar quais das soluções irrigantes eram capazes de penetrar no interior dos canalículos dentinários, promovendo a limpeza e a desinfecção dos canais radiculares. Desse modo, as soluções irrigantes e o estudo da permeabilidade dentinária sempre estiveram relacionados.
    A presença de canalículo no tecido dentinário foi demonstrada por M'QUILLEN (1866) e, desde então, a dentina foi tratada como um tecido permeável por sua própria natureza.
    Também no século XIX, CALLAHAN (1894) preconizou a técnica de irrigar os canais radiculares com solução aquosa de ácido sulfúrico a 40 por cento. Segundo o autor, a solução apresenta três efeitos: primeiro, possibilita o alargamento dos canais radiculares atrésicos; segundo, limpa e terceiro, esteriliza. A solução de ácido sulfúrico, em conseqüência da neutralização pelo bicarbonato de sódio, produz reação efervescente que elimina débris. Na segunda fase, os canais são irrigados com água destilada, álcool ou água oxigenada, a fim de remover o excesso de bicarbonato de sódio aderido às paredes dos canais radiculares.
    Em 1910, KIRK descreveu em seu livro sobre Dentística Operatória a histologia da dentina, e chamou a atenção dos clínicos para a existência dos canalículos dentinários e suas implicações com as restaurações dentais.
    BEUST (1912, 1931, 1934); HANAZAWA (1917); TURNER (1927); BÖDECKER & APPLEBAUM (1933) e FISH apud MARSHALL et al. (1960) realizaram estudos sobre o tecido dentinário e salientaram sua natureza permeável.
    BÖDECKER & APPLEBAUM (1933), utilizando dentes humanos extraídos nas mais variadas faixas etárias dos pacientes, avaliaram o grau de permeabilidade dentinária. Com base em estudos histológicos, chegaram à conclusão de que os dentes jovens possuíam dentina mais permeável que a dos dentes adultos, mas, devido aos processos de cárie, erosão e abrasão na adolescência, esse tecido se tornava menos permeável.
    WALKER (1936) propôs o uso de uma solução de hipoclorito de sódio a 5,0% (soda clorada) para a instrumentação dos canais radiculares de dentes com tecido pulpar necrosado. Em seu trabalho, ele esclareceu que essa solução foi utilizada após a indicação feita pelo Dr. Blass, da Universidade de New York. Quanto à parte experimental, o autor deu ênfase ao explicar que o tratamento endodôntico é um procedimento especializado e, assim, exige uma atenção especial para todos os detalhes, por exemplo, a esterilização e a manipulação dos canais radiculares, e a proteção do paciente e do operador deva ser rigorosamente observada, pois o canal radicular infectado aloja microrganismos de ação contaminante.
    GROSSMAN (1943), baseando-se em trabalhos de WALKER (1936) e GROSSMAN & MEIMAN (1941), sugeriu uma técnica de irrigação para o tratamento de canais radiculares que, sem dúvida, resistiu às críticas por um período de aproximadamente cinqüenta anos. Essa técnica, em resumo, fundamenta-se na irrigação alternada, primeiro com hipoclorito de sódio a 5,0%, depois com o peróxido de hidrogênio a 3,0%, e novamente com hipoclorito de sódio. Assim, associou-se a capacidade solvente do hipoclorito de sódio à liberação de oxigênio nascente do peróxido de hidrogênio.
    NIKIFORUK & SREEBNY (1953) estudaram a ação de um ácido orgânico – ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) – como agente desmineralizador de tecido duro. A sua ação se dá pela reação de quelação com o cálcio. Desse estudo, pode-se concluir que o ácido orgânico tem ampla capacidade de ação desmineralizante. Estabeleceu, inclusive, novas bases para aplicação do ácido etilenodiaminotetracético na instrumentação dos canais radiculares.
    NYGAARD-ØSTBY (1957), com base no trabalho NIKIFORUK & SREEBNY (1953), indicou o ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) para ser usado na instrumentação dos canais radiculares. Por ser biologicamente compatível com os tecidos, o autor preconizou seu emprego em substituição aos ácidos inorgânicos até então utilizados. Essa solução aquosa de EDTA, somada com hidróxido de sódio, tem composição final de 15% de EDTA e pH próximo do neutro (7,3).
    PAIVA (1959) foi o pioneiro na utilização do lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio na terapêutica endodôntica, com o nome comercial de Clincanal e o autor sugeriu que “a irrigação com esta substância deveria ser feita na mudança de cada lima durante a instrumentação dos canais radiculares e quando terminasse esta fase mecânica do preparo endodôntico”.
    MARSHALL et al. (1960), para estudar a permeabilidade dentinária, dividiram as amostras de dentes em quatro grupos, a saber: Grupo 1: formado por dentes controle para o teste. Não receberam a instrumentação mecânica, somente a remoção da polpa com o uso do extirpa-polpa e, inclusive, tiveram seus ápices selados com cera; Grupo 2: composto por dentes que receberam a instrumentação mecânica do canal radicular e foram irrigados com água corrente; Grupo 3: formado por dentes que receberam o tratamento químico-mecânico, isto é, instrumentação com o auxílio de soluções irrigantes – EDTA (NYGAARD-ØSTBY, 1957), soda clorada 5,25 % alternada com água oxigenada a 3% (GROSSMAN, 1943), nitrato de prata amoniacal (HOWE, 1917) e solução aquosa de ácido sulfúrico neutralizada após um minuto por ação do bicarbonato de sódio (CALLAHAN, 1894); e o Grupo 4: composto por dentes que tiveram os seus canais radiculares instrumentados com o auxílio das soluções de água oxigenada a 3% (3,0 ml durante 5 minutos); soda clorada a 5,25% (3,0 ml durante 5 minutos); nitrato de prata amoniacal (1 minuto); ácido sulfúrico (1 minuto) e eugenol (5 minutos). A permeabilidade foi indicada pelo uso dos radioisótopos S35, NA22, I131 e P32, ou sejam, soluções marcadas de sulfato de sódio, cloreto de sódio, iodeto de sódio isotônico e fosfato de sódio, respectivamente. Em resumo, os autores concluíram que as regiões cervical e média da dentina radicular são as mais permeáveis a todos os isótopos utilizados, enquanto que a região apical é altamente impermeável. Além disso, admitem que a junção dentino-cementária atua como barreira à infiltração dos isótopos. Entretanto, o grande avanço desse trabalho foi a formulação do Índice de Permeabilidade Dentinária (IPD), pois fornece um parâmetro para avaliar matematicamente os níveis de permeabilidade das paredes dentinárias do canal radicular e, inclusive, devido à reprodutibilidade dos ensaios, muitos autores adotaram esse método.
    ANDERSON & RONNING (1962) avaliaram a permeabilidade da dentina coronária de duas maneiras, utilizando, em ambas, técnicas diferentes de obtenção de secções dentinárias: corte da coroa por instrumentos rotatórios e fratura da coroa. Como conclusão final, observaram que, nos cortes obtidos por instrumentos rotatórios, havia menor penetração do corante em relação aos cortes obtidos por fraturas. Como resultado, esclarecem que a presença de débris nas secções dentinárias obtidas por instrumentos rotatórios impede uma maior infiltração de corantes nos canalículos dentinários.
    PATTERSON (1963) ao detectar as freqüentes mudanças atróficas que ocorrem na polpa coronária e radicular de indivíduo para indivíduo, em conseqüência das alterações que se processam nos diâmetros dos canais e que levam as atresias, avaliou a ação dos quelantes EDTA e EDTA-C. A análise evidenciou que o EDTA-C é mais eficiente do que o EDTA quanto à limpeza do canal radicular e sua capacidade antimicrobiana. A diferença entre as duas substâncias, em relação às suas composições, é que o EDTA-C contém uma amônia quaternária, e sua identificação convencional é conhecida como Cetavlon.
    STEWART et al. (1969) preconizaram uma nova solução auxiliar de instrumentação com a consistência de um creme. Eles a identificaram comercialmente com o nome de RC-PREP e testaram in vivo o efeito antimicrobiano desse produto, e, in vitro, a sua capacidade de aumentar a evidenciação da permeabilidade dentinária, e constataram que o EDTA associado ao peróxido de uréia foi eficiente na limpeza dos canais radiculares e promoveu aumento significativo na permeabilidade dentinária.
    COHEN et al. (1970) compararam a eficiência de várias soluções em relação a evidenciação da permeabilidade dentinária. As soluções irrigantes utilizadas foram as seguintes: hipoclorito de sódio a 5,0 %; hipoclorito de sódio a 5,0 % e água oxigenada a 3,0 %; peróxido de uréia em glicerina anídrica (Gly-Oxide) mais hipoclorito de sódio a 5,0 %; e o creme RC-PREP (EDTA a 10% + peróxido de uréia) associado ao hipoclorito de sódio a 5,0 % e, por último, um tensoativo, o Zefirol a 0,1%. Assim, após a instrumentação, o corante azul de metileno em solução aquosa a 2,0 % foi introduzido no canal radicular e, com adoção do método Índice de Permeabilidade Dentinária, preconizado por MARSHALL et al. (1960), os autores chegaram a seguinte conclusão: com o uso do RC-PREP associado ao hipoclorito de sódio a 5,0 %, a evidenciação da permeabilidade dentinária aumentou significativamente, tanto no terço médio do canal como na região apical.
    ROBAZZA (1973) estudou a permeabilidade dentinária dos canais radiculares após a utilização de diversas soluções irrigantes na biomecânica. Para detectar o índice de permeabilidade dentinária, o corante azul de metileno a 0,5% foi injetado no canal radicular e os resultados foram analisados de acordo com o método proposto por MARSHALL et al. (1960). Em uma das suas conclusões, o autor afirma que a utilização do creme Endo-PTC, neutralizado pelo hipoclorito de sódio a 0,5%, proporcionou maior evidenciação da permeabilidade no terço apical dos canais radiculares.
    McCOMB & SMITH (1975) verificaram, por meio da microscopia eletrônica de varredura, que canais onde foi realizada a irrigação somente com hipoclorito de sódio a 6,0% apresentavam melhor remoção de débris do que naqueles em que se associou o hipoclorito de sódio a 6% com água oxigenada a 3,0%. Esses autores foram os primeiros a verificar a presença da smear layer nas paredes da dentina ocasionada pela instrumentação dos canais radiculares.
    BAKER et al. (1975) compararam a eficiência de diferentes volumes de soluções irrigantes (0,5, 1,0, 2,5 e 5,0 ml) com relação à limpeza e a remoção de débris no interior dos canais radiculares, utilizando a microscopia eletrônica de varredura. Após avaliação dos resultados, os autores chegaram à conclusão de que a melhor limpeza dos canais radiculares era diretamente proporcional ao volume da solução irrigante utilizada.
    Ainda neste ano LÖEL (1975) apresentou uma técnica para facilitar a limpeza do canal radicular com a associação do ácido cítrico com o hipoclorito de sódio. Na irrigação do canal, inicialmente, coloca-se a solução aquosa de ácido cítrico a 50%, com tempo de espera de ação de um a dois minutos. Em seguida, era colocado o hipoclorito de sódio a 5%. Durante o período de atuação das duas soluções, ocorre uma efervescência que, de acordo com o autor, promove a remoção de débris e neutraliza o pH do ácido cítrico. O autor, com base na microscopia eletrônica de varredura, salientou que essa técnica de irrigação possibilita obter as paredes de dentina do canal radicular livres da smear layer.
    ROBAZZA & ANTONIAZZI (1976) avaliaram in vitro os dois métodos propostos por MARSHALL et al. (1960) para evidenciar a permeabilidade dentinária. Para isto, utilizaram-se de soluções irrigantes da biomecânica dos canais radiculares. O indicador utilizado foi solução de azul de metileno a 0,5%. Com base nesses experimentos, os autores constataram que existe diferença estatística na obtenção do índice da permeabilidade dentinária pelos dois métodos estudados, e que a zona apical dos canais radiculares é menos permeável ao corante azul de metileno.
    Também neste ano, WALTON (1976) verificou, por meio de exame histológico, que a instrumentação dos canais radiculares, com diferentes técnicas, não atinge toda a superfície das suas paredes. Constatou o autor que a remoção de dos tecidos desorganizados é incompleta, mesmo utilizando uma solução de hipoclorito de sódio a 5% como agente auxiliar.
    TREPAGNIER et al. (1977) avaliaram os efeitos de várias soluções irrigantes, de diversas concentrações, na dissolução de tecidos orgânicos. Os resultados alcançados pelos autores indicaram que o hipoclorito de sódio a 5,0 % não só apresentou-se como o mais eficiente, como atuou em menos tempo.
    WAYMAN et al. (1979) verificaram a eficiência das soluções de ácido láctico a 50%, soluções de ácido cítrico em várias concentrações e solução de hipoclorito de sódio a 5,25% na limpeza dos canais radiculares. Os dentes tratados foram examinados com o microscópio eletrônico de varredura e os autores concluíram que: a solução de hipoclorito de sódio apresenta melhor capacidade de dissolver tecidos orgânicos e a solução de ácido cítrico a 10% apresentou-se a mais eficiente em remover a smear layer das paredes de dentina dos canais radiculares. A solução de ácido láctico a 50% mostrou-se menos eficiente em promover a limpeza do que a solução de ácido cítrico a 10%.
.    No mesmo ano, WHITTAKER & KNEALE (1979), com a utilização da microscopia eletrônica de varredura, avaliaram o número de canalículos dentinários da coroa ao ápice dental e constataram que esse número é maior na região coronária, e diminui significativamente em direção ao ápice.
    FRÓIS et al. (1981) estudaram um método de avaliação da permeabilidade dentinária, analisando volumetricamente a penetração do azul de metileno a 2,0% na dentina do canal radicular. Comparando o método com aquele proposto por MARSHALL et al. (1960), verificaram que o método utilizado proporcionou resultados mais confiáveis, desde que estes fossem de ordem quantitativa.
    SVEC & HARRISON (1981) compararam o hipoclorito de sódio a 5,25% utilizado isoladamente e associado ao peróxido de hidrogênio a 3% para verificar se a reação de efervescência causada por essa associação contribuía para a remoção de débris do interior dos canais radiculares e constataram que a reação não oferecia vantagens para este fim.
    LEHMAN et al. (1981) avaliaram a capacidade de remoção de débris pela solução de lauril sulfato de sódio utilizada isoladamente e associada ao hipoclorito de sódio a 5,25%. Os autores constataram que o lauril sulfato de sódio não é eficiente para a remoção de débris do interior dos canais radiculares e que o hipoclorito de sódio remove significantemente mais débris do que as outras soluções.
    PASHLEY et al. (1981), estudando a permeabilidade dentinária, observaram in vitro  o aumento do movimento fluídico através da dentina. Esses autores concluíram que a utilização da solução de ácido cítrico a 6% por 5 segundos é suficiente para remover a camada de smear layer  e expor os orifícios dos canalículos dentinários.
    Ainda neste ano, GORDON et al. (1981) verificaram a capacidade de dissolução dos tecidos orgânicos pelas soluções de hipoclorito de sódio nas concentrações de 1,0, 3,0 e 5,0%. Qualquer das concentrações tem a capacidade de dissolver 90% das polpas necrosadas após cinco minutos de contato. Entretanto, além de admitirem que a capacidade de dissolução depende do tempo de atuação, em função da característica de umedecimento pelo contato, os autores recomendam a utilização de solução de hipoclorito de sódio nas mais baixas concentrações, porque tem menos efeito negativo na região periapical.
    YAMADA et al. (1983) compararam, com o auxílio do microscópio eletrônico de varredura, a instrumentação com diferentes volumes de algumas soluções irrigantes (solução salina, hipoclorito de sódio a 5,25%, EDTA a 8,5 e 17% e o ácido cítrico a 25%). De posse dos resultados, os autores concluíram que o uso de 10 ml de EDTA a 17% associados a 10ml de hipoclorito de sódio a 5,25% apresentou melhores resultados com relação à remoção da smear layer,  apresentando também grande eficiência na remoção de débris.
    BRANCINI et al. (1983) estudaram o poder de limpeza de algumas soluções irrigantes (EDTA, ácido cítrico a 1%, Líquido de Dakin, Dehyquart A e Tergentol) utilizando o microscópio eletrônico de varredura. Os autores contataram que a capacidade de limpeza das soluções obedece à seguinte ordem decrescente: EDTA, ácido cítrico, Dehyquart A, Tergentol e Líquido de Dakin. Em relação aos terços das raízes, não foi constatada diferença estatística significante.
    MADER et al. (1984) investigaram, por meio do microscópio eletrônico de varredura, as características morfológicas da smear layer e do smear plug nos canais radiculares instrumentados com limas tipo K e irrigados com solução de hipoclorito de sódio a 5,25%. Eles observaram que o magma dentinário estava localizado sobre a parede da dentina (smear layer) e, ainda, impactado no interior dos canalículos dentinários (smear plug). Verificaram também que a smear layer, normalmente, apresenta-se como uma camada bem fina, de 1 a 2 micrômetros de espessura e o smear plug apresenta espessura que pode chegar até 40 micrometros. A superfície da smear layer apresenta-se com aspecto amorfo, irregular e granular, composta por partículas de dentina mineralizada.
    CARRIGAN et al. (1984) avaliaram, por meio da microscopia eletrônica de varredura, a quantidade de canalículos dentinários presente nos três terços das raízes (cervical, médio e apical), nas seguintes faixas etárias: 20 a 34, 35 a 44, 45 a 54, 55 a 79 e acima de 80 anos. Os autores constataram que o número de canalículos da região cervical e média do dente é praticamente o mesmo, diminuindo acentuadamente, na região apical. Com relação à idade, a quantidade destes canalículos diminui com o passar dos anos.
    DIPPEL et al. (1984) estudaram a permeabilidade dentinária com relação à presença ou não da smear layer e constataram que a permeabilidade dentinária diminui em 35% na presença da smear layer.
    No mesmo ano, DEDERICH et al. (1984) analisaram os cortes de cinco caninos superiores. As amostras foram armazenadas em solução aquosa de timol e posteriormente lavadas em solução de hipoclorito de sódio (NaOCl) a 5,25 % por um minuto. Depois de secos, os canais radiculares foram expostos à irradiação com laser de Nd:YAG com os seguintes parâmetros: 10 a 90 W e tempo de aplicação de 0,1 a 0,9. As análises feitas, por meio do microscópio eletrônico, mostraram os efeitos do laser, que variaram desde a desorganização da smear layer até a recristalização da dentina, dependendo dos parâmetros utilizados, duração da exposição e coloração da dentina. A recristalização da parede dentinária do canal radicular oblitera os canalículos e reduz a permeabilidade dentinária.
    PÉCORA (1985) estudou a permeabilidade dentinária em 55 dentes caninos humanos extraídos, divididos em 11 grupos que receberam o mesmo tratamento de instrumentação, baseado na técnica de SCHILDER (1974). Porém, em cada grupo, foram utilizadas substâncias irrigantes diferentes, a saber: Grupo 1: ácido cítrico a 10%; Grupo 2: Tergentol-furacin; Grupo 3: solução controle, pH 7,0; Grupo 4: água pH 6,3; Grupo 5: EDTA; Grupo 6: RC-PREP associado à soda clorada; Grupo 7: soda clorada; Grupo 8: solução de Milton (NaOCl a 1,0%); Grupo 9: líquido de Dakin (NaOCl a 0,5%); Grupo 10: soda clorada associada à H2O2 e Grupo 11: ENDO-PTC associado ao líquido de Dakin. A permeabilidade dentinária radicular foi estudada por meio de cortes transversais, com a adoção de um método histoquímico. A quantificação dos níveis de permeabilidade foi realizada por meio da análise morfométrica. Com base nos resultados, concluiu-se que as soluções halogenadas e a de EDTA foram as que mais aumentaram a evidenciação da permeabilidade dentinária.
    ZUOLO et al. (1987) estudaram o efeito do EDTA e suas associações com tensoativos aniônicos e catiônicos sobre a permeabilidade da dentina radicular. Foram utilizados 25 incisivos centrais superiores e as soluções avaliadas foram: EDTA a 15%; EDTA-C - EDTA a 15% associado ao Cetavlon; EDTA-T - EDTA a 15% associado ao Tergentol e EDTA-CP - EDTA a 15% associado ao Cloreto de Cetil Piridino. Após a detecção da permeabilidade dentinária por meio de método histoquímico e quantificação por análise morfométrica, os autores constataram que a associação mais eficiente em promover o aumento da evidenciação da permeabilidade dentinária radicular foi o EDTA-C.
    TANI & KAWADA (1987) investigaram a possibilidade de remover a smear layer pela irradiação, de modo desfocado, com laser de Nd:YAG e de CO2. A análise, por meio da microscopia eletrônica de varredura, evidenciou que esses tipos de laser, aplicados de modo desfocado, induziam alterações na smear layer; e salientaram que, dependendo do nível de irradiação, a smear layer que estava sobre a dentina intercanalicular poderia ser satisfatoriamente removida e o smear plug presente na luz dos canalículos dentinários podia se derreter, obliterando-os.
    MOURA et al. (1988) avaliaram in vitro a permeabilidade dentinária radicular em dentes irrigados com hipoclorito de sódio a 1%, associado ao creme de ENDO-PTC, durante a instrumentação, e lavagem final com solução de Tergentol-Furacin, seguida ou não do emprego final de EDTA-C. Os autores constataram que não houve diferença estatística significante em relação a permeabilidade dentinária frente ao uso ou não do EDTA-C.
    MARCANO (1989) apresentou uma revisão da literatura sobre soluções auxiliares de instrumentação de canais radiculares e salientou que as soluções alcalinas atuam dissolvendo matéria orgânica. Ele chamou a atenção para o fato de o hipoclorito de sódio ser a solução irrigante mais empregada, pois tem pH alcalino que neutraliza a acidez do meio; apresenta baixa tensão superficial, o que facilita seu acesso às irregularidades dos canais radiculares; saponifica os ácidos graxos; penetra com facilidade nos canalículos dentinários dissolvendo as fibras de Thomes; dissolve matéria orgânica e tecido necrosado; neutraliza os produtos tóxicos do canal radicular; não é irritante quando bem empregado e é econômico.
    HIBST & KELLER (1989) e KELLER & HIBST (1989) pesquisaram o laser de Er:YAG e elucidaram que o Érbio é um elemento metálico do grupo de terras raras, que é utilizado como uma fonte de irradiação laser. O Er:YAG é um laser pulsátil, que possui comprimento de onda igual a 2,94mm ou 2940nm, cujo espectro situa-se na região infravermelha. A água absorve em grande quantidade ondas com esse comprimento, sendo um dado importante para a utilização do laser de Er:YAG sobre os tecidos duros. O vapor de água aumenta a pressão no sítio cirúrgico, provoca micro-explosões e pequena parte do tecido é ablacionado.
    PÉCORA (1990) estudou a permeabilidade do assoalho da câmara pulpar de molares inferiores humanos com raízes separadas, após a instrumentação dos canais radiculares pelas técnicas manual e ultra-sônica, com a utilização da água destilada deionizada e do líquido de Dakin como soluções irrigantes. Para evidenciar a permeabilidade dentinária, foi utilizado o método histoquímico. O autor não observou diferença estatística significante na permeabilidade da dentina do assoalho da câmara pulpar após uso dessas soluções irrigantes e dessas duas técnicas de instrumentação. O exame histológico por desgaste evidenciou que o assoalho da câmara pulpar dos molares inferiores estudados apresentava dentina reparadora, a qual é mais amorfa, menos canalicular e menos regular que a dentina primária.
CENGIZ et al. (1990) avaliaram, por meio de microscopia eletrônica de varredura, a capacidade de remoção da smear layer proporcionada pelas seguintes soluções: salina, EDTA a 15% e do EDTA a 15%, seguido de irrigação com uma solução de hipoclorito de sódio a 5,25%. Eles utilizaram o volume de 20 mililitros de cada solução irrigante, sendo que, para a irrigação com EDTA seguida de hipoclorito de sódio, utilizaram-se 10 mililitros de cada solução com o objetivo de manter a mesma quantidade de líqüido irrigante. Após avaliação dos resultados, os autores constataram que a irrigação do canal radicular com a solução de EDTA seguida da irrigação com a solução de hipoclorito de sódio possibilitou a obtenção de canais radiculares com menos smear layer do que quando irrigados somente com EDTA.
    Também neste ano, CZONSTKOWSKY et al. (1990) verificaram que a smear layer forma uma barreira evitando o íntimo contato do material obturador com a parede do canal radicular, e que as soluções mais indicadas para a sua remoção é a associação do hipoclorito de sódio a 5,25% associado ao ácido cítrico a 6% ou ao EDTA a 17%.
    TAO et al. (1991) estudaram os efeitos dos procedimentos endodônticos com relação à permeabilidade da dentina radicular e afirmaram que a utilização do EDTA no interior dos canais radiculares instrumentados remove a smear layer, mas não apresentaram aumento significante da permeabilidade dentinária.
    PÉCORA (1992) estudou a permeabilidade dentinária radicular após a utilização das soluções de Dakin (hipoclorito de sódio a 0,5%) e de EDTA a 15% usadas de forma isoladas, alternadas e misturadas durante a instrumentação de canais radiculares. Utilizaram-se 10 incisivos centrais superiores humanos, recém-extraídos, para cada grupo de solução testada. Quando as soluções eram utilizadas isoladamente, preconizou-se o uso de 10,8 ml de cada uma delas. Nos casos de uso alternado, utilizaram-se 5,4 ml de cada solução, e quando estas soluções eram misturadas, esta foi realizada na proporção de 1:1, 5,4 ml de cada solução, totalizando 10,8 ml. O autor usou o método histoquímico para revelar a permeabilidade dentinária e a quantificou por meio da análise morfométrica. Concluiu que tanto o uso alternado como misturado dessas soluções promoveu maior aumento na evidenciação da permeabilidade dentinária, quando comparadas ao uso dessas soluções utilizadas de modo isolado. Com relação aos terços radiculares, o cervical e o médio apresentaram resultados estatisticamente semelhantes entre si e maiores que os índices de permeabilidade evidenciados na região apical.
    LEVY (1992) comparou os métodos de instrumentação convencional com a aplicação do laser Nd:YAG, com relação à limpeza e modelagem do canal radicular. Foram utilizados 32 dentes divididos em dois grupos. No primeiro grupo, os canais foram instrumentados com limas tipo K, e no segundo, o preparo inicial foi utilizando limas tipo K e complementado com irradiação do laser Nd:YAG (150mJ, 20Hz, 35W). A avaliação pela microscopia eletrônica de varredura evidenciou que a aplicação do laser possibilitou melhor limpeza das paredes dos canais radiculares quando comparada à técnica convencional.
    WIGDOR et al. (1993) compararam o aumento da temperatura promovido pelo uso do laser de Nd:YAG, de CO2 e de Er:YAG sobre as estruturas dentais. Esses autores concluíram que o laser de Er:YAG promoveu os menores danos térmicos que os demais, ou seja, de Nd:YAG e o de CO2. Este trabalho salienta que o laser de Er:YAG produz menor dano térmico aos tecidos dentais e os autores o recomendam a sua aplicação, por ser mais seguro para a terapia endodôntica e para ablação do esmalte e da dentina.
    Ainda neste ano, ÖNAL et al. (1993) estudando a aplicação do laser de CO2, utilizou quinze incisivos centrais superiores onde foram feitas aplicações de laser de CO2 (comprimento de onda: 9,6mm; duração do pulso: 135ms; energia do pulso: 60mJ e densidade da energia: 12 J/cm2) liberado por uma fibra de AgCl dentro do canal radicular. Resultados preliminares evidenciaram a capacidade desse laser em promover abertura de túbulos dentinários, bem como a fusão de hidroxiapatita. As mensurações da temperatura na superfície do canal radicular mostraram que elas não excederam 40°C. Os autores relataram também que o maior desenvolvimento tecnológico nas fibras de aplicação se faz necessário para que se alcancem melhores resultados.
    RAAB (1995) comparou o efeito antimicrobiano da aplicação da irradiação do laser Er:YAG (50mJ, 2Hz, 50-100 pulsos) com a irrigação dos canais radiculares com hipoclorito de sódio associado com água oxigenada durante o tratamento endodôntico. Os resultados mostraram que o efeito antimicrobiano do laser Er:YAG foi superior ao da irrigação convencional com hipoclorito de sódio associado com água oxigenada.
    MISERENDINO et al. (1995) avaliaram o efeito do laser Nd:YAG sobre a permeabilidade dentinária das paredes dos canais radiculares. Foram utilizados 20 dentes humanos extraídos e divididos aleatoriamente em dois grupos e instrumentados seguindo a técnica step-back. No primeiro grupo, os canais radiculares não receberam a aplicação laser e, no segundo grupo, os canais receberam três aplicações de laser Nd:YAG (5W e 50Hz) de 15 segundos cada, totalizando 45 segundos. O uso combinado da microscopia eletrônica de varredura e penetração do corante (azul de metileno a 2%), revelou selamento das paredes dentinárias e em uma redução da permeabilidade dentinária. Com base em comparações estatísticas, os autores afirmaram que a permeabilidade dos dentes tratados com laser foi significantemente menor que as amostras não tratadas.
    GUIGNES et al. (1996) avaliaram o efeito dos preparos dos canais radiculares com instrumentação manual, ultra-sônica e manual associada ao uso de solução de EDTA sobre a permeabilidade dentinária radicular. A permeabilidade dentinária foi avaliada por meio da condutância hidráulica do tecido. Os autores concluíram que há relação inversamente proporcional entre a permeabilidade dentinária radicular e a quantidade da smear layer, observada por meio da microscopia eletrônica de varredura. Em outras palavras, quanto maior a quantidade da smear layer presente nas paredes dos canais radiculares, menor a permeabilidade dentinária.
    Também neste ano, ANIC et al. (1996) investigaram a ação dos lasers de Nd:YAG, CO2 e Argônio sobre a permeabilidade dentinária e as alterações de temperatura que ocorrem nas paredes dos canais radiculares quando das suas utilizações. A permeabilidade foi observada pela penetração do corante azul de metileno na dentina. Os autores constataram aumento na permeabilidade dentinária após aplicação dos três tipos de laser, nos terços cervical e médio. Entretanto, foi observada redução da permeabilidade no terço apical após o uso dos lasers de CO2 e de Nd: YAG. A temperatura variou de 10,1°C (laser de CO2) a 54,8°C (laser de Argônio). Os três tipos de laser apresentaram alterações nas superfícies dentinárias, tais como crateras e glazeamento.
    DOSTÁLOVÁ et al. (1997) investigaram in vitro as respostas pulpares e a ação sobre as paredes dentinárias da aplicação do laser Er:YAG (345 mJ, 2 Hz, 150 pulsos). Após a aplicação do laser com os parâmetros indicados, os dentes foram extraídos por motivos ortodônticos. A análise histológica indicou não haver reações pulpares inflamatórias e alterações estruturais nos dentes que sofreram a aplicação do laser. Observou-se, ainda, redução na camada dentinária sem a presença de fraturas. Os autores concluíram que o laser Er:YAG pode ser utilizado in vivo na ablação do esmalte e dentina com segurança, sob os parâmetros testados.
    ISRAEL et al. (1997) compararam in vitro as alterações ocorridas nas paredes dentinárias de canais radiculares submetidos a irradiação com lasers de Er:YAG, CO2 e Nd:YAG, utilizados com e sem refrigeração. As amostras tratadas com laser de CO2 foram submetidas a densidades de energia que variaram de 100 até 400 J/cm2; com laser de Nd:YAG de 286 até 1857 J/cm2 e o laser de Er:YAG com variação de 20 até 120 J/cm2. Foram utilizados 42 dentes, distribuídos em 7 grupos experimentais, sendo que o grupo controle não foi irradiado. Os autores, com base na microscopia eletrônica de varredura, concluíram que as alterações na estrutura das paredes dentinárias dos canais radiculares causadas pelo laser de CO2 e Nd:YAG estavam diretamente relacionadas à densidade de energia e não ao uso de refrigeração. Esses dois tipos de laser induziram alterações de superfície como carbonizações, cavitações, remineralizações, fusões dentinárias e fissuras. Ao contrário, o laser Er:YAG provocou alterações radiculares superficiais similares ao condicionamento ácido, isto é, removeu smear layer expondo os canalículos dentinários, sem evidenciação de fusão e carbonização.
    HARASHIMA et al. (1997) investigaram, in vitro, o efeito da irradiação com laser de Nd:YAG na remoção de débris e smear layer em canais radiculares, com 1 e 2W com 20 pps. Após análise por meio da microscopia eletrônica de varredura, os autores concluíram que o laser de Nd:YAG é útil para a remoção da smear layer e de débris tanto com 1W como com 2W, porém, com 2W e 20 pps, os autores observaram derretimento das estruturas das paredes dos canais radiculares.
    TANJI et al. (1997) avaliaram o aspecto micromorfológico das paredes do canal radicular irradiadas com laser Er:YAG em diferentes níveis de energia (8,64J/cm2; 11,29J/cm2 e 14,11J/cm2). Foram utilizados 35 dentes com canais preparados convencionalmente e posteriormente, irradiados com as diferentes energias. O grupo controle foi tratado com ácido fosfórico a 35%. A avaliação, por meio da microscopia eletrônica de varredura, mostrou que a remoção da smear layer com laser de Er:YAG foi mais eficiente, deixando os canalículos dentinários totalmente desobstruídos em toda extensão do canal, com melhores resultados quando utilizaram energia de 14,11 J/cm2.
    KUMAZAKI (1998) verificou o coeficiente de absorção de luz pelo esmalte e dentina e constatou que os coeficientes para estes tecidos ficavam entre os comprimentos de onda de 3 a 10mm. O comprimento de onda na faixa de 3mm corresponde ao comprimento de onda do laser de Er:YAG, e o comprimento de onda na faixa de 10mm corresponde ao emitido pelo laser de CO2. A aplicação do laser de Er:YAG gera calor quando aplicado sobre os tecidos duros, pela indução do rompimento da ligação do grupo (OH¯) da hidroxiapatita e também pela evaporação da água da camada existente sobre a superfície da estrutura cristalina dos tecidos. O rompimento destas ligações causa microexplosões responsáveis pela ablação tecidual. O laser de CO2 atua de modo diferente, pois, com o comprimento de onda de 10mm, ele é absorvido pelo CaCO3 e PO4 presente no tecido duro. O autor salienta que a ação do laser de CO2 é um processo foto-químico e a ação do laser de Er:YAG é um processo foto-mecânico.
    ZHANG et al. (1998) avaliaram o efeito da irradiação do laser de Nd:YAG intracanal com relação à permeabilidade dentinária. Quarenta dentes unirradiculares foram instrumentados 1mm aquém do ápice até o instrumento 40, e divididos aleatoriamente em quatro grupos: Grupo 1: não sofreu a aplicação do laser (grupo controle); Grupo 2: os canais receberam irradiação do laser de Nd:YAG (2W, 20 pps, 150 pulsos); Grupo 3: os canais foram pintados com cones de papel molhados em tinta preta e, posteriormente, foi aplicado o laser do mesmo modo que no Grupo 2; Grupo 4: os canais receberam aplicação de cones de papel molhados em Ag (NH3)2 à 38% e depois aplicação do laser nos mesmos parâmetros do Grupo 2. Os autores constataram que os dentes do Grupo 4 foram onde o laser teve melhor atuação, ocorrendo derretimento e evaporação do smear layer e abertura dos túbulos dentinários.
    MATSUOKA et al. (1998) estudaram a capacidade de remoção de débris do terço apical de canais radiculares irradiados com laser Er:YAG com 1, 2 e 3W de potência, sendo que um grupo não sofreu irradiação. Os resultados evidenciaram diferença estatisticamente significante entre o grupo irradiado com 3W de potência e aquele que não foi irradiado, o que indicou a eficiência do laser Er:YAG na remoção de débris com esse parâmetro. Os demais grupos não mostraram diferenças estatísticas entre si.
    TAKEDA et al. (1998a) avaliaram o efeito da irradiação laser Er:YAG na remoção de débris e smear layer do interior dos canais radiculares. Trinta e seis incisivos inferiores humanos, usados no estudo, foram divididos aleatoriamente em três grupos. O Grupo 1 compreendia os dentes não irradiados (controle); os do Grupo 2 foram irradiados com laser Er:YAG (100mJ e 1W) e os do Grupo 3 foram irradiados com laser Er:YAG (100mJ e 2W). Os dentes foram seccionados e preparados para o estudo em microscópio eletrônico de varredura. Os autores concluíram que as amostras do grupo controle apresentaram grande quantidade de débris e smear layer obstruindo os canalículos dentinários em toda a extensão do canal, e que, tanto com 1W ou 2W, o laser Er:YAG foi eficiente na remoção de débris e smear layer. Os autores salientaram, ainda, que é extremamente importante que a fibra óptica toque todas as paredes dos canais radiculares para que a ação do laser ocorra eficientemente. Eles observaram que as paredes que não foram tocadas pela fibra óptica apresentavam-se com smear layer.
    Ainda neste ano, TAKEDA et al. (1998b) estudaram a eficiência do laser Er:YAG na remoção de débris e smear layer das paredes dos canais radiculares. Trinta e seis incisivos inferiores unirradiculares foram instrumentados do mesmo modo, até a lima 40, e divididos aleatoriamente da seguinte forma: Grupo 1: os canais não sofreram aplicação do laser (grupo controle), Grupo 2: os canais foram irradiados com laser de Er:YAG, com os seguintes parâmetros: 1W, 100mJ, 10Hz por 3 segundos, e, no Grupo 3, os canais foram irradiados com os mesmos parâmetros do Grupo 2, porém, com o tempo de irradiação de 5 segundos. De posse dos resultados, os autores constataram que o laser de Er:YAG, aplicado por 5 segundos, apresentaram total remoção de débris e smear layer das paredes dos canais radiculares e os canalículos dentinários estavam limpos e abertos.
    TAKEDA et al. (1999) fizeram um estudo comparativo sobre a remoção da smear layer com três tipos de soluções irrigantes e dois tipos de laser. Sessenta pré-molares inferiores unirradiculares extraídos foram divididos, para o estudo, aleatoriamente em 5 grupos com 12 dentes cada. A limpeza e a desinfecção foram feitas pela técnica step-back até a lima 60, associada à irrigação com 3 ml de NaOCl a 5,25% alternada com H2O2 a 3% em cada troca de lima. Os dentes do Grupo 1 sofreram irrigação final com EDTA a 17% (controle); os do Grupo 2, irrigação final com ácido fosfórico a 6%; no Grupo 3, irrigação final com ácido cítrico a 6%; nos integrantes do Grupo 4, os canais foram irradiados com laser de CO2 (1W output, por 23segundos); no Grupo 5, os canais foram irradiados com o laser Er:YAG (com uma fibra óptica de 0,5mm, 1W output, 100mJ, 10Hz, por 15 segundos). Com base na microscopia eletrônica de varredura, os autores concluíram que os canais irradiados com laser de CO2 e Er:YAG (grupos 4 e 5) apresentavam-se mais livres de smear layer do que os canais irrigados com EDTA e as soluções aciduladas.
    CECCHINI et al. (1999) determinaram quais os parâmetros seguros para a irradiação dos canais radiculares com lasers de Nd:YAG e Er:YAG. Os autores utilizaram 60 dentes humanos extraídos e seus canais radiculares foram instrumentados até a lima 40. Nos grupos irradiados com o laser de Nd:YAG, os parâmetros utilizados foram 60 e 100mJ, 10 e 15Hz, 8 e 12 segundos de aplicação, e a fibra óptica utilizada foi de 300mm. Para os grupos do laser de Er: YAG, os parâmetros foram 40 e 80mJ, 10 HZ com os mesmos tempos de aplicação e com a fibra óptica de 375mm de diâmetro. Após este estudo, os autores constataram que a temperatura da superfície externa das raízes não ultrapassava 5°C. A análise, por meio da microscopia eletrônica de varredura, revelou que os canais irradiados com o laser de Er:YAG apresentavam superfícies dentinárias livres de débris e smear layer e com grande número de canalículos dentinários abertos. Nos canais que sofreram irradiação com o laser de Nd:YAG, as paredes apresentavam-se limpas, com derretimento e recristalização dentinária e com remoção do smear layer.
    PÉCORA et al. (2000a) avaliaram a permeabilidade dentinária das paredes dos canais radiculares em 25 incisivos superiores extraídos. Os dentes foram divididos aleatoriamente em 5 grupos: no Grupo 1, os canais foram irrigados com água destilada e deionizada; no Grupo 2, os dentes sofreram irrigação com hipoclorito de sódio a 1%; no Grupo 3, irrigação com água destilada e deionizada e os canais foram irradiados com laser de Er:YAG (15Hz, 140mJ, energia total de 42J e 300 pulsos); no Grupo 4, os canais foram irrigados com hipoclorito de sódio a 1% e irradiados com laser de Er:YAG nos mesmos parâmetros do grupo anterior e, no Grupo 5, os canais foram preparados apenas com irradiação laser nos mesmos parâmetros citados anteriormente. Para a avaliação da permeabilidade dentinária, foi utilizado o método histoquímico e a quantificação por meio de análise morfométrica. De posse dos resultados, os autores puderam concluir que o melhor grau de permeabilidade dentinária foi apresentado pelo grupo onde os canais foram irrigados com água destilada deionizada e irradiados com laser Er:YAG.
    PÉCORA et al. (2000 b) estudaram o aumento da temperatura na superfície externa das raízes dos dentes após uso de laser Er:YAG em canais radiculares previamente instrumentados. Os parâmetros utilizados para a irradiação foram de 15J, 30J e 45J, com 15Hz e 140 mJ/pulso. Os canais radiculares foram irradiados com laser de dois modos, ou seja, com água como irrigante e sem água. A temperatura da superfície externa das raízes foi aferida por um par termoelétrico de cobre-constantan. Os resultados obtidos foram os seguintes: a) quando a água era utilizada como irrigante ao mesmo tempo em que se aplicava o laser, os aumentos de temperatura foram em média de 6,9ºC para 15J, 11,8ºC para 30J e de 9,6ºC para 45J e b) sem o uso de solução irrigante, o aumento da temperatura externa das raízes foi bem maior. Assim, os autores recomendam boa refrigeração e irrigação durante o uso do laser no interior dos canais radiculares, para evitar aquecimento.
    SOUSA NETO et al. (2000) estudaram o efeito da aplicação do laser de Er:YAG sobre a dentina humana, na adesão de diferentes tipos de cimentos obturadores de canais radiculares (Grossman, Sealer 26â, N-Rickert e Endomethasoneâ). Os parâmetros adotados para a irradiação laser foram de 200 mJ, 4Hz, 2,25W, energia total 62J, com 313 pulsos. O teste de adesividade foi realizado por meio de uma máquina universal de ensaios. Os resultados demonstraram que a utilização do laser de Er:YAG aumentou a capacidade de adesão do Sealer 26â, que foi o cimento que apresentou melhor capacidade de adesão comparada com os demais cimentos.
    SHOJI et al. (2000) examinaram o efeito da irradiação com laser Er:YAG com um novo tipo de fibra óptica no preparo e limpeza de canais simulados. A fibra óptica apresenta uma ponta cônica com inclinações de 230 graus. Um modelo de canal foi preparado em dentina bovina com dimensões de 0,5 x 5 mm. A fibra óptica foi introduzida no canal simulado e movida do ápice para o orifício a uma velocidade de 0,75 mm/s. A energia de 10mJ/10pps causou ampliação de dimensões do canal em 106,5%, e, com 20 e 40mJ/10 pps, causou aumento de 116,3% e 118,6%, respectivamente. O exame, por meio de microscopia eletrônica de varredura, indicou que a superfície preparada apresentava-se mais limpa do que a dentina preparada com a broca. A forma cônica da ponta de fibra óptica aumenta a capacidade de ablação de dentina e reduz o tempo de preparo.
    Di LENARDA et al. (2000) investigaram, por meio da microscopia eletrônica de varredura, a limpeza e a capacidade de remoção da smear layer do NaOCl a 5%, NaOCl a 5% alternado com ácido cítrico a 19% e a combinação de EDTA a 15% com Cetrimide. Os achados demonstraram que o ácido cítrico a 19% foi tão eficiente na remoção do smear layer quanto o EDTA a 15% associado com o Cetrimide.
    ALMEIDA (2001) estudou a infiltração marginal coronária em canais radiculares obturados com cimento do tipo Grossman e Sealer 26Ò. Previamente à obturação, os dentes foram divididos em três grupos e submetidos a diferentes tipos de tratamento. No Grupo I, os canais radiculares foram irrigados com hipoclorito de sódio a 1%, no Grupo II, após a instrumentação, os canais radiculares foram irrigados com EDTA a 17% durante 10 minutos e, no Grupo III, após a instrumentação, os dentes foram irradiados com laser Er:YAG (140 mJ, 15Hz, 42 J). A seguir, os dentes foram diafanizados e a infiltração da tinta nanquim medida em microscópio de mensuração. Os resultados mostraram diferença estatisticamente significante (p< 0,01) entre os cimentos testados, com melhores resultados para o Sealer 26Ò. A utilização de procedimentos que removem a smear layer (hipoclorito de sódio a 1% + EDTA a 17% e hipoclorito de sódio a 1% + laser Er:YAG) não apresentaram diferença estatisticamente significante entre si (p>0,05), e propiciaram menor infiltração marginal coronária que os canais irrigados somente com a solução de hipoclorito de sódio a 1% (p<0,01).
    BRUGNERA JÚNIOR (2001) avaliou a ação do laser de Er:YAG e de Nd:YAG sobre a permeabilidade das paredes dos canais radiculares. Trinta dentes caninos humanos foram instrumentados e divididos aleatoriamente em 6 grupos. Os dentes do Grupo 1 foram irrigados com água destilada deionizada; os do Grupo 2, com solução de hipoclorito de sódio a 1%; os do Grupo 3 foram irrigados com água destilada e deionizada e irradiados com laser de Er: YAG (140mJ, 15Hz, 300 pulsos e 42J); os do Grupo 4 foram irrigados com solução de hipoclorito de sódio a 1% e irradiados com laser de Er: YAG nos mesmos parâmetros do grupo anterior; os dentes do Grupo 5 receberam irrigação com água destilada e deionizada e foram irradiados com laser de Nd: YAG (150mJ, 15Hz, 2,25W), e os do Grupo 6 foram irrigados com solução de hipoclorito de sódio a 1% e irradiados com laser de Nd: YAG nos mesmos parâmetros do grupo anterior. O método utilizado para revelar a permeabilidade dentinária foi o histoquímico e a quantificação foi realizada por meio da análise morfométrica. Os resultados evidenciaram que o uso da água destilada e deionizada associada à aplicação do laser de Er:YAG promoveu os maiores valores de permeabilidade dentinária de modo estaticamente significante quando comparado aos demais grupos estudados.
    BARBIZAM (2001) avaliou in vitro a infiltração marginal apical em canais radiculares obturados, com observância dos seguintes fatores: três modos de tratamento das paredes dos canais radiculares durante a instrumentação (NaOCl a 1%, NaOCl a 1% + EDTA a 17% e NaOCl a 1% + laser de Er:YAG nos seguintes parâmetros: 140mJ, 15Hz e energia total de 42J) e a utilização de dois tipos de cimentos obturadores (Top Sealâ e Endo Fillâ). De posse dos resultados, o autor evidenciou que os dentes obturados com o cimento Top Sealâ apresentaram níveis menores de infiltração marginal apical que aqueles obturados com o cimento Endo Fillâ, de modo estatisticamente significante (p<0,01). Os dentes preparados com a solução de NaOCl a 1% isoladamente, e aqueles que receberam a irradiação final com laser Er:YAG, não apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre si (p>0,05), sendo que apresentaram níveis maiores de infiltração marginal apical que os dentes preparados com NaOCl a 1%, que receberam a irrigação final com a solução de EDTA a 17% (p< 0,01).
    A literatura consultada mostra que há poucos trabalhos de investigações sobre a ação dos diferentes tipos de laser sobre a permeabilidade dentinária e, principalmente, do laser Er:YAG. Essa lacuna levou à investigação, no presente estudo, da ação do laser Er:YAG em associação com diferentes soluções irrigantes sobre a permeabilidade da dentina das paredes dos canais radiculares.



PROPOSIÇÃO

    O objetivo do presente trabalho consiste em estudar a permeabilidade dentinária das paredes dos canais radiculares instrumentados com diferentes soluções irrigantes (hipoclorito de sódio a 1%, lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1%, ácido cítrico a 10%, EDTA a 15% e água destilada deionizada), associados ou não à irradiação do laser Er:YAG.



MATERIAL E MÉTODO

    Foram utilizados, neste experimento, 50 incisivos centrais superiores humanos, unirradiculares, oriundos do banco de dentes do Laboratório de Pesquisa em Endodontia da FORP-USP, que estavam armazenados em solução de timol a 0,1% e mantidos em refrigerador a 9º C, até o momento de uso.
    Na Tabela 1 , estão identificados os 10 grupos testados com aplicação ou não do laser Er:YAG e as soluções irrigantes utilizadas.
    Como disciplina de trabalho, os frascos, contendo 5 dentes em cada um, foram divididos aleatoriamente, para que fossem ou não irradiados com laser Er:YAG, correlacionando-se com uma das soluções irrigantes.
    As soluções irrigantes foram aviadas no laboratório de Pesquisa em Endodontia da FORP-USP. A concentração da solução de hipoclorito de sódio foi determinada pelo método da iodometria. Os produtos utilizados para o preparo das soluções de EDTA e Ácido cítrico foram da MERCK (Darmstadt, Alemanha) e o lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio foi da Grace AQUATEC Química Ltda (São Paulo, Brasil).

4.1 Preparação pré-operatória dos dentes

    Os dentes foram removidos do frasco, lavados em água corrente pelo período de 24 horas para a remoção dos traços de timol, e secos com um jato de ar. Depois de secos, foram impermeabilizados na superfície radicular, com exceção do forame apical, com duas camadas de cianoacrilato (Super-bonderâ, Loctite, Brasil Ltda).

4.2 Técnica de instrumentação x irrigação

    Inicialmente foram realizadas as cirurgias de acesso à câmara pulpar dos dentes, com broca esférica diamantada número 2 em alta rotação e refrigeradas com água (INGLE, 1965).
    A odontometria para cada raiz foi realizada com uma lima que se adaptou no diâmetro anatômico do canal radicular, de acordo com o comprimento real do dente.
    Em seguida, para a instrumentação dos dentes, optou-se pela técnica de instrumentação seriada (clássica), utilizando uma ampliação do canal radicular de 200 micrômetros, ou seja, instrumento que se adaptou no diâmetro anatômico mais 4 instrumentos, na numeração subseqüente. Continuando, procedia-se à instrumentação escalonada, com recuo livre, ou seja, com as limas de diâmetros subseqüentes introduzidas no canal radicular até onde paravam. Procedia-se, a seguir, à instrumentação, desse ponto para fora. O canal radicular era, para todos os casos estudados, escalonado até o instrumento de número 80. As 50 raízes receberam o mesmo tratamento com exceção da solução irrigante e da aplicação ou não do laser.
    Cumpre salientar que, durante a instrumentação, o canal radicular foi irrigado com 10 ml da solução irrigante estabelecida e que, no final da instrumentação, o canal foi irrigado com 10 ml de água destilada deionizada.
    Realizada a instrumentação, 5 dentes eram separados e 5 receberam aplicação de laser com o canal repleto da solução irrigante utilizada.

4.3 Aplicação do laser Er:YAG

    O laser Er:YAG utilizado neste trabalho foi o modelo Kavo KEY LaserÒ 1242( Kavo Dental GmbH Vertriebsgesellschaft, Alemanha) (Figura 1a ) CLIQUE AQUI com os seguintes parâmetros: freqüência - 15Hz, 300 impulsos, energia total de 42 J e 140 mJ in put, o que corresponde a 51 mJ out put, (Figura 1b ) CLIQUE AQUI uma vez que o fator de transmissão da fibra óptica é de 0,36 (Figura 1 ).
    Uma ponta de fibra ótica 30/28, de 0,285mm, foi adaptada a um contra-ângulo (Kavo E2055 de procedência alemã). A seguir, a fibra óptica foi introduzida no interior do canal radicular até a região apical. Uma vez que a fibra óptica atingia esta porção, o laser era acionado e a fibra era lentamente removida de apical para cervical com uma velocidade de 2 mm/segundo, com movimento helicoidal (Figura 1c ).
    Após a utilização ou não do laser Er:YAG, as raízes eram secas com um suave jato de ar, e os canais radiculares secos com cones de papel absorvente para receber os reagentes químicos para o ensaio histoquímico.

4.4 Reação histoquímica para detectar os níveis da permeabilidade dentinária das raízes

    O cátion, indicador da profundidade do nível da permeabilidade, foi dado pelo cobre de uma solução aquosa de sulfato de cobre a 10%, e o revelador da presença do cobre foi dado pela complexação do ácido rubeânico de uma solução alcoólica a 1%, reagentes preconizados por FEIGL (1958). Os reagentes empregados na metodologia, assim como as suas procedências, estão listadas na Tabela 2 .
Observando a alteração preconizada por PÉCORA (1985), a técnica empregada obedeceu ao que se segue:
Preparação da solução de sulfato de cobre: 10 gramas de sulfato de cobre foram dissolvidos em 100 mililitros de água destilada deionizada. Nesta solução, adicionaram-se 25 mililitros de hidróxido de amônio a 25,0 %.
Preparação de uma solução alcoólica de ácido rubeânico: 01 grama de ácido rubeânico foi dissolvido em 100 mililitros de álcool etílico.
    Para a pesagem dos produtos químicos, foi utilizada uma balança eletrônica CG Libror 3200H, de procedência nacional.
    Inicialmente, os cinco dentes instrumentados, que formavam um determinado grupo, eram imersos em um recipiente contendo solução de sulfato de cobre a 10%. Esse recipiente era dotado de uma tampa perfurada, por onde era aplicado vácuo por 5 minutos com objetivo de remover o ar contido no interior do canal radicular. Após a aplicação do vácuo, os dentes eram mantidos nesta solução por mais 25 minutos, ali permanecendo por um tempo total de 30 minutos.
    A seguir, os dentes eram removidos do recipiente e suas superfícies eram secas com toalhas de papel absorvente e a solução foi removida do canal radicular por cones de papel absorvente. Imediatamente após, em outro frasco semelhante ao primeiro utilizado, foi adicionada a solução alcoólica de ácido rubeânico. Tanto o tempo de aplicação do vácuo como o tempo de atuação do revelador (ácido rubeânico) sobre as raízes, eram iguais aos utilizados com a solução de sulfato de cobre.
    A reação da solução de sulfato de cobre com a solução de ácido rubeânico faz surgir uma forte coloração na estrutura da dentina do canal radicular que vai do azul intenso até a coloração preta, dependendo da concentração de íons cobre.

4.5 Obtenção de cortes das regiões apical, média e cervical

    As raízes eram seccionadas transversalmente, por meio de uma máquina de corte dotada de disco diamantado de 500 micrometros de espessura (Figura 2 ). Um mostrador micrométrico dava o avanço do dente e eram feitos cortes seriados de 150 micrometros. Assim, obtinham-se quatro cortes de cada região da raiz, em função da espessura do disco de diamante.
    Para proceder a essa operação, os dentes preparados eram incluídos em resina acrílica de rápida polimerização. Para a inclusão dos dentes e facilitar a sua colocação na máquina de corte, eram confeccionados moldes (Ureol 6409Bk, Ciba Geigy), que possibilitavam a feitura dos blocos de acrílico com superfícies lisas e paralelas, de modo que os dentes podiam ser colocados na máquina de corte sempre no mesmo sentido e direção.
    Após a polimerização da resina acrílica, o bloco, com o dente em seu interior, era colocado na máquina de corte, preso firmemente pelas garras da base conectada à haste do mostrador micrométrico. Durante a secção dos dentes, tanto estes, como o disco diamantado, recebiam jatos de água fria, a fim de prevenir a queima da dentina.

4.6 Preparação dos cortes para montagem em lâminas

    Eram selecionados dois cortes para cada região, que eram alinhados horizontalmente de tal forma que a seleção foi dada tomando como referência o aproveitamento do primeiro corte e do terceiro corte da região apical, e essa disciplina de seleção também foi aplicada para as regiões média e cervical.
    Os cortes obtidos eram submetidos a um processo de lixamento sob água corrente, com lixas (Norton, de procedência brasileira) de numeração 320, 400, 500 e 600, até que apresentasse uma espessura de aproximadamente 100 micrômetros, espessura essa que era medida com um paquímetro digital (Tesa, de procedência Suíça). Para a lixagem dos cortes, utilizou-se uma lixadeira previamente confeccionada para esta tarefa (Figura 3 ).
    A seguir, os cortes eram lavados em água corrente por um período de três horas, a fim de remover o pó de dentina e o pó abrasivo da lixa.
    Completada esta etapa, os cortes eram desidratados em álcool ascendente 70°, 80°, 96° e 100%, por um período de duas horas em cada e, depois, clarificados em xilol (3 banhos), e montados em lâminas de vidro com Entellan (MERCK). Após o endurecimento do Entellan, os cortes foram examinados microscopicamente, a fim de observar, com ampliações variáveis, se apresentaram as transparências das áreas coradas e não coradas. Cada lâmina recebeu a identificação de acordo com a solução irrigante utilizada e com a utilização ou não do laser Er:YAG para posterior avaliação quantitativa dos níveis de permeabilidade dentinária.

4.7 Análise Morfométrica

    As lâminas eram submetidas à análise morfométrica por meio de um fotomicroscópio de marca Nikon, de procedência japonesa, sendo que uma das oculares foi substituída por outra de 6X, dotada de uma grade de integração com 400 pontos.
    Para o exame, foi selecionada uma objetiva de ampliação de 2X. Em função da ocular, a ampliação final foi de 12X, o que permitiu um exame panorâmico de toda a área dos cortes. Para facilitar a contagem dos pontos dentro das áreas coradas e não-coradas e, inclusive, daquelas que caiam dentro do vazio correspondente ao canal radicular, foi montado um conjunto formado por três contadores digitais, de marca LINE, de procedência japonesa.
    Assim, contavam-se os pontos que incidiam na área do canal radicular, os da área corada, e os da área de dentina não-corada. Esses dados foram anotados para posterior análise.
    Pelos números de pontos que incidiam em cada área, calculou-se a porcentagem de penetração dos íons de cobre na dentina radicular, referente a cada uma das soluções irrigantes estudadas.
    Para o cálculo da porcentagem de penetração dos íons cobre na dentina, deduziu-se a seguinte equação matemática:
     Na Figura 4 , observam-se três círculos concêntricos, C, M, D. O círculo central C representa o canal radicular, a área M representa a área ocupada pela mancha colorida, e a área D, mais externa, representa a área de dentina não colorida. Considerando os raios Rc, Rm e Rt, as áreas dos três círculos concêntricos podem ser indicadas assim:

Isolando-se nessas equações os raios, tem-se:

    Pelo exame da Figura 4 , verifica-se que o valor ED, referente à espessura da dentina, é dado pela diferença entre os raios dos círculos maior (raiz) e menor (canal):

    Substituindo-se os raios Rt e Rc pelos seus valores correspondentes (6) e (4), obtém-se:

    Que é equivalente a:

    Por sua vez, a mesma Figura 4 fornece o valor da penetração (p) do corante na dentina:

    Substituindo-se os valores de Rm e Rc pelos seus equivalentes (5) e (4), chega-se a:

    Que por sua vez equivale a:

    O coeficiente de penetração (Cp) é dado pela relação entre a profundidade de penetração do corante na dentina (p) e a espessura desta (Ed):

    Substituindo-se agora (p) e (Ed) pelas suas expressões algébricas correspondentes, tem-se:

    Que é idêntica a:

    Efetuando-se a simplificação da expressão, obtém-se:

    Em termos de porcentagem de penetração do corante na dentina, pode-se expressar esse mesmo coeficiente de penetração como (p(d)), da seguinte forma:

    Como   corresponde à área exclusiva da dentina corada (M), pode ser representada pelo número de pontos que incidem sobre essa área (Pm), assim como o número de pontos contados nas áreas C (canal) e T (total) é proporcional às próprias áreas   e   ou PC e PT.
    Como o número de pontos contados em cada uma das áreas (C, M e D) é proporcional às próprias áreas, a expressão (17) acima pode ser também indicada como uma função do número de pontos incidentes em cada área, ou seja, pela expressão (18).
    Após a obtenção dos valores em porcentagem da penetração de íons cobre, os dados foram tabulados para que pudessem ser submetidos à análise dos parâmetros amostrais e verificar que tipo de análise estatística pode ser utilizado, ou seja, paramétrica ou não-paramétrica.
    Com objetivo de facilitar a redação, construções das tabelas e dos gráficos, adotou-se a expressão água para se referir à água destilada deionizada; a expressão lauril para expressar lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio; a fórmula NaOCl para expressar a solução de hipoclorito de sódio e a abreviação + laser para expressar: mais a irradiação com laser Er:YAG



RESULTADOS

    O modelo matemático do presente estudo é composto por dois fatores de variação, sendo um independente e um vinculado. O primeiro chamado de tratamento e o segundo, vinculado, denominado de terços radiculares. O número total de dados é de 150 valores numéricos correspondentes aos porcentuais médios da penetração de íons cobre na dentina das paredes dos canais radiculares. Estes dados são advindos do produto fatorial de dez tratamentos (água destilada deionizada, água destilada deionizada + laser, lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1%, lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% + laser, hipoclorito de sódio a 1%, hipoclorito de sódio a 1% + laser, EDTA a 15%, EDTA a 15% + laser, ácido cítrico a 10% e ácido cítrico a 10% + laser), três terços (cervical, médio e apical) e cinco repetições: 10 x 3 x 5 = 150. Os dados estão expressos na Tabela 3 .
    A Tabela 4 mostra as médias e os respectivos desvios padrão dos dados da Tabela 3.
    Testes preliminares foram realizados, utilizando os dados originais da Tabela 3 e um “software” estatístico (GMC Software, versão 8.1), com a finalidade de verificar a normalidade da distribuição amostral, a fim de decidir sobre que tipo de estatística deveria ser empregada, paramétrica ou não-paramétrica.
    Esses testes iniciais compreendiam quatro etapas, nas quais se calculavam os parâmetros amostrais, fazia-se a distribuição das freqüências acumuladas das curvas experimental e normal matemática, além de traçar o histograma de freqüências em intervalos de classe medidos pelo desvio padrão da amostra.
    Os resultados desses testes serão expostos a seguir:

1. Parâmetros amostrais

    Pela Tabela 5 , observa-se que houve uma quantidade considerável de valores situados no intervalo de classe a que pertence a média amostral, e uma quase-simetria da distribuição dos dados em torno da média (45 dados abaixo contra 41 acima da média). Esses parâmetros falam em favor de uma distribuição normal.

2. Distribuição de freqüências

    A Tabela 6 mostra que a distribuição das freqüências absoluta por intervalo de classe apresenta tendência central: 01, 08, 36, 64, 30, 09, 02.
    O gráfico da Figura 5 foi traçado a partir dos percentuais acumulados de freqüências, que constam na Tabela 6 .
    Esse gráfico registra duas linhas superpostas, uma correspondente à curva normal matemática e a outra, à curva experimental.
    O grau de concordância, de ajuste, ou de aderência entre essas duas curvas é avaliado pela maneira como ambas se ajustam. A discrepância relativamente pequena entre elas traduz uma boa possibilidade de a distribuição amostral ser normal.

3. Histograma de freqüências

    Continuando, traçou-se o histograma de freqüência da amostra experimental, e, ao mesmo tempo, se sobrepôs a ele o traçado da curva normal matemática com a mesma média e o mesmo desvio-padrão, a fim de servir como termo de comparação ( Figura 6 ).

4. Teste de aderência à curva normal

    A Tabela 7 apresenta os resultados do teste de aderência da distribuição de freqüências por intervalo de classe da distribuição normal em relação à mesma distribuição dos dados amostrais. O resultado (c2=0,99) para 4 graus de liberdade indica probabilidade de 91,11% de a curva testada ser normal.
    Os testes preliminares realizados levaram à conclusão de que a distribuição dos dados experimentais deste trabalho, referentes às porcentagens de penetração de íons cobre na dentina das paredes dos canais radiculares, era normal o que autorizava a aplicação da análise de variância e, pelo fato de se tratar de um modelo misto, em que se associavam ao mesmo tempo fator de variação independente (tratamentos) e fator de variação vinculado (terços das raízes), usou-se o tipo de análise de variância com dois fatores de variação, sendo um deles vinculado (Tabela 8 ).
    A análise de variância acusou alta significância, no nível de 1% de probabilidade, para a hipótese de igualdade dos dois fatores de variação estudados como, também, para as interações, mostrando haver diferenças relevantes entre os tratamentos (p<0,01), entre os terços (p<0,01) e entre as interações (p<0,01).
    A fim de esclarecer quais dentre os tratamentos envolvidos na análise de variância seriam significantemente diferentes entre si, efetuou-se um teste de Tukey complementar para comparar as médias referentes aos tratamentos estudadas (Tabela 9 ).
    O teste de Tukey (Tabela 9 ) indica que há diferenças entre as soluções estudadas. Porém, há dados que estão entrelaçados, ora pertencendo a um grupo e ora pertencendo a outro.
    Assim, para esclarecer melhor o que ocorre entre essas soluções, aplicou-se o teste estatístico de Scheffé (Tabela 10 ).
    O teste de Scheffé entre os tratamentos possibilitou um agrupamento das médias em três grupos, ou seja, o primeiro grupo, com a maior evidenciação da permeabilidade dentinária era constituído pelo uso da água destilada deionizada mais irradiação com laser Er:YAG laser e uso da solução de hipoclorito de sódio a 1% utilizada isoladamente. O segundo grupo, expressava uma evidenciação da permeabilidade com valor intermediário, era constituído pelo uso dos seguintes tratamentos: hipoclorito de sódio a 1% + laser, EDTA + laser, lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% + laser, EDTA, ácido cítrico e ácido cítrico + laser. O terceiro grupo, o que permitiu menor evidenciação da permeabilidade dentinária era constituído pelo uso da água destilada deionizada e lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% utilizado isoladamente.
    Com objetivo de facilitar o entendimento, construiu-se o gráfico da Figura 7 com base nas médias das porcentagens de infiltração dos íons cobre na dentina radicular.
    A fim de esclarecer quais dos terços envolvidos na análise de variância seriam significantemente diferentes entre si, efetuou-se o teste de Tukey complementar para comparar as médias referentes aos terços (cervical, médio e apical) estudados (Tabela 11 )
    O teste de Tukey (Tabela 11 ) acusou diferença estatística entre o terço apical e os demais terços (cervical e médio). Os terços cervical e médio, por sua vez, apresentam-se semelhantes quanto à permeabilidade dentinária radicular nos incisivos centrais superiores. Pode-se dizer que o terço cervical e médio apresentam maior penetração de íons cobre do que o terço apical.
    As Figuras 8 , 9 , 10 , 11 , 12 , 13 , 14 , 15 , 16 e 17  ilustram a infiltração de íons cobre nos canalículos dentinários das paredes dos canais radiculares dos grupos experimentais deste trabalho, conforme os grupos a saber:



DISCUSSÃO    

    A permeabilidade é uma característica inerente da dentina, uma vez que este tecido é constituído por um grande número de
 canalículos dentinários.
    O estudo da permeabilidade dentinária sempre mereceu destaque especial para os endodontistas, uma vez que a limpeza e desinfecção dos canais radiculares pressupõem a utilização de substâncias químicas que promovam sua penetração no interior dos canalículos dentinários (WACH et al., 1955; MARSHALL et al., 1960; COHEN et al., 1970; ROBAZZA, 1973; FRÓIS et al., 1981; PÉCORA, 1985, 1990, 1992; PÉCORA et al., 1993, 2000a; ZUOLO et al., 1987; SILVA, 1988 e BRUGNERA JÚNIOR, 2001).
    A ação do laser de Er:YAG tem sido estudada e vários pesquisadores têm demonstrado sua ação eficaz na remoção da smear layer dos canais radiculares (TAKEDA et al., 1998 a, b; TAKEDA et al., 1999 e MATSUOKA et al., 1998).
    No que diz respeito à ação do laser de Er:YAG sobre a permeabilidade dentinária, PÉCORA et al. (2000a) e BRUGNERA JÚNIOR (2001) demonstraram que este laser, quando utilizado com água destilada deionizada, promove aumento da evidenciação da permeabilidade dentinária das paredes dos canais radiculares de modo estatisticamente diferente que a associação da solução de hipoclorito de sódio com este tipo de laser.
    Estudos dos efeitos do laser Er:YAG sobre as paredes dos canais radiculares vêm sendo persistentemente realizados, objetivando a estabelecer uma conduta segura para suas aplicações na Endodontia.
    Adotou-se, neste trabalho, método histoquímico para detectar a permeabilidade dentinária proposto por PÉCORA (1985) pelos seguintes motivos, a saber: a) alta reprodutibilidade do método; b) o íon cobre apresenta tamanho molecular bem menor que as moléculas orgânicas dos corantes, sem os efeitos nocivos à saúde do pessoal do laboratório e ao meio ambiente, causada pelo uso de radioisótopos; e c) permite que os cortes obtidos das raízes dos dentes sejam diafanizados, o que possibilita o exame ao microscópio.
    A revelação dos íons cobre pelo ácido rubeânico é dada por uma reação química, cujo resultado é a formação de um sal, o rubeanato de cobre, que é insolúvel tanto em álcoois como em xilol. A sensibilidade do método de revelação do cobre pelo ácido rubeânico é da ordem de 0,006g (micrograma). (FEIGL, 1958).
    A quantificação da penetração dos íons de cobre por meio da análise morfométrica com grade de integração oferece segurança quanto à determinação de área e ou porcentagem de infiltração na dentina. Este método é de fácil execução (PÉCORA, 1985).
    Neste trabalho, as soluções empregadas isoladamente na irrigação do canal radicular e em associação com a aplicação do laser de Er:YAG foram a água destilada deionizada, a solução de hipoclorito de sódio a 1%, o lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1%, a solução de EDTA a 15% e a solução de ácido cítrico a 10%.
A água destilada deionizada é utilizada nos estudos de permeabilidade como solução controle, pois não tem ação sobre os componentes orgânicos e inorgânicos presentes no interior dos canais radiculares ou resultantes do ato de instrumentação. Já a solução de hipoclorito de sódio promove aumento na evidenciação da permeabilidade dentinária por causa de sua ação de solvência de tecidos orgânicos presentes nos canais radiculares (PÉCORA, 1985, 1990, 1992; PÉCORA et al., 1993 e 2000a).
    Os resultados da análise de variância evidenciaram diferença estatística significante entre tratamentos realizados e entre terços dos canais radiculares (p<0,01) (Tabela 8). Para esclarecer quais dentre os tratamentos eram diferentes entre si, aplicou-se o teste complementar de Tukey entre tratamentos (Tabela 9).
    O teste de Tukey entre os tratamentos empregados no preparo dos canais radiculares não esclareceu o problema, visto que ocorria superposição dos resultados. A fim de elucidar qual a real posição dos resultados em relação aos tratamentos, aplicou-se o teste de Scheffé (Tabela 10).
    O teste de Scheffé (Tabela 10) entre os tratamentos possibilitou o agrupamento das médias em três grupos, ou seja, o primeiro grupo, com a maior evidenciação da permeabilidade dentinária, era constituído pelo uso da água destilada deionizada mais irradiação com laser Er:YAG e uso da solução de hipoclorito de sódio a 1% utilizada isoladamente. O segundo grupo expressava evidenciação da permeabilidade com valor intermediário, era constituído pelo uso dos seguintes tratamentos: hipoclorito de sódio a 1% + laser; EDTA + laser; lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% + laser; ácido cítrico + laser; EDTA e ácido cítrico. O terceiro grupo, o que permitiu menor evidenciação da permeabilidade dentinária, era constituído pelo uso da água destilada deionizada e lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% utilizados isoladamente.
    O fato de a água destilada deionizada e da solução de lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% apresentarem menores resultados quanto à evidenciação da permeabilidade dentinária está de acordo com o trabalho de PÉCORA (1985). A água é utilizada como solução controle dos trabalhos de permeabilidade, pois não interfere nesta característica da dentina (MARSHALL et al., 1960; PÉCORA, 1985,1990, 1992; PÉCORA et al., 2000 e BRUGNERA JÚNIOR, 2001).
    Os tratamentos dos canais radiculares realizados com ácido cítrico; acido cítrico + laser; EDTA; EDTA + laser; hipoclorito de sódio a 1% + laser e lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio + laser apresentaram resultados estatisticamente semelhantes entre si, no que diz respeito à evidenciação da permeabilidade dentinária. Observa-se, aqui, que, nos casos das soluções de ácido cítrico e de EDTA, os seus usos com e sem associação com laser Er:YAG não alteram os resultados, pois estas soluções, independente da ação do laser, já atuam na remoção da smear layer. Como elas não realizam solvência tecidual, removem smear layer mas não removem restos orgânicos que podem estar no interior dos canalículos dentinários. O laser Er:YAG, nos parâmetros utilizados, não melhora a ação destas soluções irrigantes sobre a permeabilidade dentinária das paredes dos canais radiculares.
No que diz respeito ao uso da solução de lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% + laser, obteve-se aumento da evidenciação da permeabilidade em relação ao uso desse tensoativo utilizado isoladamente. Este fato pode ser explicado, pois a solução tensoativa estudada não remove smear layer e a sua associação com o laser de Er:YAG favorece a remoção desses detritos de dentina.
    A utilização do laser associado à solução de hipoclorito de sódio a 1% apresentou evidenciação da permeabilidade dentinária com valores menores do que a utilização desta solução quando utilizada isoladamente, e este fato pode ser explicado do seguinte modo: a) a solução de hipoclorito de sódio apresenta alta condutividade iônica (34mS) e este fato faz com que o laser não interaja bem com esta solução (PÉCORA et al., 2000a e BRUGNERA JÚNIOR, 2001) e, b) o calor gerado pelo laser, no interior do canal radicular decompõe rapidamente a solução de hipoclorito de sódio, impedindo-a de exercer satisfatoriamente sua ação solvente de tecido orgânico.
    Os maiores valores de penetração de íons cobre foram observados com o uso da solução de hipoclorito de sódio a 1% isoladamente e com o uso da água destilada deionizada associada com o laser Er:YAG.
    As soluções de hipoclorito de sódio, independentemente das concentrações utilizadas, promovem aumento da evidenciação da permeabilidade dentinária em virtude da sua alta ação de solvência de tecido orgânico. Esses resultados são concordantes com (PÉCORA, 1985, 1990, 1992; PÉCORA et al., 2000a; BRUGNERA JÚNIOR, 2001). O hipoclorito de sódio não remove a smear layer (McCOMB & SMITH, 1975; YAMADA et al., 1983; MADER et al., 1984), porém realiza solvência tecidual e limpa os canalículos dentinários. A smear layer não impede a ação do hipoclorito de sódio por si só. Acredita-se que o smear plug pode impedir a ação do hipoclorito de sódio no interior dos canalículos dentinários.
    O uso da água destilada deionizada associada ao laser Er:YAG promoveu aumento da evidenciação da permeabilidade e este fato comprova os achados de PÉCORA et al. (2000a) e BRUGNERA JÚNIOR (2001). Este laser interage com a água e remove smear layer dos canais radiculares. A água destilada deionizada aqui utilizada apresentava condutividade iônica de 1,9µS.
    Para complementar o estudo realizado e tecer as considerações que compõem a presente discussão, aferiu-se a avaliação da condutividade iônica das soluções estudadas por meio de um condutivímetro Analion C-701. Os resultados mostraram que a condutividade iônica do hipoclorito de sódio a 1% era de 34,0mS, a da solução de EDTA a 15% era de 48,3mS, a do ácido cítrico a 10% era de 7,08mS, a da solução de lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% era de a 0,061mS e a da água destilada deionizada era de 1,9µS. Todas essas soluções apresentaram quantidades de íons bem maiores que a observada na água destilada deionizada utilizada. Como o laser Er:YAG interage bem com a água destilada deionizada, essa quantidade de íons explica, também, a ineficiência da interação do laser aqui estudado, com as soluções de hipoclorito de sódio a 1%, EDTA a 15%, e ácido cítrico a 10%. Não obstante, melhora a ação da solução de lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1%, pois a pouca presença iônica nesta solução parece não interferir na ação do laser Er:YAG. Este fato pode ser visto nos resultados do Teste de Scheffé (Tabela 10).
    Assim, os diferentes meios líquidos (soluções) fazem com que a luz laser tenha scattering (espalhamento) diferente e atinja o tecido com intensidade alterada e promovem absorções diferentes. Desta forma, é importante verificar que as soluções irrigantes empregadas no tratamento endodôntico interage de modos diferentes com o laser Er:YAG.
    O laser Er:YAG, por ter praticamente o mesmo pico de absorção da água, quando encontra as paredes do canal embebidas por ela, promove uma interação maior. As soluções irrigantes, com picos a absorção diferentes ao do laser, interferem no seu mecanismo de scattering (espalhamento) e na sua absorção, promovendo interações mais pobres.
    Com base nestes achados, aconselha-se irrigar abundantemente os canais radiculares com água destilada deionizada com objetivo de remover a solução irrigante utilizada, antes da aplicação do laser de Er:YAG.
    Quanto à permeabilidade dos terços das raízes, o teste de Tukey (Tabela 11) mostrou que os terços cervical e médio apresentam resultados estatisticamente semelhante entre si, porém maiores do que a permeabilidade do terço apical. Esses achados estão de acordo com ZUOLO et al. (1987); PÉCORA (1992); PÉCORA et al. (2000a) e BRUGNERA JÚNIOR (2001).
    Os trabalhos de WHITAKKER & KNEALE (1979) e CARRINGAN et al. (1984) mostraram que as regiões apicais dos canais radiculares apresentam menor número de canalículos dentinários por unidade de área do que os terços cervical e médio. Sendo assim, sempre a permeabilidade da região apical será menor que os demais terços da raiz.
    A realização deste trabalho abre novas perspectivas de investigação, tais como: a) avaliar a interação de diferentes soluções irrigantes com diferentes tipos de laser sobre a permeabilidade da dentina radicular, b) investigar a influência de diferentes soluções irrigantes no sentido de potencializar ou inibir a ação do laser c) investigar a capacidade de solvência do tecido pulpar do hipoclorito de sódio associado à aplicação do laser Er:YAG.



CONCLUSÕES

Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, pode-se concluir que:

1.
A utilização do laser Er:YAG atuou de modo distinto: interferiu negativamente na evidenciação da permeabilidade dentinária quando se utilizou o hipoclorito de sódio a 1%, não alterou os índices de evidenciação apresentados pelas soluções de EDTA e ácido cítrico, e melhorou os índices de evidenciação apresentados pela solução de lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% e pela água destilada deionizada.

2. A utilização da água destilada deionizada associada ao laser Er:YAG e o uso isolado da solução de hipoclorito de sódio a 1% promoveram os maiores valores de evidenciação da permeabilidade dentinária radicular em relação aos demais tratamentos e de modo estatisticamente semelhantes entre si.

3. Os tratamentos realizados com as soluções de hipoclorito de sódio a 1%, EDTA a 15%, ácido cítrico a 10% e lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% todas associadas ao uso do laser Er:YAG, e com as soluções de EDTA a 15% e ácido cítrico a 10% utilizadas isoladamente apresentaram evidenciação da permeabilidade dentinária de modo estatisticamente semelhantes entre si e com valores intermediários quando comparados aos demais tratamentos, ou seja, valores maiores que os obtidos com o uso da água destilada deionizada e com lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% e menores que os valores de evidenciação da permeabilidade obtidos com a utilização da água destilada deionizada associada ao laser Er:YAG e à solução de hipoclorito de sódio a 1% utilizada isoladamente.

4. A água destilada deionizada e a solução de lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% promoveram os menores valores de evidenciação da permeabilidade dentinária dos canais radiculares e de modo estatisticamente semelhantes entre si.
  
4.1. A associação do laser Er:YAG com a solução de lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% possibilitou aumento da evidenciação da permeabilidade dentinária de modo estatisticamente significante em relação à água destilada deionizada e à solução de lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% utilizadas de modo isolado.

5. Os terços cervical e médio dos canais  radiculares apresentam valores de evidenciação da permeabilidade dentinária de modo estatisticamente semelhantes entre si e maiores que os valores obtidos no terço apical, em todos os tratamentos realizados



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SUMMARY

    This study evaluated radicular dentine permeability of root canal walls when using different irrigating solutions associated or not with Er:YAG laser.
    Fifty human maxillary incisors, obtained from laboratory stock, were divided randomly into ten groups of five teeth each.
    External surfaces of the teeth were impermeabilized with cyanoacrylate (Super Bonder). After chamber access, the root canals were instrumented according to the step-back technique. Ten ml of irrigating solution was used in each root canal. Group I: irrigated with distilled and deionized water; Group II: irrigated as Group I and irradiated with laser; Group III: irrigated with 0.1% laurel diethyleneglycol ether sodium sulfate; Group IV: irrigated as Group III and irradiated with laser; Group V: irrigated with 1% sodium hypochlorite, Group VI: irrigated as Group V and irradiated with laser; Group VII: irrigated with 15% EDTA; Group VIII: irrigated as Group VII and irradiated with laser; Group IX: irrigated with 10% citric acid; Group X: irrigated as Group IX and irradiated with laser.
    Laser (KaVo Key Laser II) was applied with the following parameters: 15Hz, 300 pulses, 42 J total energy and 140 mJ input and 51 mJ output. The fiber optic tip was introduced until the apex and the laser was activated. The tip was withdrawn gently with helicoidally movement from the apex until the cervical portion.
    After preparation of the root canals, the roots were immersed in 10% copper sulfate for 30 minutes and then immersed in 1% rubianic acid alcohol solution for the same period.The roots were sectioned transversally in 150-µm slices, sanded, washed, dehydrated, cleared and mounted on glass slides for microscopic examination. The quantification of the penetration of copper ions was done by morphmetric analysis.
    Results showed that distilled and deionized water + laser and 1% sodium hypochlorite presented the highest dentine permeability (p>0.05) and was statistically different from the other groups (p<0.05).
    The use of 0.1% laurel diethyleneglycol ether sodium sulfate and distilled and deionized water separately showed less of an increase in dentine permeability than the other studied solutions and statistically similar.
    One percent sodium hypochlorite + laser, EDTA + laser, and citric acid + laser, 0.1% laurel diethyleneglycol ether sodium sulfate + laser and EDTA and citric acid separately were statistically similar (p>0.05) and showed intermediate values of dentine permeability when compared to other treatments.