FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA RESTAURADORA

TESE DE LIVRE-DOCÊNCIA

ESTUDO IN VITRO DO EFEITO DA APLICAÇÃO DO LASER ER:YAG SOBRE A DENTINA HUMANA NA ADESIVIDADE DE DIFERENTES CIMENTOS OBTURADORES DOS CANAIS RADICULARES

IN VITRO STUDY OF THE EFFECT OF LASER Er: YAG APPLICATION ON HUMAN DENTINE IN THE ADHESION OF DIFFERENT ROOT CANAL SEALERS

MANOEL DAMIÃO DE SOUSA-NETO
RIBEIRÃO PRETO, 1999, 87p.
Esta tese foi realizada no Laboratório de Pesquisa em Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto e Laboratório de Pesquisa em Endodontia do Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

RESUMO | SUMMARY | INTRODUÇÃO | REVISÃO | PROPOSIÇÃO | MATERIAL E MÉTODO | RESULTADOS | DISCUSSÃO | CONCLUSÕES | REFERÊNCIAS

Resumo

A adesividade do cimento obturador à parede do canal radicular é uma das propriedade que um material obturador deve possuir para possibilitar um selamento o mais hermético possível do canal radicular.

O presente estudo buscou avaliar in vitro o efeito da aplicação do laser Er: YAG sobre a dentina humana na adesividade dos seguintes cimentos obturadores dos canais radiculares: Grossman, EndométhasoneÒ , N –RickertÒ e Sealer 26Ò .

Foram utilizados 40 molares humanos que tiveram suas coroas desgastadas na face oclusal até obter uma superfície de dentina plana. Os dentes foram divididos em dois grupos. No primeiro grupo foi aplicado apenas solução fisiológica, no segundo grupo a dentina foi irradiada com o laser Er: YAG (Kavo Key Laser 2), utilizando-se os seguintes parâmetros: distância focal de 11 milímetros com incidência perpendicular à superfície de dentinária, freqüência de 4 Hz, energia de 200 mJ, energia total de 62 J e 313 impulsos, tempo de um minuto e potência de 2,25 w.

A relação pó/líqüido e o tempo de endurecimento de cada cimento foram determinados preliminarmente. Para o teste de adesividade utilizou-se uma máquina universal de ensaio, marca Instron, modelo 4444.

Os resultados evidenciaram haver diferença estatística ao nível de 1% para os cimentos testados e os diferentes tratamentos na superfície dentinária. O Sealer 26Ò aderiu melhor, tanto à dentina preparada com laser Er: YAG como àquela sem preparo, que os cimentos EndométhasoneÒ , Grossman e N-RickertÒ . A aplicação do laser Er: YAG sobre a superfície dentinária não influenciou na adesividade dos cimentos de Grossman, N-RickertÒ e EndométhasoneÒ , porém aumentou significantemente a adesividade do cimento Sealer 26Ò .


Summary

The adhesion of an endodontic sealer to the root canal walls is one of the properties a material must have to promote a sealing as hermetic as possible of the root canal.

The present study evaluates in vitro the effect of Er:YAG laser applied to human dentine on the adhesion values of the following root canal sealers: Grossman, Endométhasone®, N-Rickert® and Sealer 26®.

For this experiment, forty human molars had their crowns cut in the oclusal side until a flat dentine surface was obtained. The teeth were divided in two groups; in the first one, a saline solution was applied, whereas in the second the surface was irradiated with Er:YAG laser (KaVo Key Laser 2), using the following parameters: 11 mm focal distance, with perpendicular incidence to the dentine surface; 4 Hz frequence; 200 mJ energy; total energy of 62 J and 313 pulses; one minute application time and 2.25 W power.

Powder-liquid ratio and setting time of each sealer were determined previously. For the adhesion test, an universal testing machine (Instron, model 4444) was used.

The results evidenced a statistical difference at 1% for the tested sealers and the different treatments of the dentine surface. The Sealer 26® showed the best adhesion values either to lased dentine as to saline solution treated dentine when compared to Endométhasone®, Grossman and N-Rickert® sealers. The application of Er:YAG laser to the dentine surface did not alter the adhesion of the Grossman, N-Rickert® and Endométhasone® root canal sealers, increasing, however, the adhesion of Sealer 26®.


Introdução

A literatura endodôntica sempre se preocupou em evidenciar a necessidade de se obturar o canal radicular de forma hermética. LEONARDO & LEAL58 (1991) afirmaram que obturar um canal radicular significa preenchê-lo em toda a sua extensão com um material inerte e anti-séptico, obtendo assim o selamento o mais hermético possível daquele espaço, de modo a não interferir e, se possível, estimular o processo de reparo apical e periapical, que deve ocorrer após o tratamento endodôntico radical.

O objetivo da obturação de um canal radicular consiste em manter o tecido periapical sadio (BUCKLEY17, 1929). Segundo esse autor, devido à impossibilidade de se esterilizar toda a massa canalicular da dentina, as extremidades internas dos canalículos devem ser hermeticamente seladas para prevenir a infecção ou reinfecção dos tecidos periapicais.

McELROY63 (1955) realizou uma retrospectiva histórica a respeito da obturação dos canais radiculares e listou alguns dos materiais que já haviam sido utilizados para esse fim: ouro em folha com uma superfície resinada; fosfato tricálcico com eugenol; óxido de zinco e ácido hidroclórico; carvão animal pulverizado com iodofórmio; pontas de madeira de laranjeira associadas a uma pasta de iodofórmio e fenol; oxicloreto de zinco e lã mineral; estanho em folha; chumbo em folha coberto com uma pasta de fenol e iodo; pontas de madeira embebidas em bicloreto ou mercúrio a 0,5%; madeira avermelhada (cedro) associada à parafina; partes iguais de óxido de zinco e iodofórmio transformadas em pasta com creosoto; pontas de algodão saturadas com óleo de canela ou fenol canforado; iodeto de timol e parafina misturados com a ajuda de calor brando; fenil salicilato e bálsamo; amálgama de cobre; pasta de óxido de zinco e eugenol; dentina de cachorro; marfim pulverizado e dentina humana.

CALLAHAN19 (1914) utilizou guta-percha dissolvida em clorofórmio, a qual, após ligeira modificação, foi proposta sob a forma de um cone sólido de guta-percha associado a essa solução química. A resina vegetal guta-percha é um material que, nos dias atuais, é amplamente utilizado para os mais variados fins na Odontologia, notadamente como material obturador dos canais radiculares, associada aos cimentos obturadores.

PRINZ78(1912) salientou que o objetivo da obturação do canal radicular consiste na reposição da polpa dental destruída por um material sólido que não sofra alteração dimensional e que seja inerte.

Os trabalhos de PRINZ78 (1912), GROSSMAN37 (1958) e BRANSTETTER & FRAUNHOFER9 (1982) somam-se e complementam-se, possibilitando listar uma série de características que os cimentos obturadores de canais radiculares devem possuir:
 
 

1. não devem ser agentes putrefativos;
2. devem ter qualidades anti-sépticas permanentes;
3. devem ser de fácil introdução no canal;
4. devem ser biocompatíveis;
5. não devem descolorir as estruturas dentais;
6. não devem ser porosos e devem manter-se estável dimensionalmente;
7. devem ser de fácil remoção do interior do canal se necessário for;
8. devem obturar hermeticamente os canalículos dentinários e o forame apical contra a invasão bacteriana;
9. devem ser radiopacos;
10. devem apresentar boa adesividade com as paredes do canal radicular e
11. devem possibilitar uma consistência satisfatória.

Na prática, tem-se observado a impossibilidade de um material preencher todas as características desejáveis e ideais para um cimento obturador dos canais radiculares. O que normalmente ocorre é a prevalência de algumas delas em detrimento de outras.

Porém, apesar de não existir ainda um material que só possua boas características, a atividade dos pesquisadores não pára na tentativa de encontrar o melhor material possível para a finalidade desejada.

GOLBERG34 (1982) classificou os materiais obturadores dos canais radiculares em dois tipos: os levados ao canal radicular em estado sólido (cone de prata e a guta-percha), e os levados ao canal radicular em estado plástico (pastas e cimentos).

Os cimentos podem ser classificados em: cimentos resinosos à base de resina epóxi ou polivinílicas, cimentos à base de óxido de zinco eugenol que contêm ou não medicamentos, cimentos que contêm hidróxido de cálcio e, mais recentemente, os cimentos à base de ionômero de vidro.

Ao estudar o perfil ideal que um material obturador deve possuir torna-se possível estabelecer os parâmetros de pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos, bem como a avaliação daqueles já existentes no mercado.

Para efeito didático, pode-se dividir as propriedades dos cimentos obturadores de canais radiculares em físico-químicas, antimicrobianas e biológicas.

Em relação aos estudos das propriedades físico-químicas dos cimentos obturadores dos canais radiculares, deve-se salientar que em 1984, foi efetivada uma série de normas e testes para a avaliação dos materiais obturadores endodônticos, divulgada no ano anterior pela American Dental Association. Tal fato reveste-se de muita importância, pois a partir de então passaram a existir procedimentos padronizados, com finalidade específica de avaliar as propriedades físicas dos materiais em pauta.

A Especificação 57 para materiais obturadores endodônticos da American Dental Association2 (ADA) determina, para avaliação das propriedades físicas, os seguintes testes: escoamento, espessura do filme, tempo de endurecimento, radiopacidade, solubilidade e desintegração e estabilidade dimensional. Vale salientar que esta norma não prevê nenhum modelo paras os testes de adesividade e infiltração.

A adesividade significa a capacidade do cimento obturador em aderir às paredes dentinárias do canal radicular e propiciar um meio cimentante que promova a união entre os cones de guta-percha entre si e estes com a dentina.

A American Dental Association não padronizou um método para o estudo da adesividade dos cimentos obturadores dos canais radiculares já que não existe um consenso entre os pesquisadores que estudam esse assunto.

GROSSMAN43 (1976) propôs o uso de uma máquina simples constituída de uma haste em forma de T dotada de duas roldanas e um fio. Uma das extremidades do fio é conectada ao material a ser testado e na outra extremidade se conecta à carga. Adiciona-se carga até a separação do material obturador da superfície dentinária. A massa necessária para a ruptura é relacionada com a aceleração da gravidade do local do teste, conseguindo-se a força de tração de ruptura. Depois, calcula-se a tensão de tração que relaciona, por sua vez, a força de tração de ruptura à área de cimentação.

Æ RSTAVIK71 (1983) propôs o uso da Máquina Universal de Ensaios para os testes de adesividade dos materiais obturadores dos canais radiculares. Esse método foi seguido por HYDE49 (1986); WENNBERG & ØRSTAVIK103 (1990) e SOUSA NETO92 (1997), que afirmaram que o teste de adesividade aferido pela Máquina Universal de Ensaios promove uma maior uniformidade e reprodutibilidade, propiciando a obtenção de dados fidedignos. Os valores da tensão de tração expressos em MPa (Mega-Pascal) favorecem a comparação dos resultados, uma vez que é uma unidade aceita internacionalmente. SOUSA NETO92 (1997) salientou a importância de utilizar nesse ensaio de tração um dispositivo oscilante entre a célula de carga e a garra, evitando a aplicação de excentricidade de força à parte sensível da célula, eliminando erros de medição.

WHITE104 et al (1984) e KENNEDY54 et al (1986) relatam que o smear layer consiste em um fator negativo na obturação do canal radicular, pois ele é composto de matéria orgânica e inorgânica aderindo fragilmente na interface material obturador e parede do canal radicular, interferindo, deste modo, na adesividade do material obturador à parede do canal radicular.

Sendo assim, torna-se fácil entender a preocupação dos pesquisadores em relação à remoção da camada smear layer previamente à obturação do canal radicular, com o objetivo de possibilitar a penetração do cimento nos canalículos dentinários, promovendo o embricamento mecânico e aumentando a ligação física do cimento com a parede do canal. Segundo GARBEROGLIO & BECCE33 (1994), para essa finalidade, a solução utilizada é o EDTA.

O uso do laser tem mostrado grandes promessas na terapia do canal radicular, sendo que uma das aplicações é a remoção do smear layer remanescente das paredes dos canais radiculares. Recentemente, TAKEDA96 et al (1999) demonstraram a capacidade do laser Er: YAG em remover o smear layer.

Uma vez que estudo do laser na Odontologia, e especificamente em relação à Endodontia, são poucos, o objetivo do presente trabalho consiste em avaliar o efeito da aplicação do laser Er:YAG sobre a adesividade à dentina humana de alguns cimentos obturadores de canais radiculares.



 

Revista da Literatura

Para melhor compreensão a revisão de literatura será dividida em dois tópicos, a saber:

a) Laser aplicado à Endodontia e

b) As propriedades físico-químicas dos materiais obturadores dos canais radiculares.

a) Laser aplicado à Endodontia

Laser é a abreviatura da expressão "Light Amplification by Stimulated of Radiation". que significa ampliação da luz por emissão estimulada de radiação.

Segundo LAGE-MARQUÊS & EDUARDO55 (1998), apesar de ainda não haver uma completa definição sobre a totalidade dos efeitos da irradiação laser no tratamento odontológico, os resultados in vitro alcançados pelos pesquisadores estão acompanhados de uma dose de otimismo, e são capazes de gerar na comunidade odontológica sempre uma grande expectativa.

As pesquisas com laser na área odontológica começaram nos primeiros anos da década de sessenta e já em 1990 fundava-se a Sociedade Internacional de Estudo de Laser na Odontologia. Logo depois, a FDA ( United States Foods and Drugs Administration) aprovou o uso do laser para as cirurgias de tecidos moles da cavidade bucal.

Os tipos de laser utilizados na Odontologia são os de baixa potência e os de alta potência.

O laser de baixa potência é utilizado como coadjuvante no alívio da dor, na reparação tecidual, acelerando a velocidade de cura. Na Endodontia, tem sido utilizado no controle da dor em casos de hipersensibilidade dentinária. Os estudos têm demonstrado diminuição de até 98% da dor relatada pelos pacientes (AUN4 et al, 1989; BRUGNERA-JUNIOR15 et al, 1999).

O laser de alta potência pode ser dividido em três tipos:

· Sólidos: Rubi, Nd: YAG (Neodímio: ítrio, alumínio, granada), Er: YAG (Érbio: ítrio, alumínio, granada), Ho: YLF (Hólmio: Fluoreto de ítrio lítio) e Ho: YAG (Hólmio: ítrio, alumínio, granada);

· Líqüidos: Laser de corante (rodamina);

· Gasosos: CO2 (Dióxido de carbono), Ar (Argônio), He-Ne (Hélio neônio), He-Cd (Hélio Cádmio), Ar-F (Argônio flúor) e Eximer.

Os tipos de laser de alta potência mais empregados na Odontologia são o argônio, CO2, Nd:YAG e ER:YAG.

O primeiro estudo envolvendo o uso de laser em Odontologia foi realizado por STERN & SOGANNAES95 (1964). Eles utilizaram o laser de rubi e aplicaram em tecidos dentais in vitro. Observaram que este tipo de laser formava cratera e fusão de esmalte e dentina. A dentina exposta ao laser de rubi apresentava crateras e queima de tecido. Notaram, também, alterações de temperatura nos tecidos radiados e chamaram atenção para a necessidade de se desenvolver mais pesquisas sobre o assunto.

A literatura consultada evidencia que o laser utilizado pela primeira vez em dentes in vivo foi o de rubi, por GOLDMAN35 em 1965. Sendo ele médico, aplicou o laser em um dente de seu irmão, cirurgião-dentista, e relatou que o paciente não sentiu dor durante o ato operatório ou depois. Assim, com muita propriedade, BRUGNERA-JÚNIOR & PINHEIRO14 (1998) relataram que o primeiro procedimento odontológico com laser foi realizado por um médico e o primeiro paciente foi um cirurgião-dentista.

TAYLOR97 et al (1965) evidenciaram que o laser de rubi que tem comprimento de onda 6,94nm, quando aplicado em dentes, causava danos térmicos à polpa dental levando à destruição de dentinoblastos, bem como à necrose tecidual.

KANTOLA51 (1972) divulgou o uso do laser de CO2 com comprimento de onda de 10 m m (10.600nm), observando que este laser é bem absorvido pelo esmalte dental sugerindo sua indicação na prevenção da cárie dental, mais especificamente para o selamento de cicatrículas e fissuras. No ano seguinte, KANTOLA et al52 (1973) observaram que o laser de CO2 aumenta a resistência do esmalte dental à ação de ácidos.

YAMAMOTO106 et al (1974) mostraram que o laser de Nd:YAG induzia mudanças na superfície do esmalte dental sugestivas de fusão e que esta alteração deixava o tecido menos susceptível à desmineralização.

HIRBST & KELLER46 (1989) relataram que o uso do laser Er:YAG com comprimento de onda de 2,94 m m proporcionou uma remoção de tecido dentinário e de esmalte de modo eficiente, de forma a não produzir fusão da hidroxiapatita e não gerar muito calor. Esse tipo de laser tem grande interação com água e com a hidroxila. Além disso, produziu rugosidade na superfície de esmalte, o que pode significar uma técnica alternativa de adesividade de resinas compostas.

Especificamente na Endodontia, uma série de pesquisas vêm sendo realizadas com os laser de alta potência com objetivo de verificar a sua aplicabilidade.

POTTS & PITROU77 (1990), associando o laser argônio a uma fibra óptica, verificaram a possibilidade da fotopolimerização de resinas no interior do canal radicular, selando os canalículos e túbulos dentinários.

LEVY59 (1991), utilizando o laser de Nd: YAG, avaliou a limpeza e a modelagem do canal radicular comparado com o método convencional. Por meio do microscópio eletrônico de varredura, observou que o laser Nd: YAG produzia superfície isenta de smear layer e maior limpeza, em comparação com a técnica convencional.

MOSHONOV66 et al (1995) estudaram a eficácia do laser de argônio na remoção de smear layer do interior do canal radicular. Os autores utilizaram doze dentes unirradiculares humanos, instrumentados 1 mm aquém do ápice até a lima de número 40 e escalonados com a técnica de recuo programado. Os dentes foram divididos em dois grupos, sendo um deles usado como controle e o outro irradiado com laser de argônio, transmitido por uma fibra óptica para o interior do canal radicular. Através da observação em microscópio eletrônico de varredura, os autores encontraram diferença estatística entre os dois grupos no que diz respeito à quantidade de smear layer encontrado no interior dos canais radiculares. Não ocorreu a fusão da dentina neste experimento, no qual o laser foi utilizado com uma potência de 2 watts em 15 pulsos de 0,1 segundo cada. Concluiu-se que a irradiação com laser de argônio era eficiente na remoção de smear layer do interior do canal radicular.

ECHEVARRIA23 et al (1996) analisaram a adaptação de seis cimentos endodônticos à dentina radicular irradiada com laser de CO2. Após a instrumentação dos canais de dentes humanos com limas tipo K, a dentina radicular foi irradiada com o laser por 5 segundos, a uma potência de 3 watts e intervalos de 0,3 segundos. Os dentes foram então obturados com os seguintes cimentos endodônticos: Grossman, que agiu como controle; AH Plus; Endion; AH 26; Sealer EWT e Ketac Endo. A técnica utilizada foi a condensação lateral. A análise ao microscópio eletrônico revelou deficiência na adaptação entre o cimento obturador e as paredes do canal, porém os mesmos achados foram observados em dentes não submetidos ao laser. Os autores concluíram que o laser CO2 não interfere na adaptação dos cimentos à parede do canal radicular.

COHEN20 et al (1996) estudaram o efeito do laser Holmium-YAG na elevação da temperatura da superfície radicular. Através da utilização de fibra óptica, os autores irradiaram o canal radicular com potências de 0,50; 0,75 e 1,00 watts, observando as mudanças de temperatura nas regiões cervical e apical da raiz. Os resultados acusaram uma elevação na temperatura que variou de 0,56º C (laser a 0,50W, terço coronário) a 2,68º C (laser a 1,00W, terço apical). Houve também ampliação do canal cirúrgico, cujo calibre passou ao correspondente de uma lima 25 para uma lima 40 após a irradiação com laser. Os autores concluíram que o aumento de até 5º C é aceitável para o periodonto, estando as mudanças de temperatura obtidas neste experimento dentro deste limite. Relataram também a produção de canais muito limpos após o uso do laser.

VISURI99 et al (1996) estudaram a taxa de ablação do laser Er: YAG com e sem refrigeração de água. Observaram que o jato de água reduziu de forma mínima as taxas de ablação de dentina e não alterou as taxas de ablação do esmalte. O jato de água foi eficaz no resfriamento do dente quando utilizada a potência máxima do aparelho (10Hz, 360 mJ/pulso). O fluxo de água de 4,5 ml/min. limitou o aumento na temperatura na câmara pulpar em menos de 3o C. Este estudo confirma a possibilidade de uso do laser de Er:YAG em conjunto com o jato de água para remover de forma eficaz e segura os tecidos dentários.

FARGE25 et al (1998) estudaram in vitro o efeito do laser Nd:YAG no retratamento endodôntico. Cinco grupos experimentais foram utilizados nesta investigação: dentes obturados com guta-percha, cimento de óxido de zinco e cones de prata; dentes contendo limas 10 e 15 fraturadas. O laser foi utilizado em conjunto com limas manuais e soluções irrigantes na tentativa de remoção dos instrumentos fraturados e agentes obturadores do interior dos canais radiculares. Os resultados mostraram que o laser foi ineficiente na remoção da guta-percha e do cimento de óxido de zinco, porém satisfatório em ultrapassar os instrumentos fraturados e cones de prata no interior do canal radicular. Um aumento de 5 a 7º C foi relatado, sendo considerado aceitável pelos autores. Concluiu-se que o laser é um auxiliar poderoso no retratamento endodôntico, porém não prepara o dente para uma nova obturação, sendo necessário o auxílio de limas manuais na remoção do material obturador carbonizado.

ARRASTIA-JITOSHO3 et al (1998), estudando in vitro o efeito do laser Nd:YAG Q-switched na dentina, observaram fusão tecidual em amostras submetidas à irradiação com níveis de energia maiores que 2,2 J/cm2 por 30 segundos. Foi observada uma completa remoção do smear layer quando da utilização deste laser. Os autores concluíram que ainda são necessárias pesquisas para determinar a forma correta de utilização destes aparelhos, visando maximizar sua eficiência sem causar danos teciduais ou fusão da dentina intra-radicular.

MATSUOKA61 et al(1998) investigaram in vitro, por meio de microscopia eletrônica de varredura, o efeito do laser Er:YAG na remoção de debris situado no terço apical do canal radicular e também avaliaram a eficácia de uma fibra óptica para examinar o remanescente de debris nas paredes do canal radicular. Os autores concluíram que o laser Er:YAG é eficiente na remoção de debris no terço apical e que a fibroscópia serve para avaliar o debris remanescente no terço apical.

LAGE-MARQUÊS & EDUARDO55 (1998) observaram que com o uso do laser Nd: YAG, assim como os demais laser, a dentina irradiada tem a sua dureza aumentada em comparação com a normal devido ao incremento da composição mineral e a diminuição dos componentes orgânicos da superfície dentinária. Desde que em dose certa, que não promova excessiva carbonização, a aplicação do laser à dentina pode representar aumento da força de união em relação às resinas. Os autores ressaltam que os estudos sobre a ação do laser estão absolutamente atrelados ao tipo de laser, potência e distância de aplicação, e ao tipo de tecido irradiado.

TAKEDA96 et al (1999) fizeram um estudo comparando a capacidade de remoção do smear layer de três soluções irrigantes e dois tipos de laser. Após instrumentação com limas manuais e hipoclorito de sódio a 5,25% alternado com peróxido de hidrogênio a 3,0%, os canais sofreram irrigação final com um dos seguintes ácidos: EDTA a 17%, ácido fosfórico a 6% e ácido cítrico a 6% ou foram irradiados com laser CO2 ou Er:YAG. Os dentes submetidos à irrigação final com ácidos apresentaram menor quantidade de smear layer do que aqueles irrigados com EDTA. Os dentes irradiados com laser CO2 apresentaram-se com paredes dentinárias limpas, com ausência ou fusão e cristalização da camada de smear. O laser Er:YAG foi capaz de vaporizar o smear layer, deixando os túbulos dentinários abertos. Os autores concluíram que a irradiação com o laser ER:YAG foi o método mais eficiente na eliminação do smear layer do canal radicular.

Le GOFF56 et al (1999) avaliaram a capacidade de desinfecção do laser de CO2 em procedimentos endodônticos. Os dentes foram inoculados com A. odontolyticus e divididos em três grupos: grupo I não sofreu tratamento, grupo II foi tratado com hipoclorito de sódio a 3% e o grupo III submetido ao laser CO2 por 1 minuto. A irradiação com laser foi efetuada a uma distância de 1 cm da amostra, com o raio levemente desfocado para aumentar a área irradiada. Após este procedimento, verificou-se a viabilidade destas bactérias através de seu cultivo. Os resultados mostraram que o meio mais eficiente na desinfecção dos canais radiculares foi o hipoclorito de sódio a 3%, com 100% de culturas negativas. O laser causou decréscimo de 85% no número de unidades formadoras de colônia comparado com o grupo controle, que não recebeu qualquer tipo de tratamento. Os autores concluíram que a capacidade do laser em promover desinfecção é devido ao aumento da temperatura.

PÉCORA73 et al (1999) estudaram in vitro a ação do laser Er: YAG após a instrumentação com água e após a instrumentação com o hipoclorito de sódio sobre a permeabilidade dentinária. Para o estudo da permeabilidade dentinária foi utilizado o método histoquímico, ou seja, ions cobre eram revelados pelo ácido rubiânico. Os resultados evidenciaram que os canais instrumentados com água e irradiados com laser Er: YAG apresentaram maior permeabilidade dentinária.

TOKONABE98 et al (1999) investigaram as mudanças morfológicas nas estruturas de esmalte e dentina humanas irradiadas com o uso de laser Er:YAG por meio de cortes histológicos e microscopia eletrônica de varredura. O laser produziu defeitos sem, contudo, apresentar sinais de dano térmico ao esmalte ou dentina. Efeitos térmicos indesejáveis como trincas superficiais ou carbonização não foram observadas. O exame histológico revelou a presença de uma fina camada basófila ao longo dos defeitos dentinários, estas mudanças morfológicas são evidências de dano térmico mínimo aos tecidos circundantes.

b) As propriedades físico-químicas dos materiais obturadores dos canais radiculares

O paradigma vigente na Endodontia baseia-se na abertura, limpeza, desinfecção e obturação do canal radicular, sendo que cada fase depende da outra para o sucesso do tratamento endodôntico.

Inspirado em um antigo axioma citado por diversos autores (GROSSMAN40, 1946; SHILDER89, 1982) que diz que "O mais importante no tratamento endodôntico é o que se retira e não o que se coloca no canal radicular", SOUZA94 (1997), com muita propriedade, afirmou que: "Num tratamento de canal radicular é muito importante o que dele se retira, porém não menos importante é o que nele se coloca"

Essa tese de SOUZA94 (1997) nos incentiva a estudar cada vez mais a obturação dos canais radiculares, já que esta é perfeitamente definida no paradigma vigente, ou seja, o fechamento hermético do canal radicular preparado, antes ocupado pela polpa dental. Assim sendo, torna-se importante estudar as propriedades físico-químicas dos cimentos obturadores dos canais radiculares, que é uma meta perseguida pelos pesquisadores há mais de um século.

De acordo com PRINZ78 (1912), a obturação do canal radicular está registrada na história da Odontologia desde as épocas remotas na prática desta ciência e cita Fouchard, Bourdert e Hunter como sendo os pioneiros da técnica do tratamento endodôntico.

O cimento à base de óxido de zinco-eugenol é utilizado na Odontologia há muitas décadas, podendo ser produzido para diversas finalidades, bastando apenas acrescentar à sua fórmula outros componentes, adequando-o para cada finalidade. Essa larga aplicação do cimento à base de óxido de zinco-eugenol faz com que até hoje seja muito utilizado.

O cimento à base de óxido de zinco-eugenol foi proposto por SOREL em 1855 (apud MOLNAR & SKINNER65, 1942).

PRINZ78 (1912) preconizou a obturação do canal radicular com um composto à base de parafina. O autor descreveu a técnica para o seu uso e enumerou as vantagens do referido material como cimento obturador do canal radicular.

CALLAHAN19 (1914) preconizou uma técnica de obturação de canais radiculares utilizando uma solução de guta-percha dissolvida em clorofôrmio. Esse autor chamou atenção para o fato da técnica ser simples, fácil e rápida, porém, exigir um correto preparo do canal radicular.

RICKERT81 (1927) propôs um cimento obturador, que leva o seu nome e apresenta a seguinte composição: Pó: Prata 4,74 %; Óxido de Zinco 34,00 %; Bi-iodo de bi-timol (Aristol) 10,55 %; Oleoresinas 30,71 %; Líqüido: Eugenol; Bálsamo do Canadá

PUTERBAUGH80 (1928) teceu considerações sobre a necessidade de um correto preparo da região cervical do canal para que se possa ter um acesso adequado à região apical. Enfatizou ainda a necessidade de uma obturação hermética do canal radicular e salientou as características que um material obturador deve possuir, tais como: biocompatibilidade e facilidade de remoção, caso haja necessidade. Esse autor defendeu a idéia da não incorporação de agentes anti-sépticos nas formulações dos cimentos. Concluindo o seu trabalho, preconizou que os materiais devem ser escolhidos de acordo com as condições de cada caso.

BUCHBINDER16 (1931) investigou a contração de alguns materiais obturadores. O método utilizado consistia em preencher tubos de vidro com os materiais a serem testados e imergi-los em água com corante. À medida que o material deslocava-se das paredes dos tubos de vidro (alteração dimensional) formavam-se bolhas de ar visíveis e ocorria a penetração de corante. Os materiais testados foram a combinação eucaliptol/fragmentos de guta-percha/calor, preconizada por BLACK; a associação clorofórmio/guta-percha preconizada por RHEIN; a associação clorofórmio/resina/guta-percha preconizada por CALLAHAN19 (1914) e o cimento, preconizado por RICKERT81 (1927). Este último apresentou uma contração bem menor do que os outros materiais de obturação citados. O autor salientou que um material obturador, para ser utilizado no interior do canal radicular, deve ser radiopaco, não deve apresentar contração, deve ser capaz de ser introduzido e adaptado no interior do canal sem sobreobturação, deve ser solúvel em clorofórmio e xilol, ser anti-séptico e não-irritante.

GROSSMAN39 (1936) propôs o uso de um cimento que contém prata na sua composição, discorrendo sobre as propriedades oligodinâmicas desse metal. Em seguida, listou os requisitos que um material obturador do canal radicular deve possuir e apontou as vantagens da utilização do cone de prata associado a um cimento obturador adequado. O autor preconizou a utilização de um cimento que deu a ele resultados satisfatórios, após testes clínicos: Pó: Prata pulverizada (# 300) 2 partes; Resina pulverizada (# 300) 3 partes; Óxido de zinco 4 partes. Líqüido: Eugenol 9 partes; Solução de cloreto de zinco 4 % 1 parte ( Agitar vigorosamente antes de usar. O cimento endurece após 6 a 8 horas)

WALLACE & HANSEN100 (1939) estudaram o mecanismo de endurecimento dos cimentos à base de óxido de zinco e eugenol e desse misturado com resina. Eles constataram que o aumento da umidade e da temperatura, no momento da manipulação desses cimentos, diminuía o tempo de endurecimento. Além disso, salientaram que o tempo de endurecimento é dependente das qualidades físico-químicas das resinas e dos demais componentes dos cimentos

MOLNAR & SKINNER65 (1942) estudaram algumas variáveis que afetam o tempo de endurecimento dos cimentos à base de óxido de zinco-resina-eugenol: composição do pó, composição do líqüido e o uso de vários aceleradores. Ficou demonstrado que faz-se necessário o uso de um acelerador no material, uma vez que os vários líqüidos utilizados não conseguiram proporcionar um tempo de endurecimento suficientemente curto. Vários sais metálicos foram aceleradores eficientes, tais como acetatos, cloretos e nitratos. Sugeriu-se que os sais de baixa solubilidade reduziriam a solubilidade do cimento endurecido. As resinas, naturais ou sintéticas, não podem ser substituídas por resina hidrogenada natural. A resina foi responsável pelo retardo do tempo de endurecimento.

PUCCI79 (1945) marcou a sua época, publicando um livro considerado até hoje como um marco histórico da Odontologia latino-americana. Nele encontramos as informações que se seguem: o óxido de zinco é um pó branco ou branco-amarelado, amorfo, finíssimo e inodoro, é obtido pela combustão do zinco metálico na presença de ar, ou por calcinação do hidróxido de zinco, carbonato de zinco e nitrato de zinco. É insolúvel em água e em álcool. O óxido de zinco para uso odontológico deve ser quimicamente puro, livre de impurezas como o arsênico. Sobre o eugenol, o autor escreveu ser ele um fenol aromático, que se obtém do óleo de cravo. Trata-se de um líqüido incolor ou ligeiramente amarelado, sendo pouco solúvel em água e solúvel em álcool, clorofórmio e éter. Possui baixa tensão superficial. Apresenta afinidade pelas gorduras.

BARTELS6 (1947) realizou uma importante pesquisa investigando a ação do eugenol, do óxido de zinco e do cimento de óxido de zinco e eugenol sobre os microrganismos Staphylococcus citreus, Staphylococcus aureus, Staphylococcus albus, Monilia albicans, B. subtilis, B. proteus, B. pyocianeus e E. coli. Ele constatou que o eugenol tem efeito inibitório para o crescimento desses microrganismos, com exceção do B. pyocianeus. O cimento de óxido de zinco-eugenol apresentou ação semelhante. Porém, o óxido de zinco em pó não apresentou ação de inibição do crescimento dos microrganismos.

BADAN5 (1949), endodontista brasileiro, dedicou-se a investigações de cimentos obturadores de canais radiculares e preconizou um cimento denominado comercialmente de Alfa Canal, cuja fórmula se segue: Pó: Óxido de zinco tolubalsamizado 80 g Óxido de zinco (Farmacopéia brasileira) 90 g Líqüido: Timol l5 g, Hidrato de Cloral l5 g, Bálsamo de Tolu 2 g, Acetona 10g

SKINNER & ZIEHM90 (1950) estudaram algumas propriedades físicas das pastas de moldagem à base de óxido de zinco e eugenol. Embora esse material não seja especificamente aquele ao qual dedicamos os nossos estudos e trabalhos, os autores teceram considerações que, guardadas as devidas proporções, podem ser transportadas para o estudo que iremos realizar. Inicialmente, eles escreveram que a combinação do óxido de zinco, eugenol, resina e um acelerador é aparentemente essencial aos compostos desse tipo, que devem endurecer após decorrido um intervalo de tempo razoável e estar de acordo com as condições clínicas desejadas de manipulação. Os pesquisadores concluíram que, geralmente, o tempo de manipulação tornou-se menor com um aumento da temperatura e quantidade de umidade, e que o tempo de endurecimento das pastas foi menor quando no interior da cavidade oral que à temperatura ambiente.

McELROY63 (1955) pesquisou a alteração volumétrica e porosidade dos materiais obturadores do canal radicular listados a seguir: guta-percha, composto obturador de WACH, Kerr sealer, cloropercha, clorofórmio-resina de CALLAHAN, Silv-o-dent, Neo-balsam, Perma-fix, cimento de RICKERT, Sterident e Cargenon. Observou que a guta-percha bem condensada, e quando combinada com os produtos de WACH, Neo-balsam e de RICKERT, apresentou alteração volumétrica mínima. Os materiais que empregaram a guta-percha modificada pelo clorofórmio, denominada cloropercha, e a sua associação com clorofórmio e resina apresentaram a maior alteração em volume. O composto de WACH foi o menos poroso e a cloropercha a mais porosa dos materiais testados.

NORMAN68 et al (1958) estudaram a solubilidade de uma série de cimentos odontológicos, dentre eles o óxido de zinco e eugenol. Os autores verificaram que a adição de acetato de zinco na proporção de 1 por cento não teve efeito apreciável na solubilidade desse material, quando comparado com o cimento de óxido de zinco e eugenol puro.

BRAUER13 et al (1958) afirmaram que as misturas à base de óxido de zinco e eugenol formam uma massa dura, consistente, que tem sido útil em um certo número de aplicações dentais. A massa endurecida consiste de óxido de zinco envolvido por uma matriz de um quelato eugenolato de zinco, que possui a seguinte fórmula : (C10H11O2)2Zn.

GROSSMAN37 (1958) preconizou o uso de um cimento que não mancha as estruturas dentais e que preenche, em grande parte, as propriedades esperadas de um cimento obturador do canal radicular. A fórmula do cimento é a que se segue: Pó: Óxido de Zinco 40 partes, Resina Stabylite 30 partes, Subcarbonato de Bismuto 15 partes, Sulfato de Bário 15 partes, Líqüido: Eugenol 5 partes, Óleo de Amêndoas Doces 1 parte

Segundo GROSSMAN esse cimento possui suavidade, plasticidade, adesividade e radiopacidade. A resina Stabylite confere adesividade ao cimento. O subcarbonato de bismuto dá suavidade à mistura. O sulfato de bário proporciona maior radiopacidade ao material. O óleo de amêndoas doces retarda o endurecimento. O eugenol deve ser novo e transparente, pois a alteração de sua cor evidencia oxidação e tende a acelerar o endurecimento do cimento. Quando misturado corretamente, o cimento é branco, de aspecto cremoso, suave e sem grânulos grandes.

ZERLOTTI FILHO108 (1959) realizou um estudo visando obter melhores informações sobre as propriedades dos cimentos e pastas empregadas na obturação dos canais radiculares. Foram realizados testes em laboratório, envolvendo os seguintes produtos comerciais: Alfacanal®, Banifoco-Eugenol-Werni®, Banifoco-Eugenol White®, Iodo-Argentol®, Óxido de Zinco-Eugenol-White®, Óxido de Zinco Titan-Eugenol Werni®, Oxpara®, Piocidina®, Piocedere®, ProcoSol®, Postolene® e Septocanal®. Os resultados evidenciaram que o óxido de zinco, nas suas respectivas associações, apresentaram pH entre 4.8 e 5. Esses materiais apresentaram tempo de trabalho, determinado subjetivamente sem rigor metodológico, maior do que 2 horas. O tempo de endurecimento foi de 42-43 horas para o Óxido de Zinco-Eugenol-White® e de 29-32 horas para o Óxido de Zinco Titan-Eugenol Werni®.

PHILLIPS & LOVE76 (1961) estudaram o efeito que a adição de certas substâncias provoca nas propriedades físicas das misturas à base de óxido de zinco e eugenol. Avaliaram a resistência à compressão, a solubilidade, a espessura do filme e o tempo de endurecimento. A adição do ácido o-etoxibenzóico (EBA) em partes iguais com o eugenol produziu significantes aumentos na resistência à compressão do material estudado. Esse ácido aumentou a solubilidade e, simultaneamente, diminuiu o tempo de endurecimento. As adições de acetato de zinco e de sílica aumentaram ligeiramente a solubilidade. O acetato de zinco acelerou o endurecimento de todos os materiais. Concluindo, os autores estabeleceram que o efeito exato dos agentes adicionados às misturas de óxido de zinco e eugenol depende da combinação particular empregada e da propriedade que está sendo avaliada.

GROSSMAN36 (1962) fez algumas observações sobre a obturação do canal radicular e modificou a fórmula que propôs em 1958, acrescentando o tetraborato de sódio anidro com a finalidade de retardar o tempo de endurecimento. A fórmula ficou do seguinte modo: Pó: Óxido de Zinco PA 200 g, Resina Stabylite 125 g, Subnitrato de Bismuto 75 g, Sulfato de Bário 75 g, Tetraborato de Sódio Anidro 25 g, Líqüido: Eugenol 5 partes, Óleo de Amêndoas Doces 1 parte

Nas instruções para a correta manipulação do produto, GROSSMAN recomendou que o pó deve ser incorporado ao líqüido muito lentamente, demorando em torno de 3 minutos na mistura de cada gota. Quando a espatulação for realizada de forma correta, a consistência do cimento deve ser tal que, ao levantar a espátula, o cimento a ela aderido demore de 10 a 15 segundos para cair; ainda mais, quando a superfície plana da espátula for colocada sobre a mistura e levantada lentamente da placa de vidro, deverá formar um fio de cimento de no mínimo uma polegada, que une a espátula à massa de cimento que está sobre a placa.

BRAUER12 et al (1962) constataram que a incorporação de resina, resina hidrogenada, quartzo fundido e/ou óxidos metálicos tais como óxido de mercúrio ou óxido de chumbo, com o pó do óxido de zinco na mistura óxido de zinco-ácido o-etoxibenzóico (EBA) - eugenol reduziu em grandes proporções a solubilidade e desintegração dos cimentos na água. Os cimentos que possuíam uma relação pó-líqüido mais alta proporcionaram menores tempos de endurecimento e resistências à compressão melhoradas. As composições mais favoráveis utilizaram uma relação pó-líqüido de 2.80-3.70 g de pó por 0.40 ml de líqüido e endureceram em poucos minutos, resultando em cimentos com solubilidade e desintegração desprezíveis e resistência à fragmentação variando de 8000 a 11700 psi. Para chegar a esses dados, os autores utilizaram os procedimentos recomendados pela Especificação 9 da American Dental Association.

NORMAN67 et al (1964) investigaram o efeito do tamanho das partículas do pó sobre o tempo de endurecimento, resistência à compressão, solubilidade e resistência à abrasão do cimento de óxido de zinco e eugenol. Incluiu-se no trabalho também a pesquisa sobre os efeitos da proporção pó/líqüido e de alguns aditivos sobre os cimentos. O tamanho das partículas do pó de óxido de zinco teve efeito considerável sobre o tempo de endurecimento e pouca influência sobre a resistência à compressão, solubilidade e resistência à abrasão do óxido de zinco e eugenol. Partículas menores endureceram mais rapidamente do que as maiores. O tamanho das partículas e a relação pó-líqüido não afetaram a resistência à compressão do material. As partículas maiores proporcionaram cimentos com maior desintegração, o mesmo ocorrendo em relação à solubilidade dos cimentos com aditivos.

LEAL57 (1966) estudou a influência que a variação da proporção pó-líqüido e do tempo de armazenagem podia ter sobre a infiltração de uma solução corante em alguns materiais usados na obturação de canais radiculares. Os materiais testados foram: Alfa Canal®, Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol, Oxpara® e Piocidina®. O efeito que as mesmas variáveis poderiam ter sobre o comportamento dimensional desses materiais também foi estudado. Os cimentos mostraram-se permeáveis, em graus variados, à solução corante utilizada. A profundidade de penetração da solução corante foi influenciada de modo significativo pela proporção pó-líqüido. Essa profundidade aumentou à medida que o tempo passava, embora tivesse sido mais acentuada nas primeiras horas. Os materiais Alfa Canal® e Oxpara® apresentaram contração durante a realização dos experimentos. O Óxido de Zinco e Eugenol e a Piocidina® mostraram-se razoavelmente inalterados quanto à estabilidade dimensional.

HIGGINBOTHAM45 (1967) investigou as propriedades físicas: tempo de endurecimento, espessura do filme, solubilidade, radiopacidade e capacidade seladora de um grupo de materiais obturadores do canal radicular disponíveis no comércio. Utilizou-se para a realização dos trabalhos os seguintes materiais: Antiseptic pulp canal sealer® (Kerr), Tubliseal® (Kerr), Diaket® (Premier), ProcoSol® (ProcoSol) e Kloroperka N-0® (Union Broach). O tempo de endurecimento e a espessura do filme foram determinados de acordo com a Especificação 8 da American Dental Association. Houve diferenças no tempo de endurecimento dos materiais, porém todos apresentaram um tempo de trabalho suficiente. A espessura do filme variou de 0.083 mm (Tubliseal) a 0.433 mm (Diaket). A solubilidade dos materiais em água variou de 0.11 % a 0.72 %. Para se determinar a capacidade seladora dos materiais, utilizou-se o método de detecção da infiltração do Ca45 por meio de autorradiografias. Os resultados sugeriram a importância do uso de uma técnica cuidadosa de condensação dos cones de guta-percha no ato da obturação do canal para se obter um selamento eficiente.

BRAUER10 (1967) relatou que o corpo endurecido resultante de misturas equimolares de óxido de zinco e eugenol consistem de óxido de zinco envolvido em uma matriz de cristais longos, à semelhança de uma cobertura, do quelato eugenolato de zinco, com qualquer excesso de eugenol sendo sorvido por ambos, ou seja, tanto pelo eugenolato como pelo óxido de zinco. O eugenol, segundo o autor, reage não apenas com o óxido de zinco, mas também com óxidos de outros elementos do Grupo II da tabela periódica (MgO, CaO, BaO, CdO, HgO) e com o chumbo (PbO) para formar materiais cimentantes. A formação dos cimentos é acelerada pela substituição do MgO ou CaO pelo ZnO, entretanto, os produtos resultantes são bastante solúveis em água. Cimentos de propriedades físicas melhoradas são obtidos com CdO, HgO, BaO ou PbO, mas o efeito desses óxidos, biologicamente indesejáveis, sobre os tecidos não foi determinado. Quando os cimentos de óxido de zinco e eugenol são manipulados, a incorporação da quantidade máxima de pó no líqüido, dentro de uma consistência passível de utilização, é uma boa prática. Assim, o pó estará em grande excesso no cimento endurecido.

BRAUER11 et al (1968) realizaram um estudo para determinar se o reforço de alumina melhoraria as propriedades dos cimentos dentais que contêm o ácido o-etoxibenzóico (EBA). A adição dos derivados de resina aumentou a solubilidade e diminuiu a resistência à compressão dos produtos resultantes. A adição de resina hidrogenada até 8 % melhorou as características da mistura, reduzindo os valores da solubilidade e desintegração e aumentando o tempo de endurecimento de 5 para 10 minutos. A resistência à compressão diminuiu quando o conteúdo de resina hidrogenada foi maior do que 2 %.

BATCHELOR & WILSON7 (1969) estudaram os efeitos da temperatura e da umidade presentes durante a preparação do cimento de óxido de zinco e eugenol sobre a sua consistência e o seu tempo de endurecimento. Seis marcas comerciais foram estudadas. A consistência dos materiais foi determinada seguindo-se uma Especificação da FDI para cimentos de silicato. A influência da temperatura e da umidade do ambiente sobre a consistência foi estudada, utilizando-se duas relações pó/líqüido diferentes. Segundo os autores, os cimentos de óxido de zinco e eugenol são um grupo diversificado de materiais, possivelmente devido aos métodos utilizados na preparação do pó de óxido de zinco e na variação de outros aditivos empregados.

A consistência e o tempo de endurecimento são inter-relacionados. Ambos são medidas do desenvolvimento de resistência e são mutuamente afetados por fatores que afetam a velocidade da reação de endurecimento. O óxido de zinco hidratado é essencial para a produção de um cimento de óxido de zinco e eugenol. A hidratação ocorre facilmente com a presença da umidade do ar. Deduziu-se então que a hidratação do óxido de zinco constitui uma parte integral do processo de endurecimento. O papel e a influência da água no curso da reação deve ser atribuído à natureza iônica da reação de quelação entre os ions eugenolato e zinco para produzir eugenolato de zinco. A água é necessária para a geração da reação iônica e também para agir como um solvente dessa reação. O íon eugenolato é gerado a partir do eugenol em contato com a umidade porque o eugenol possui um grupo fenólico. A água também é necessária para a hidratação do pó de óxido de zinco e a subseqüente hidrólise do hidrato ativo para uma forma iônica. Uma vez que o óxido de zinco é de caráter mais básico do que ácido, a sua cadeia adquire uma carga positiva devido à ionização dos grupos superficiais hidroxilas. A adição de ácidos ao eugenol tem o mesmo efeito, uma vez que a taxa de hidrólise depende da concentração do íon hidrogênio. Concluindo o seu estudo, os autores afirmaram que, em qualquer trabalho com os cimentos de óxido de zinco e eugenol, as condições atmosféricas do laboratório no momento da manipulação do material devem ser rigidamente controladas, se desejarmos obter resultados com significado, comparativos e quantitativos. As permissões de variação da temperatura e da umidade relativa do ar devem estar entre mais ou menos 1 grau centígrado e 2 %, respectivamente, diferindo dos outros cimentos odontológicos. Isso se deve ao efeito combinado da temperatura e da umidade.

SIMÕES FILHO88 (1969) estudou os níveis de solubilidade e desintegração em água destilada dos seguintes materiais utilizados na obturação do canal radicular: Pasta Alpha Canal®, Piocidina® , Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol e Fillcanal®. Avaliou também a influência da relação pó-líqüido, tempo de espatulação e solubilidade e desintegração. Os estudos revelaram que os materiais apresentaram níveis variáveis de solubilidade e desintegração, tendo a proporção pó-líqüido influído de modo significante. O aumento dessa proporção provocou uma queda na solubilidade e desintegração dos materiais estudados. Ela foi mais acentuada nas primeiras 24 horas para a Pyocidina® e nos primeiros sete dias para os demais materiais.

WEISSMAN102 (1970) comparou o escoamento de dez cimentos obturadores do canal radicular. Nesse estudo o autor utilizou uma pipeta de vidro ultra-fina, de 0.19mm de diâmetro, para simular um canal radicular. Os materiais testados foram: AH 26®, Diaket®, Grossman's sealer n. 811® (Roth), Grossman's sealer n. 812® (Roth), Kerr's pulp canal sealer - Rickert's Formula, Kerr's Tubliseal®, Kloroperka N-0®, ProcoSol root canal sealer, Pulpdent root canal sealer - Greenberg Formula e "ZOC" Root Canal Mixture. As taxas de escoamento variaram de 0.36 mm a 2.2 mm por segundo. Os resultados obtidos com esses cimentos tipo GROSSMAN, que se diferenciam quanto ao tamanho das partículas, permitiram ao autor concluir que o tamanho das partículas desempenha um papel importante na capacidade do cimento escoar. Parece haver uma relação entre a espessura do filme e a taxa de escoamento. As taxas de escoamento, expressas em milímetros por segundo, estabeleceram uma ordenação de materiais, em valor ascendente: ProcoSol®, Diaket®, AH 26®, Roth's 812®, Kerr's sealer®, Kloroperka N-0® Roth's 811®, Kerr's Tubliseal®, "ZOC" e Pulpdent®.

WILSON & BATCHELOR105 (1970) relataram que a desintegração dos cimentos à base de óxido de zinco e eugenol no meio aquoso é conseqüência da perda contínua do eugenol da matriz do cimento. Isso ocorre por lixiviação. O quelato eugenolato de zinco possui baixa estabilidade e o equilíbrio entre ele, o eugenol, e o óxido de zinco contidos no cimento é alterado quando o eugenol é removido por lixiviação aquosa. Conseqüentemente, a matriz hidrolisa progressivamente o eugenol e o óxido de zinco. O cimento então perde a força mecânica e se desintegra. Os autores avaliaram o teste de determinação da solubilidade e desintegração para esse cimento dental e concluíram que ele dá uma visão incompleta da durabilidade do cimento, porque o eugenol sendo volátil é perdido e, por conseguinte, não é mensurado.

HOLLAND48 et al (1971) estudaram a reação do tecido conjuntivo subcutâneo de rato à presença de implantes de tubos de polietileno, preenchidos parcial ou totalmente com os materiais Alfa Canal®, Trim-Canal®, Fillcanal, ® Composto de Wach, Óxido de Zinco e Eugenol, N2® e Piocidina®. Os resultados obtidos quando os tubos foram totalmente preenchidos com os materiais testados evidenciaram a presença de processo inflamatório, sendo o mais intenso aquele apresentado pelo óxido de zinco e eugenol. Quando preencheu-se parcialmente os tubos, os processos inflamatórios resultantes foram mais suaves em todos os casos estudados. Concluiu-se que a obturação do canal radicular deve ficar aquém do forame apical.

WEINER & SCHILDER101 (1971) investigaram as alterações dimensionais após o endurecimento de nove cimentos: Kerr antiseptic pulp canal sealer®, Kerr Tubliseal®, Roth N. 501®, Roth N. 511®, Roth N. 601®, ProcoSol nonstaining root canal cement, ProcoSol radiopaque silver root canal cement, Roth N. 801® e o AH 26®. Os autores salientaram que as condições dos estudos não tinham o objetivo de simular as condições clínicas. Nenhum dos resultados poderia ser interpretado como um comentário direto do desempenho clínico de qualquer cimento testado. Os tempos de endurecimento dos materiais apresentaram grandes variações, sob condições idênticas de temperatura e umidade relativa do ar. As alterações das condições ambientais, ou seja, da temperatura e da umidade relativa do ar, provocaram alterações marcantes nos tempos de endurecimento dos cimentos. Os aumentos da temperatura provocaram diminuição do tempo aferido. Todos os cimentos apresentaram contração, observada qualitativamente e quantificada pela perda de volume. Concluindo, os pesquisadores enfatizaram a necessidade da padronização dos métodos para estudar-se os cimentos obturadores do canal, com a adoção de especificações pela American Dental Association.

Continuando suas pesquisas, GROSSMAN38 (1974) apresentou modificação em seu cimento obturador de canal radicular, onde passou a utilizar eugenol puro. A nova fórmula ficou assim: Óxido de Zinco 42 partes, Resina Stabylite 27 partes, Subcarbonato de Bismuto 15 partes, Sulfato de Bário 15 partes, Tetraborato de Sódio Anidro 1 parte, Líqüido: Eugenol

Esse cimento, comentou o autor, apresenta a maioria das propriedades desejáveis que um material obturador deve possuir, mas não todas. Essa composição proporciona ao profissional um tempo de trabalho satisfatório. A qualidade da resina utilizada influencia o tempo de endurecimento do cimento. A propriedade endurecedora do cimento variará com os componentes utilizados, com a quantidade de umidade presente no pó de óxido de zinco, e até com a quantidade de umidade da atmosfera no momento da preparação do pó ou quando o cimento é manipulado. Quanto maior for a umidade, mais rapidamente o cimento endurece. O cimento deve ser manipulado sobre uma placa de vidro lisa, espatulando-o durante três minutos para cada gota de eugenol utilizada, até que se obtenha uma consistência espessa uniforme.

O material, após manipulado e ajuntado na espátula, não deve cair por 10 a 15 segundos. Quando se coloca a espátula sobre a massa amolecida que se encontra sobre a placa e a levanta, o cimento deve proporcionar a formação de um "fio" de material que une a espátula à massa, de uma polegada, que se rompe e cai sobre si mesmo.

McCOMB & SMITH62 (1976) avaliaram in vitro algumas propriedades físicas de nove cimentos obturadores do canal radicular e as compararam com as propriedades de dois cimentos endodônticos especialmente preparados, ambos com fórmulas à base de policarboxilato. As propriedades examinadas foram: escoamento, tempo de endurecimento, radiopacidade, adesividade à dentina radicular, resistência à compressão e solubilidade. Os autores utilizaram a Especificação 8 da American Dental Association para avaliar o escoamento, tempo de endurecimento, resistência à compressão e solubilidade. Os cimentos obturadores do canal radicular à base de óxido de zinco e eugenol apresentaram baixa resistência à compressão e alta solubilidade, baixo valores de adesividade à dentina, fato este que ocorreu também com o cimento à base de resina polivinílica Diaket®. O cimento à base de resina epóxi AH 26® apresentou propriedades superiores em relação à resistência, escoamento, radiopacidade e adesão, embora tenha demonstrado uma alta solubilidade. Os cimentos à base de policarboxilato apresentaram uma adesividadeà dentina duas vezes maior do que aquela apresentada pelo AH 26®. Uma grande variação nas propriedades dos materiais comerciais testados demonstrou a natureza empírica desses materiais obturadores.

COHEN & BURNS21 (1976) contra-indicaram o uso de cimentos obturadores de canais radiculares que apresentam ions de metais pesados nas suas composições, bem como corticosteróides e paraformaldeído. Sobre os corticosteróides, eles afirmaram ser esse tipo de agente farmacológico utilizado desnecessariamente para suprimir sintomas clínicos do pós-operatório. O paraformaldeído tem ação necrótica sobre os tecidos.

MOHAMMAD64 et al (1978) estudaram a citotoxidade de alguns materiais obturadores do canal radicular, a saber: AH 26®, RC-2B®, GROSSMAN, ProcoSol®, Tubliseal®, Diaket®, Wach®, N2®, Luk® e Óxido de Zinco e Eugenol. Os cimentos RC-2B® e N2® apresentaram-se como sendo os mais tóxicos e o cimento de GROSSMAN exibiu uma forte resposta citotóxica no início, após noventa e seis horas a reação diminuiu para um grau moderado. O ProcoSol® e o AH 26® comportaram-se de modo semelhante. Os cimentos de Óxido de Zinco e Eugenol, Diaket® e Luk® apresentaram uma reação inicial moderada, tornando-se menos tóxicos após noventa e seis horas. Os autores verificaram que as reações citotóxicas foram devidas mais às ações dos pós dos cimentos do que aos líqüidos.

BENATTI8 et al (1978) propuseram-se a estabelecer um critério para a obtenção da "consistência clínica ideal" de alguns materiais obturadores do canal radicular, a estabelecer um tempo de endurecimento e a verificar as alterações dimensionais desses materiais na "consistência clínica ideal" e em outras consistências. Os testes foram realizados a partir de adaptações da Especificação 8 do Grupo Brasileiro de Materiais Dentários para Materiais de Moldagem que utilizam como base o óxido de zinco e o eugenol. Os materiais estudados foram: Fillcanal®, Endomethasone®, Trimcanal®, Alpha Canal® e Óxido de Zinco e Eugenol. Os autores concluíram ser a consistência clínica ideal alcançada após a completa homogeneização da mistura, devendo haver uma ligeira resistência durante a sua realização. Essa consistência referida é também alcançada quando a mistura, uma vez ajuntada pela espátula e mantida por ela longe da placa de vidro, ali permanece por 10 segundos sem cair. Ao colocar-se a espátula sobre a mistura, a consistência clínica ideal permite à mistura fazer com que haja uma aderência entre a placa e a espátula que, uma vez afastada esta última, permite que seja formado um fio de material de aproximadamente 2 cm antes de ele se romper. O tempo de endurecimento deu amplo tempo de trabalho para todos os materiais testados, exceção feita ao Alpha Canal®. A alteração dimensional (contração) não foi significante quando usou-se a consistência clínica ideal. Apenas o Alpha Canal® apresentou uma contração maior, quando comparado aos demais. Finalizando suas conclusões, os pesquisadores escreveram que quanto mais fluida for a mistura, maior a contração do cimento.

FRAGOLA31 et al (1979) investigaram o efeito do tamanho das partículas do pó sobre o tempo de endurecimento, escoamento, densidade radiográfica e aspecto microscópico do cimento de GROSSMAN. Os resultados mostraram que quanto menor o tamanho das partículas do pó, mais rápido ocorre o endurecimento. As partículas menores foram compactadas mais próximas umas das outras e apresentaram um alto grau de densidade. A reação de endurecimento do óxido de zinco e eugenol é essencialmente uma reação iônica ácido-base, com o eugenol servindo como doador de próton e o óxido de zinco-eugenol como o seu receptor. O hidrogênio fenólico no eugenol dimérico é substituído pelos ions de zinco para formar um quelato óxido de zinco-eugenol. A água é necessária para manter o eugenol hidratado e também para formar Zn(OH)2 , o qual é a fonte de ions de zinco. A velocidade da reação é afetada pelo conteúdo de vapor e umidade do ambiente. A capacidade do óxido de zinco de se hidratar está relacionada com o tamanho da partícula. À medida que o tamanho da partícula aumenta, a superfície diminui. Em outras palavras, quanto maior o tamanho das partículas, menor é a superfície, que resulta em uma diminuição da reatividade e solubilidade da mistura. Partículas maiores dos cimentos à base de óxido de zinco e eugenol fazem com que o mesmo endureça vagarosamente, são menos reativas e proporcionam uma matriz menos homogênea do que aquelas formadas por partículas menores.

ØRSTAVIK70 (1981) publicou um trabalho que faz parte de uma série de estudos realizados pelo Instituto NIOM sobre as propriedades físicas, biológicas e clínicas dos materiais obturadores dos canais radiculares. As propriedades antibacterianas de 28 cimentos e pastas foram estudadas. Todos eles apresentaram alguma atividade antibacteriana, que foi altamente variável entre os diferentes materiais, os quais estão listados a seguir: AH 26®, Biocalex®, Cohen-Luks®, Cresopate®, Diaket®, Diaket-A®, Endomethasone®, Eucaryl®, Forfenan®, Formocresol®, Hermetic®, Hydron®, Kerr pulp canal sealer®, Kloroperka N-0®, Kloroperkka®, Kri 1 paste®, Mynol C-T®, N2 Normal®, N2 Universal®, ProcoSol®, Pulp dent root canal sealer®, Tubliseal®, UP®, Óxido de Zinco e Eugenol e outras quatro modificações desse cimento. A atividade antibacteriana foi maior quando os materiais encontravam-se no estado de mistura recente, do que quando a mistura era estocada e, por conseguinte, endurecia. Os compostos contendo formaldeído e paraformaldeído apresentaram o maior efeito testado.

OGATA69 et al (1982) investigaram a ação antimicrobiana de alguns cimentos de uso endodôntico, sobre diferentes espécies microbianas. As maiores inibições ao crescimento microbiano foram, em ordem decrescente, produzidas pelo Alfa Canal®, Vedacanal®, Fillcanal®, Óxido de Zinco e Eugenol e N-Rickert®.

FRAUNHOFER & BRANSTETTER32 (1982) estudaram as propriedades físicas de quatro cimentos obturadores do canal radicular, quais sejam: ProcoSol®, Diaket®, Tubliseal® e Nogenol®. As propriedades avaliadas foram resistência à compressão, absorção de água e solubilidade, alteração dimensional, pH e condutividade elétrica. As resistências à compressão do ProcoSol®, Diaket® e Tubliseal® pareceram satisfatórias. As alterações dimensionais encontradas com o ProcoSol® e o Tubliseal® sugere que a capacidade seladora desses materiais aumenta com o passar do tempo. O Diaket® foi o cimento obturador mais estável, permanecendo virtualmente inalterado durante o período dos testes. A ausência de alteração dimensional indica que a eficiência seladora é dependente principalmente de uma boa técnica de obturação. O Nogenol diferiu significantemente dos outros materiais, apresentando uma consistência borrachóide por um longo período.

GROSSMAN41 (1982) determinou o tempo de endurecimento do cimento que introduziu em 1974, porém com modificações no líqüido. Ele substituiu o eugenol por outros óleos essenciais de anethole, erva-doce, eucaliptol e óleo de pimenta em folhas. Este último foi o único a possibilitar a formação de um cimento que apresentou resultados que o compararam favoravelmente ao cimento manipulado com o eugenol, podendo assim ser considerado o seu substituto.

GROSSMAN42 (1982) ressaltou a importância do conteúdo resinoso dos cimentos, o qual pode influenciar o tempo de endurecimento desses materiais e afetar os tecidos periapicais. Assim, o autor realizou um estudo para determinar o pH de seis resinas, naturais e sintéticas, e também para determinar o efeito dessas substâncias sobre o tempo de endurecimento dos cimentos obturadores. As resinas estudadas foram: Amend®, Hakusui®, Penresina®, Primavera®, Stabylite® e WW. A adição de resina ao pó de óxido de zinco deu a ele corpo e consistência, e permitiu ao material endurecer após decorrido um tempo razoável. O cimento de óxido de zinco e eugenol sem resina não endureceu em 24 horas e, após o endurecimento, era friável. Geralmente, quanto menor o pH da resina, menor o tempo de endurecimento observado. Segundo o autor, era de conhecimento que os ácidos aceleram o tempo de endurecimento do cimento de óxido de zinco e eugenol. O ácido benzóico e o acetato de zinco têm sido recomendados como aceleradores do tempo de endurecimento. Entretanto, o fato de que a adição de uma resina ao cimento à base de óxido de zinco e eugenol afeta o tempo de endurecimento, acelerando-o ou retardando-o, não tinha sido relatado na literatura até então.

HOLLAND47 et al (1983) estudaram os efeitos de materiais obturadores de canais radiculares quando a região apical de dentes de macacos foi obturada com raspas de dentina. Os materiais avaliados foram o Tubliseal®, pasta anti-séptica de Maisto, Pulp Canal sealer®, cimento de GROSSMAN, AH 26®, Endomethasone®, Diaket® e Óxido de Zinco e Eugenol. Os resultados obtidos sugerem que a técnica de obturação apical com raspas de dentina parece boa, desde que essas raspas estejam isentas de debris e microrganismos.

ØRSTAVIK71 (1983) realizou um importante trabalho onde analisou o escoamento, tempo de trabalho e resistência à compressão de vários materiais endodônticos. Os materiais estudados foram: AH 26®, Diaket®, Endomethasone®, Estésone®, Eucaryl Poudre®, Forfénan®, Formocresol®, Formule G. Ivanhoff®, Kerr's pulp canal sealer®, Kloroperka N-0®, Kri 1 paste®, Merpasone®, Mynol C-T®, N2 Normal®, N2 Universal®, ProcoSol®, Propylor®, Pulp-dent root canal sealer®, Roth 811®, Traitement SPAD®, Tubliseal® e Zinc oxide-eugenol. Dentre as conclusões do autor, destaca-se que a propriedade de escoamento dos cimentos obturadores do canal radicular variou grandemente, sendo, para várias marcas, altamente dependente da proporção pó-líqüido do material manipulado. Os resultados apontaram a necessidade dos fabricantes fornecerem uma proporção pó-líqüido ótima para o uso clínico dos materiais estudados.

O mesmo autor, ØRSTAVIK72 (1983), estudou a perda de peso de dez materiais endodônticos, empregando a metodologia proposta pelo documento ISO. Essa metodologia, com modificações apenas no tempo em que o corpo de prova permanecia imerso na água, estendendo-o para uma semana, seria adotada pela Especificação 57 da American Dental Association2 no mesmo ano.

Em 1984, efetivou-se uma série de normas e testes para a avaliação dos materiais obturadores endodônticos, divulgada no ano anterior pela American Dental Association2. Tal fato revestiu-se de muita importância, passando então a existir procedimentos padronizados, com finalidade específica para a avaliação das propriedades físicas dos materiais em pauta.

HENSTERN-PETTERSEN & ØRSTAVIK44 (1985) verificaram o potencial sensibilizante de quatro cimentos obturadores do canal radicular : AH 26®, ProcoSol®, Endomethasone® e Kloroperka N-0®. Todos os materiais testados induziram sensibilidade ao organismo. As respostas de reações de hipersensibilidade após o tratamento endodôntico são raras. Os autores chamaram a atenção para a possibilidade de ocorrência de reações alérgicas em certos pacientes, ocorrendo então complicações no pós-operatório.

ZYTKIEVITZ109 et al (1985) estudaram o escoamento e o tempo de endurecimento inicial e final de seis materiais obturadores do canal radicular: N-Rickert®, Trim-Canal®, Alpha Canal®, Endomethasone®, Óxido de Zinco e Eugenol e AH 26®. O N-Rickert® apresentou o maior escoamento, seguido pelo Trim-Canal® e AH 26®. O Endomethasone® e o Alpha Canal® apresentaram resultados equivalentes entre si. O Óxido de Zinco e Eugenol apresentou o menor escoamento e o maior tempo de endurecimento, seguido, nesse particular, pelo AH 26®. O menor tempo de endurecimento foi apresentado pelo Trim-Canal®.

HYDE49 (1986) estudou o escoamento, tempo de trabalho, tempo de endurecimento, pH, solubilidade, adesividadee radiopacidade de alguns cimentos obturadores do canal radicular: Sealapex®, CRCS®, Tubliseal® e Roth 801®. Os testes foram realizados segundo a Especificação 57 da ADA. Verificou-se que os cimentos que continham hidróxido de cálcio nas suas fórmulas (Sealapex e CRCS) provocaram um aumento significante do pH da água que os continha, ocorrendo o oposto com os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol. O Sealapex apresentou maior solubilidade e desintegração do que o Roth 801®, que é um cimento cuja fórmula segue GROSSMAN.

DE DEUS22 (1986) ressaltou que as fórmulas à base de óxido de zinco e eugenol para a obturação do canal radicular possuem uma variação no tempo de endurecimento, dependendo do método de manipulação, da temperatura, da umidade e da proporção pó/líqüido. Esses compostos obedecem, proporcionalmente, aos mesmos princípios de manipulação da pasta de óxido de zinco e eugenol.

MARGELOR60 et al (1989) avaliaram quatro cimentos do tipo GROSSMAN produzidos na Grécia. Por meio de raios-X de difração atômica e espectrometria de absorção, eles detectaram a presença de chumbo em altas doses nos materiais estudados, 80 a 150 ppm. O produto controle apresentou apenas 2 ppm de chumbo. Os autores sugerem a necessidade de se fazer um controle de qualidade rigoroso nos materiais obturadores dos canais radiculares, com o intuito de evitar a presença de metais pesados nas suas composições.

SAQUY82 (1989) realizou uma importante pesquisa para determinar algumas características dos tratamentos endodônticos realizados por cirurgiões-dentistas de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo - Brasil, e constatou a ampla utilização do cimento de GROSSMAN pelos profissionais consultados.

WENNBERG & ØRSTAVIK103 (1990) estudaram a adesividade de oito cimentos obturadores do canal, quando o material é aplicado como uma fina camada entre a superfície da dentina e a da guta-percha. Os materiais avaliados foram: AH 26®, CRCS®, Diaket®, Hartskloroform® (5 por cento), Kloroperka N-0® , ProcoSol®, Sealapex® e Tubliseal®. Todos os cimentos testados apresentaram adesividade mensurável à dentina e à guta-percha. A melhor adesividadefoi a do AH 26® e a pior a do Sealapex®. O tratamento prévio da dentina com EDTA causou um significante aumento na adesividade do ProcoSol®, clorofórmio-resina, Sealapex® e Tubliseal®.

SAVIOLI83 (1992) estudou as relações existentes entre cada um dos componentes químicos do pó do cimento do tipo GROSSMAN e as propriedades físicas: escoamento, tempo de endurecimento, estabilidade dimensional, solubilidade e desintegração, espessura do filme e radiopacidade. A especificação seguida para os testes foi a de número 57 da American Dental Association (1983). Para isso, foram aviados sete fórmulas diferentes, iniciando-se com o óxido de zinco puro e acrescentando-se uma a uma as seguintes substâncias químicas: tetraborato de sódio anidro, resina natural, subcarbonato de bismuto, sulfato de bário e, por fim, o cimento cuja fórmula é exatamente a proposta por GROSSMAN38 (1974). Segundo o autor, a resina natural é um excelente acelerador do tempo de endurecimento e responsável pelo aumento do escoamento, bem como pela expansão do cimento. O tetraborato de sódio anidro é responsável pelo aumento da solubilidade e desintegração do cimento de óxido de zinco e eugenol. O subcarbonato de bismuto é muito superior ao sulfato de bário como agente radiopaco e, ainda, possibilita a obtenção de um cimento obturador de canais radiculares com menor alteração dimensional, menor solubilidade, bom escoamento, boa espessura do filme e tempo de endurecimento normal. Os cimentos que continham apenas o subcarbonato de bismuto ou somente o sulfato de bário como agente radiopaco, ou ainda esses dois elementos balanceados, em iguais proporções, apresentaram propriedades físicas que se enquadram nas exigências da Especificação 57 da American Dental Association (1983).

SILVA84 (1992), seguindo a Especificação 57 da American Dental Association, estudou as propriedades físicas dos cimentos obturadores do canal radicular do tipo GROSSMAN das marcas FORP-USP, Grosscanal®, Fillcanal®, Endofill® e Inodon®. Observou que todos os cimentos estudados apresentaram escoamento compatível com a especificação seguida, com valores que variaram de 27 a 42mm. Em relação ao tempo de endurecimento, os resultados variaram, indo de muito curto (Inodon®, 14 minutos) a extremamente longo (Fillcanal®, 3 horas e 35 minutos). As espessuras do filme dos cimentos testados estão de acordo com a especificação seguida, ou seja, foram menores que 50 micrometros, com exceção do Inodon, que apresentou espessura do filme de 70 micrometros. Quanto à solubilidade e desintegração, nenhum dos cimentos testados atendeu às exigências da especificação seguida, apresentando valores superiores a 3 por cento.

SOUSA NETO91 (1994) pesquisou os cimentos nacionais do tipo GROSSMAN a fim de determinar a presença de óleo de amêndoas doces adicionado ao eugenol, ou se este óleo era substituído por algum óleo alternativo. Analisou-se também o efeito da adição de óleos vegetais (amêndoas doces, soja, milho e rícino) ao eugenol sobre as propriedades físico-químicas dos cimentos testados. Para a análise, usou-se a Especificação 57 da ADA. Foram analisadas a viscosidade e o pH dos líqüidos que seriam submetidos aos testes das propriedades físicas, verificando-se que a adição de óleos vegetais ao eugenol provoca aumento da viscosidade ao líqüido, e este fator interfere nos resultados dos testes de escoamento e espessura do filme do cimento. O estudo das propriedades físico-químicas dos cimentos tipo GROSSMAN obtidos a partir de um líqüido composto de eugenol (5 partes) e óleos vegetais (1 parte) evidenciou que o escoamento, o tempo de trabalho, a espessura do filme e a solubilidade e desintegração apresentam valores acima daqueles aceitos pela Especificação 57 da ADA. A utilização do eugenol puro para o preparo do cimento tipo GROSSMAN favorece a obtenção de um material com propriedades físico-químicas bem superiores àquelas dos cimentos obtidos a partir da mistura de eugenol + óleos vegetais.

SILVA85 et al (1994) estudaram as propriedades físicas estabilidade dimensional, solubilidade e desintegração e radiopacidade dos cimentos de GROSSMAN encontrados no mercado brasileiro (FORP-USP, GROSSMAN, Fillcanal®, Endofill® e Inodon®). Usou-se, como guia, a Especificação 57 para materiais obturadores endodônticos da American Dental Association (1983). Os resultados evidenciaram que todos os cimentos apresentaram expansão quando testadas as suas estabilidades dimensionais e apresentaram solubilidade e desintegração maiores que 3%, que é o limite máximo permitido pela American Dental Association. Observou-se ainda que os cimentos estudados apresentaram radiopacidades aceitáveis pela ADA.

FIDEL27 et al (1994) estudaram a adesividade de vários cimentos que contêm hidróxido de cálcio em suas composições: Sealer 26®, CRCS®, Apexit® e Sealapex®, utilizando o Fillcanal como controle. A adesividadeà dentina com e sem o uso de EDTA foi mensurada. O Sealapex® e o Apexit® apresentaram os menores valores de adesividade. A aplicação do EDTA à dentina aumentou a adesividadedo cimento à superfície, com exceção do cimento Sealapex®.

FIDEL28 et al (1994) estudaram a solubilidade e desintegração, seguindo a Especificação 57 da ADA, dos cimentos endodônticos que contêm hidróxido de cálcio. Os cimentos testados foram: Sealer 26® (Dentsply), CRCS® (Higienic), Sealapex® (Kerr) e Apexit® (Vivadent). Utilizou-se a Especificação 57 da ADA como guia. Os resultados mostraram que o Sealer 26® e o Apexit® apresentaram-se como os menos solúveis, seguidos pelo CRCS® e pelo Sealapex®.

SILVA87 et al (1995) estudaram o escoamento e o tempo de trabalho dos cimentos obturadores do canal radicular do tipo GROSSMAN presentes no mercado odontológico brasileiro das marcas FORP-USP, Grosscanal, Fillcanal®, Endofill® e Inodon®. Para a realização deste trabalho, usou-se como guia a Especificação 57 da ADA. Todos os cimentos estudados apresentaram escoamento compatível com a especificação seguida, com valores que variaram de 27 a 42 mm. Quanto aos seus tempos de trabalho, os cimentos não puderam ser enquadrados nas exigências da ADA, pois os seus fabricantes nada informam a esse respeito. Os tempos de trabalho aferidos variaram de 4 a 6 minutos, sendo que os valores menores foram apresentados pelos cimentos Grosscanal e Fillcanal®.

FIDEL26 et al (1995) estudaram o pH dos cimentos endodônticos Sealer 26®, Apexit®, CRCS® e Sealapex®, todos contento hidróxido de cálcio em suas fórmulas. Para isso, foram elaborados corpos de prova que foram armazenados durante uma semana, em frascos contendo 50 ml de água destilada e deionizada. Em seguida, os valores de pH foram determinados. Todos os cimentos testados apresentaram pH alcalino. O Sealapex® apresentou pH mais alcalino no momento da espatulação. O Sealapex® e o Sealer 26® apresentaram valores inversamente proporcionais durante o experimento, ou seja, a medida que transcorria o tempo, diminuíam os valores do pH. O CRCS® e o Apexit® apresentaram valores de pH entre 10 e 11 durante todo o tempo do experimento.

FIDEL30 et al (1995) estudaram as alterações dimensionais, seguindo a Especificação 57 da ADA, de alguns cimentos obturadores de canais radiculares que contêm hidróxido de cálcio em suas fórmulas: Sealer 26®, CRCS®, PR-Sealer®, Apexit® e Sealpex®. Constatou-se que o cimento Sealapex não resistiu ao experimento, desintegrando-se; todos os cimentos sofreram ligeira expansão, com os maiores índices sendo encontrados com o PR-Sealer e os menores com o Sealer 26®.

FIDEL29 et al (1995) estudaram o tempo de endurecimento dos seguintes cimentos endodônticos que contêm hidróxido de cálcio em suas fórmulas: Apexit®, Sealapex®, CRCS® e Sealer 26®, seguindo a Especificação 57 da ADA. O cimento CRCS evidenciou um tempo de endurecimento de 23 minutos; o Apexit®, 1 hora e 30 minutos; o Sealer 26®, 41 horas e 22 minutos e o Sealapex®, 45 horas e 34 minutos. O cimento CRCS® foi o único a apresentar tempo de endurecimento de acordo com o informado pelo fabricante sendo condição, para preencher as Especificação 57 da ADA.

YARED & DAGHER107 (1996) demonstraram a alteração dimensional em diferentes cimentos obturadores de canais radiculares utilizando o método de infiltração marginal na região apical, observaram também a influência da técnica de condensação lateral para a obturação do canal radicular.

SILVA86 et al (1997) estudaram a adesividade de alguns cimentos obturadores de canais radiculares antes e após a aplicação de EDTAC sobre a superfície dentinária. Os resultados evidenciaram que antes da aplicação do EDTAC, a ordem dos cimentos, da maior adesividade para a menor, ficou assim estabelecida: Fillcanal®, N-Rickert®, Endométhasone® e Endométhasone Ivory®. Após aplicado o EDTAC sobre a superfície dentinária, a ordem, da maior adesividade para a menor, ficou assim: Fillcanal®, N-Rickert®, Endométhasone® e Endométhasone Ivory®, sendo que estes dois últimos compuseram um grupo à parte, sem diferença estatisticamente diferentes entre eles. A aplicação de EDTAC sobre a superfície dentinária surtiu efeitos estatisticamente significantes apenas para o cimento Endométahsone Ivory®, ao nível de 5%.

PÉCORA74 et al (1997) estudaram a influência do tamanho das partículas do pó sobre o escoamento dos cimentos de GROSSMAN. Foram testados cimentos cujos pós foram obtidos a partir das malhas 60, 100 e 150. Para o estudo, utilizou-se a Especificação 57 da ADA. Todos os cimentos apresentaram escoamento compatível com a especificação seguida, sendo que o cimento obtido com a malha 150 apresentou maior escoamento (39mm), com diferença estatística ao nível de 5%, e os cimentos obtidos com as malhas 60 e 100 apresentaram escoamento iguais, de 37 mm.

ALMEIDA1 et al (1997) estudaram o tempo de endurecimento inicial e final de 4 tipos de cimentos obturadores de canais radiculares, N-Rickert®, AH26®, Sealapex® e Ketac-Endo®. O tempo de endurecimento foi avaliado seguindo a Especificação 57 da ADA. De acordo com os dados obtidos, os autores concluíram que o cimento N-Rickert® apresentou o menor tempo de endurecimento inicial e final, seguido pelo Ketac-endo®, AH26®, o maior tempo de endurecimento foi o Sealapex®.

KAPLAN53 et al (1997) pesquisaram a desintegração em água dos cimentos Ketac-endo®, Tubliseal® e AH26® e constataram que o cimento Ketac-endo® apresentou grande perda de massa ao passo que o Tubliseal® e AH26® apresentaram pequena perda de massa.

SOUSA-NETO92 (1997) analisou-se o efeito da adição de diferentes tipos de breus e resinas hidrogenadas ao pó do cimento de GROSSMAN sobre as seguintes propriedades físico-químicas: escoamento, estabilidade dimensional, solubilidade e desintegração, espessura do filme e adesividade. Os experimentos foram realizados de acordo com a Especificação 57 para materiais obturadores de canais radiculares da American Dental Association (ADA), à exceção dos testes de adesividade, que foram realizados utilizando uma máquina de tração universal. Para esta análise, foram aviados pós do cimento de GROSSMAN com diferentes tipos de breus (X, WW e WG) e resinas hidrogenadas (Stabylite e Stabylite éster 10). Foram analisados a condutividade elétrica e o pH dos diferentes tipos de breus e resinas hidrogenadas que foram submetidos aos testes das propriedades físico-químicas, verificando que o pH mais ácido acelera a reação de endurecimento e que a condutividade elétrica influencia nos teste de estabilidade dimensional, solubilidade e desintegração e adesividade. Os estudos das propriedades físico-químicas dos cimentos tipo GROSSMAN obtidos a partir da resina hidrogenada Stabylite e Stabylite éster 10 evidenciou que a solubilidade e desintegração e a estabilidade dimensional apresentaram valores acima daqueles aceito pela Especificação 57 da ADA. A utilização do breu tipo X e do tipo WG na composição do pó favoreceram a obtenção de um material com propriedades físico-químicas bem superiores àquelas obtidas a partir do breu tipo WW e resinas hidrogenadas Stabylite e Stabylite éster 10.

PÉCORA75 et al (1998) estudaram a influência do tamanho das partículas do pó sobre o tempo de endurecimento dos cimentos de GROSSMAN. Foram testados cimentos cujos pós foram obtidos a partir das malhas 60, 100 e 150. Para o estudo, utilizou-se a Especificação 57 da ADA. O cimento obtido a partir da malha 150 apresentou o maior tempo de endurecimento (22 minutos), significante ao nível de 1% quando comparado com os cimentos obtidos a partir das malhas 60 e malha 100 (17 minutos).

SOUSA-NETO93 et al (1999) estudaram o efeito de diferentes tipos de breus e resinas hidrogenadas sobre o tempo de endurecimento do cimentos tipo GROSSMAN. O método utilizado foi o proposto pela Especificação 57 da American Dental Association. Os resultados evidenciaram que de diferentes tipos de breus e resinas hidrogenadas influenciam no tempo de endurecimento dos cimentos testados

A revisão da literatura permite verificar a preocupação que os autores apresentam em relação às propriedades físico-químicas dos cimentos obturadores de canais radiculares. Ao mesmo tempo, observam-se os avanços e as novas perpectivas com o uso do laser na Endodontia. Isto posto, pesquisas devem ser realizadas para esclarecer o efeito do laser Er-YAG sobre a propriedade de adesividade de diferentes cimentos obturadores dos canais radiculares encontrados no mercado brasileiro.



 

Proposição

O objetivo do presente trabalho consiste em:

Estudar in vitro o efeito da aplicação do laser Er:YAG sobre a dentina humana na adesividade dos cimentos obturadores de canais radiculares à base de resina epóxi (Sealer 26®) e à base de óxido de zinco-eugenol (N-Rickert®, Endométhasone® e Grossman).
 



 

Materiais & Método

Os cimentos obturadores de canais radiculares utilizados nesse trabalho, bem como as marcas comerciais, os fabricantes e os números dos lotes de fabricação estão listados na Tabela I.
 

TABELA I. Cimentos testados: Marcas comerciais, fabricantes, número do lote
Cimentos Fabricante lote
Sealer 26® Dentsply – Brasil 40255
N-Rickert® Inodon- Brasil 00 06
Endométhasone® Septodont-Francês G2 146
Grossman FORP-USP – Brasil -

É importante salientar que os cimentos Endométhasone®, N-Rickert® e Grossman são apresentados na forma pó/líqüido, enquanto que o cimento Sealer 26® é apresentado na forma de pó/resina.

A relação pó/líqüido ou pó/resina e o tempo de endurecimento de cada cimento foram determinados preliminarmente ao teste da adesividade.

Determinação da relação pó/líqüido ou pó/resina

O passo inicial para a realização dos experimentos consistiu na elaboração de uma relação correta entre os componentes dos cimentos obturadores, que foi rigorosamente seguida durante a realização do teste de adesividade. O objetivo foi estabelecer uma quantidade exata de pó que, manipulado com um volume pré-estabelecido do líqüido ou resina no caso do cimento Sealer 26®, pudesse fornecer um cimento obturador que possuísse a consistência clínica ideal preconizada por GROSSMAN38 (1974).

Obteve-se essa relação conforme descrição a seguir. Inicialmente, pesaram-se 3 gramas de pó do cimento que estava sendo estudado. Colocou-se, com a ajuda de uma pipeta graduada, 0.20 ml do líqüido (eugenol) que iria ser misturado ao pó sobre uma placa de vidro lisa e limpa, de 20 mm de espessura.

Para o cimento Sealer 26®, o procedimento foi o mesmo, sendo que para se obter 0,2 mililitros da resina, foi utilizada uma seringa de insulina, ao invés da pipeta graduada utilizada para dosar os líquïdos dos demais cimentos.

O pó era incorporado ao líqüido ou à resina aos poucos, com a ajuda de uma espátula metálica número 24 flexível, e submetido a uma espatulação vigorosa.

Uma vez obtida a consistência clínica ideal, pesava-se a quantidade de pó remanescente, que não havia sido utilizado durante a manipulação, e determinava-se, por simples subtração, o quanto de pó havia sido efetivamente utilizado.

O tempo decorrido durante a espatulação do cimento também foi anotado.

A determinação da relação pó/líqüido ou pó/resina foi repetida 5 vezes para cada cimento testado e obtinha-se a média da quantidade de pó necessário para 0,2 mililitro de líqüido ou resina. Essa quantidade média de pó era suficiente para o preenchimento dos cilindros de alumínio utilizados.
 

Determinação do tempo de endurecimento/ polimerização.

Para realizar este experimento, confeccionou-se moldes de aço inoxidável, cilíndricos, com diâmetro interno de 10 mm e espessura uniforme de 2 mm. Os moldes eram fixados em suas faces externas, com auxílio de cera utilidade, sobre uma placa de vidro de 1 mm de espessura por 25 mm de largura e 75 mm de comprimento.

A seguir, o cimento a ser testado era manipulado e colocado no interior do anel metálico, até que este ficasse totalmente preenchido.

Passados 120 ± 10 segundos do início da mistura, colocava-se o conjunto placa de vidro-molde preenchido pelo cimento sobre uma grade metálica de dimensões 10X20X10 mm, que estava condicionada dentro de um recipiente plástico com vedação hermética.

O conjunto era mantido a uma temperatura constante de 37 graus centígrados, dentro de uma estufa, e umidade relativa do ar com 95 por cento. Assim, o conjunto formado pelo corpo de prova/lâmina de vidro/anel metálico ficava dentro da câmara climatizada até o final do teste.

Decorridos 150 ± 10 segundos do início da mistura, abaixava-se verticalmente uma agulha tipo Gillmore de 100 g e ponta ativa de 2,0 mm de diâmetro sobre a superfície horizontal do material.

Repetia-se a colocação da agulha de Gillmore sobre o material, em intervalos de 60 segundos, até que ela não provocasse mais marcas no cimento que estava sendo testado.

O tempo de endurecimento de um cimento era tido como sendo o tempo decorrido entre o início da mistura e o momento no qual as marcas da agulha de Gillmore deixavam de ser visíveis na superfície do cimento testado.

Considerou-se o tempo de endurecimento como sendo a média aritmética de 5 repetições.

Uma vez determinada a relação pó/líqüido, pó/resina, bem como o tempo de endurecimento, procedeu-se a realização do teste de adesividade.

Teste de adesividade

Foram utilizados 40 molares humanos superiores e inferiores extraídos, por motivos ignorados, dotados de coroas íntegras e conservados em uma solução de timol a 0,1% , em geladeira, até o momento de uso.

Esses dentes foram retirados da geladeira e colocados em água corrente, durante 24 horas para a remoção do traços da solução de timol.

A seguir, as coroas desses molares foram desgastadas no sentido transversal, com pontas diamantadas cilíndricas de número 1212 da marca KG - Soresen, acionadas por alta rotação e refrigeradas com água, para remover todo o esmalte oclusal e obter uma superfície de dentina mais plana possível.

Uma vez preparada a superfície oclusal, os dentes foram fixados, pela raízes, em uma base de resina acrílica, em forma de bloco, para ser adaptado à máquina universal de ensaios.

As superfícies dentinárias dos dentes preparados receberam tratamentos distintos. No primeiro grupo aplicou-se apenas solução fisiológica.

No segundo grupo, aplicou-se sobre a superfície dentinária a radiação laser obtida por meio do aparelho KaVo KEY LASER 2, Er:YAG (Figura 1). Para a aplicação do laser na superfície dentinária, foram utilizados os seguintes parâmetros: distância focal de 11 milímetros com incidência perpendicular à superfície dentinária, freqüência de 4 Hz; energia de 200 mJ; energia total de 62J; número de impulsos 313; tempo de um minuto e potência de 2,25 W (Figura 2). Este parâmetros foram determinados após a realização de vários testes preliminares.

Para cada cimento obturador testado, foram realizadas cinco repetições com e sem a aplicação do laser sobre a superfície da dentina radicular. Após isto, as superfícies foram lavadas em água destilada deionizada corrente por um minuto e secas com jatos de ar (Figura 3).

Figura 1- Aparelho KaVo KEY LASER 2, Er:YAG

Para a realização do teste de adesividade, foram confeccionados cilindros de alumínio com as seguintes dimensões: 10 milímetros de comprimento por 6 milímetros de diâmetro interno. Estes cilindros eram dotados de alça lateral de fio de aço inoxidável, pela qual era aplicada a força de tração.

Os cilindros de alumínio foram colocados sobre a dentina preparada e fixados lateralmente com cera utilidade, para facilitar o seu preenchimento pelo material a ser testado.

A seguir, os cimentos foram manipulados nas relações pó/líqüido ou pó/resina previamente estabelecidas (Tabela II) e vazados, cuidadosamente no interior dos cilindros.

Para evitar a formação de bolhas de ar no interior do cimento e na interface cimento/dentina tomou-se o cuidado de colocar o cimento em pequenas quantidades e, ainda, utilizou-se um vibrador de gesso.

Após esse procedimento, o conjunto foi colocado na estufa a 37 graus centígrados e umidade relativa de 95%, por um tempo superior a três vezes o tempo de endurecimento do material testado (Tabela II).

Figura 2- Fotografia evidencia o painel do Aparelho KaVo KEY LASER 2, Er:YAG, com os parâmetros utilizados nesse experimento

Figura 3-A) Fotografia mostra o momento em que a superfície da dentina está sendo preparada com o laser. B) Superfície de dentina após o preparo com o Laser Er: YAG.

Uma vez completado o tempo exigido, o conjunto foi colocado em Máquina Universal de Ensaios Instron 4444, fabricada pela Instron Corporation - USA, dotada de célula de carga acoplada ao sistema oscilante e sistema de garra (Figura 4).

Na garra, foi preso um dispositivo com o objetivo de prender alça do cilindro, que continha o cimento obturador, para realizar o ensaio de tração dos corpos de provas confeccionados. Foi utilizado também um acessório fixo cilíndrico para prender o corpo de prova.

A máquina foi calibrada a uma velocidade constante de 1 mm/min, e foi inserida a área de contato do cilindro com a superfície de dentina. Uma vez a máquina calibrada e o corpo de prova em posição, a máquina universal de ensaios foi acionada até que o cilindro, contendo o material se destacasse da superfície de dentina.

A força de tração, em Mega Pascal, necessária para o rompimento do conjunto (cilindro com material e a dentina) foi então anotada.

Figura 4- Máquina Universal de Ensaio Instron modelo 4444



 

Resultados

Os resultados dos testes preliminares da relação pó/líqüido ou pó/resina e do tempo de endurecimento encontram-se na Tabela II.
 

TABELA II. Valores da relação pó/líqüido, pó/resina e tempo de endurecimento obtidos em cinco repetições para cada cimento testado.
Cimentos testados 
 
Gramas de pó/ 0.20 ml

de líqüido

  Média

(em g)

 
Tempo de 

endurecimento (em min)

  Média

(min)

Endométhasone®   0,80 0,70 0,75 0,68 0,71  
0,73
  61 60 61 63 61  
61
N´Rickert® 0,85 0,88 0,90 0,78 0,84
0,85
13 16 15 15 16
15
Grossman   0,90 0,98 0,94 0,95 0,97  
0.,95
  32 35 30 31 32  
32
Sealer 26®   0,22 0,25 0,28 0,27 0,30  
0,26
  1482 1125 1090 1250 1180  
1125

Os dados obtidos no deslocamento do corpo de prova da dentina encontram-se na Tabela III.
 

Tabela III.Tensões de tração necessárias para deslocar os cimentos testados da dentina sem e com a aplicação de Laser. Dados em MPa (Mega-Pascal).
Tratamento
Cimentos Testados
 
Endométhasone®
N-Rickert®
Grossman
Sealer 26®
 
0,0059
0,0106
0,0112
0,0354
 
0,0038
0,0154
0,0103
0,0394
Sem Laser
0,0070
0,0123
0,0115
0,0422
 
0,0055
0,0101
0,0137
0,0428
 
0,0048
0,0109
0,0118
0,0452
         
 
0,0060
0,0113
0,0122
0,0800
 
0,0053
0,0121
0,0124
0,0685
Com Laser
0,0052
0,0117
0,0112
0,0754
 
0,0042
0,0102
0,0132
0,0795
 
0,0045
0,0125
0,0116
0,0876

Os testes estatísticos foram realizados com a ajuda de um programa de computador elaborado pelo Prof. Dr. Geraldo Maia Campos. Esse programa permitiu a análise segura, rápida e eficiente dos dados obtidos.

Os dados originais foram submetidos ao teste estatístico que evidenciou a sua não normalidade. Dessa forma, realizou-se a transformação dos dados por meio da raiz quadrada dos valores (Tabela IV).
 

Tabela IV. Dados originais transformados (raiz quadrada).
Tratamento
Cimentos Testados
 
Endométhasone®
N-Rickert®
Grossman
Sealer 26®
 
0,07681
0,10296
0,10583
0,18815
 
0,06164
0,12410
0,10149
0,19849
Sem Laser
0,08367
0,11091
0,10724
0,20543
 
0,07416
0,10050
0,11705
0,20688
 
0,06928
0,10440
0,10863
0,21260
         
 
0,07746
0,10630
0,11045
0,28284
 
0,07280
0,11000
0,11136
0,26173
Com Laser
0,07211
0,10817
0,10583
0,27459
 
0,06481
0,10100
0,11489
0,28196
 
0,06708
0,11180
0,10770
0,29597

Os dados transformados foram submetidos a uma série de testes preliminares visando verificar se a distribuição amostral seria normal. Os cálculos dos parâmetros amostrais sugerem que a distribuição amostral é normal, uma vez que temos 10 dados acima e 13 dados abaixo da média (Tabela V).
 

TABELA V  Parâmetros amostrais. Valores transformados (raiz quadrada).
Soma dos erros da média amostrais 0,0000
Soma do quadrado dos erros 0,0020
Termo de correção 0,0000
Variação total 0,0020
Média geral dos erros da amostra 0,0000
Variância da amostra 0,0000
Desvio padrão da amostra 0,0071
Erro padrão da média 0,0011
Mediana (dados agrupados) -0,0009
Dados abaixo da média 14
Dados iguais à média 16
Dados acima da média 10

Calculou-se, então, a distribuição de freqüências por intervalo de classe e acumuladas, nas quais os intervalos de classe baseiam-se na média e no desvio padrão amostral (Tabela VI).
 

TABELA VI Distribuição de freqüências, absolutas e acumuladas, dos dados amostrais. Valores transformados (raiz quadrada).
A. Freqüência por intervalo de classe
Intervalos de classe:
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Freqüências absolutas:
0
3
10
17
7
3
0
Freqüências percentuais:
0,0
7,5
27,0
40,0
20,0
5,0
0,0
B. Freqüências acumuladas:
Intervalos de classe:
M-3s
M-2s
M-1s
Med
M+1s
M+2s
M+3s
Freqüências absolutas:
0
3
13
30
37
40
40
Freqüências percentuais:
0,0
7,5
35,0
75,0
95,0
100,0
100,0

Com os dados da distribuição de freqüências por intervalo de classe, gerou-se um histograma ao qual foi sobreposto uma curva normal para comparar a amostra à curva normal (Figura 5).


Figura 5. Histograma da distribuição amostral e curva normal

Com os dados de freqüência acumulados, traçou-se uma curva experimental à qual foi sobreposta uma curva normal matemática. A discrepância entre as duas curvas demonstra seu grau de aderência (Figura 6).

Observa-se na Figura 6, que a curva normal e a curva experimental estão bastante próximas entre si, indicando haver normalidade entre as amostras testadas.

Figura 6. Gráfico dos percentuais acumulados das curvas normal matemática e experimental.

A seguir, realizou-se o teste de aderência à curva normal o qual pode ser visto na Tabela VII.
 

TABELA VII  Teste de aderência da distribuição de freqüências dos dados transformados à sua correspondente curva normal matemática.
A. Freqüência por intervalo de classe
Intervalos de classe: M-3s M-2s M-1s Med M+1s M+2s M+3s
Curva normal: 0,44 5,40 24,20 39,89 24,20 5,40 0,44
Curva experimental: 0,00 7,50 27,50 40,00 20,00 5,00 0,00
B. Cálculo do Qui quadrado  
Graus de liberdade: 4
Interpretação
Valor do Qui quadrado: 2,03
A distribuição amostral testada é normal
Probabilidade de H0: 73,11%  

A fim de verificar a homogeneidade das variâncias da amostra testada aplicou-se o teste de Cochran. O valor calculado para 8 variâncias e 4 graus de liberdade foi de 0,3206, abaixo do valor tabelado de 0,3861 para 1% de probabilidade, demonstrando a homogeneidade da amostra.

A probabilidade de H0 (73,11%) mostrada pelo teste de aderência à curva normal e a homogeneidade apresentada pelo teste de Cochran permitem afirmar que a amostra testada é normal, o que autoriza a aplicação de estatística paramétrica.

O teste paramétrico que melhor se adapta ao modelo matemático proposto é a análise de variância, pelo fato de se tratar de um teste que permite a comparação de múltiplos dados independentes. Os resultados da análise de variância podem ser vistos na Tabela VIII.
 
 

TABELA VIII. Análise de variância. Dados transformados (raiz quadrada).
Fonte de variação Soma dos quadrados G.L Quadrados médios (F) Prob. H0
Cimentos 0,1655 3 0,0552 900,68 0,000%
Tratamento 0,0036 1 0,0036 58,50 0,000%
           
Interação C. x T. 0,0113 3 0,0038 61,51 0,000%
           
Resíduo 0,0020 32 0,0001    
           
Variação total 0,1824 39      

A análise de variância demonstra diferença significativa ao nível de 1 por cento entre os cimentos, entre os tratamentos e para a interação Cimentos X Tratamento.

Para identificar quais dentre os cimentos eram diferentes entre si, aplicou-se o teste de Tukey entre eles (Tabela IX).

Tabela IX. Teste de Tukey entre os cimentos testados

Cimentos
Médias
Valor crítico (a=0,01)
Sealer 26® 0,24086n
0,01512
Grossman 0,10905l  
N-Rickert® 0,10801l  
Endométhasone® 0,07198£
Símbolos diferentes indicam diferença estatística significante.

O teste complementar de Tukey indicou haver diferença estatisticamente significante ao nível de 1 por cento de probabilidade entre o Sealer 26® e os demais cimentos; e entre os cimentos N-Rickert® e o Endométhasone®. Pela análise da Tabela IX, observa-se que não há diferença estatisticamente significante entre o Grossman e o N-Rickert®. Assim, houve a formação de três grupos, a saber: grupo formado pelo Sealer 26® com os maiores valores de tensão de tração, grupo formado pelos cimentos Grossman e N-Rickert® com valores intermediários e o Endométhasone® com os menores valores.

Para o fator de variação tratamento da superfície de dentina, a média calculada para o tratamento sem laser (0,12301) foi menor que a média calculada para o tratamento com laser (0,14194), sendo desnecessária a realização do teste de Tukey, uma vez que esse fator de variação é composto de apenas dois componentes e a análise de variância já determinou diferença estatisticamente significante ao nível de 1 por cento entre eles.

A partir das médias transformadas dos componentes da interação Cimentos X Tratamentos, foi possível traçar o gráfico da Figura 7, que mostra o comportamento da tensão de tração em função dos diferentes cimentos utilizados.
 
 


Figura 7. Gráfico da interação da tensão de tração em função dos cimentos utilizados e tratamento da superfície de dentina.

Pela análise do gráfico da Figura 7 observa-se que o comportamento da tensão de tração foi semelhante para os cimentos de Grossman, N-Rickert® e Endométhasone® com ou sem a aplicação do laser na superfície dentinária. Nota-se, também, que a tensão de tração aumenta muito com aplicação do laser quando do uso do cimento Sealer 26®.

Em suma, o cimento Sealer 26® apresentou a maior resistência à tração. Os cimentos Grossman e N-Rickert® formaram um grupo com valores intermediários de resistência à tração e o cimento Endométhasone® apresentou a menor resistência à tração.

Vale ressaltar que a aplicação de laser aumentou a resistência a tração dos cimentos testados.



 

Discussão

Dentre as propriedades ideais que um material obturador deve possuir, listadas a partir dos trabalhos de PRINZ78 (1912), GROSSMAN37 (1958) e BRANSTETTER & FRAUNHOFER9 (1982), está a adesividade do cimento às paredes do canal radicular.

A adesividade significa a capacidade do cimento obturador em aderir às paredes dentinárias do canal radicular e propiciar um meio cimentante que promova a união entre os cones de guta-percha e entre estes e a dentina.

Em relação aos estudos das propriedades físico-químicas dos cimentos obturadores dos canais radiculares, deve-se salientar que, em 1984, foi efetivada uma série de normas e testes para a avaliação dos materiais obturadores endodônticos, divulgada pela American Dental Association. Tal fato reveste-se de muita importância pois, a partir de então, passaram a existir procedimentos padronizados, com finalidade específica de avaliar as propriedades físicas dos materiais em pauta.

A Especificação 57 para materiais obturadores endodônticos da American Dental Association (ADA) determina, para avaliação das propriedades físicas, os seguintes testes: escoamento, espessura do filme, tempo de endurecimento, radiopacidade, solubilidade e desintegração e estabilidade dimensional. Vale salientar que esta norma não prevê nenhum modelo para os testes de adesividade e infiltração.

A American Dental Association não padronizou um método para o estudo da adesividade dos cimentos obturadores dos canais radiculares por não existir um consenso entre os pesquisadores que estudam esse assunto.

No presente estudo, utilizou-se o método indicado por Æ RSTAVIK71 (1983), que usou a Máquina Universal de Ensaios para realizar os testes de adesividade dos materiais obturadores dos canais radiculares. Esse método foi seguido por HYDE49 (1986), WENNBERG & ØRSTAVIK103 (1990) e SOUSA-NETO92 (1997). Os autores observaram que o teste de adesividade aferido pela Máquina Universal de Ensaios promove maior uniformidade e reprodutibilidade, propiciando a obtenção de dados fidedignos. Os valores da tensão de tração expressos em MPa (Mega-Pascal) favorecem a comparação dos resultados, uma vez que é uma unidade aceita internacionalmente.

Vale ressaltar que, no presente estudo, utilizou-se um dispositivo oscilante entre a célula de carga e a garra, evitando a aplicação de excentricidade de força à parte sensível da célula, eliminando erros de medição (SOUSA-NETO92, 1997).

Segundo BRUGNERA-JUNIOR & PINHEIRO14 (1998) e LAGE-MARQUÊS & EDUARDO55 (1998), os estudos sobre a ação do laser estão vinculados ao tipo de laser, potência, distância, tempo de aplicação e ao tipo de tecido irradiado.

O laser Er: YAG foi selecionado para esse experimento pois tem a propriedade de promover a ablação (BURKES18 et al, 1992), resultando em alterações morfológicas na dentina semelhante ao que ocorre no condicionamento ácido, isto é, remoção do smear layer e exposição da matriz de colágeno (ISRAEL50 et al, 1997).

Após vários testes preliminares, verificou-se que o laser Er: YAG, com os parâmetros utilizados neste experimento, proporcionava superfície dentinária com aspecto idêntico ao promovido pelo condicionamento ácido à dentina, conforme pode ser observado nas Figuras 3B e 8.

Baseado nos trabalhos de COHEN20 et al (1996) e VISURI99 et al (1996), a aplicação do laser na superfície dentinária foi realizada sob refrigeração constante de água, como pode ser observado na Figura 3A, com o objetivo de não promover aumento da temperatura do tecido dentinário.

O teste de Tukey (Tabela IX) elucida que a adesividade dos cimentos de Grossman e N-Rickert® são estatisticamente iguais entre si e diferentes em relação ao cimento Endométhasone® e ao Sealer 26®.

A Tabela VIII mostra que há diferença estatística significante ao nível de 1% em relação ao tratamento da superfície de dentina, ou seja, quando da utilização do laser Er: YAG, ocorre maior adesividade dos cimentos testados à dentina.

Vale ressaltar que o cimento Sealer 26® apresentou valores bem superiores de adesividade quando comparados aos demais cimentos, independente do preparo da superfície da dentina.

A análise de variância (Tabela VIII) evidencia que há diferença estatística significante ao nível de 1% entre cimento X tratamento da dentina e, para elucidar este fato, construimos o gráfico da Figura 7.

Neste gráfico da Figura 7, observa-se que o comportamento da tensão de tração é semelhante para os cimentos Grossman, N-Rickert® e Endométhasone® independente da aplicação do laser. Porém, no cimento Sealer 26®, a diferença estatística entre os tratamentos da dentina é significante, ou seja, o cimento Sealer 26® apresenta maiores valores de adesividade quando colocado sobre a dentina tratada com laser do que sobre a dentina normal.

Os resultados obtidos pelos cimentos N-Rickert® e Grossman podem ser explicados pela presença de breu em suas composições, que é responsável pelo mecanismo de adesividade desses cimentos que se dá por uma ligação eletrostática entre o cimento e a dentina (SOUSA-NETO92, 1997). Dessa maneira, a alteração na superfície de dentina promovida pelo laser não interfere no processo de adesividade desses cimentos. Já o cimento Endométhasone® não apresenta breu em sua composição, assim a adesividade é fraca por não haver ligação química eficaz entre o material e a dentina e pouca ou quase nenhuma adesividade mecânica.

A aplicação do laser Er: YAG sobre a dentina promove alteração morfológica no tecido, aumentando a área de dentina e formando irregularidades, conforme pode ser observado macroscopicamente na Figura 3B e com aumento de 2500X na micrografia eletrônica de varredura na Figura 8.

Figura 8- Micrografia eletrônica de varredura evidenciando a superfície de dentina após o preparo com o laser Er: YAG (Gentilmente cedido pelo Prof. Dr. Jesus Djalma Pécora).

Segundo TAKEDA96 et al (1999), a aplicação do laser Er: YAG promove a remoção do smear layer, deixando paredes limpas e canalículos abertos sem quaisquer detritos. PÉCORA et al (1999) observaram que após a aplicação do laser Er: YAG ocorre aumento da permeabilidade dentinária.

Essas alterações promovidas pela ação do laser Er: YAG sobre a dentina justificam o aumento da adesividade do cimento Sealer 26® à dentina preparada com laser. O cimento de resina epóxi penetra melhor nas microirregularidades e, pelo fato de haver uma maior coesão entre suas moléculas, ocorre um maior imbricamento mecânico e maior resistência à remoção e\ou deslocamento da dentina, o que, no presente estudo, traduz-se em maior adesividade.

Acrescenta-se a isso, o cimento de resina epóxi, diferente dos demais cimentos, penetra nos canalículos dentinários expostos pela remoção do smear layer, preenchendo-os parcialmente e formando os Tag, à semelhança do que ocorre com os adesivos dentinários. A formação do Tag foi descrito por POTTS & PITROU77 (1990), quando utilizaram o laser argônio para polimerizar resinas no interior do canal radicular.

Vale ressaltar que os dados obtidos no presente estudo em relação ao cimento Sealer 26® comprovam a hipótese de LAGE-MARQUÊS & EDUARDO55 (1998), que relataram que a aplicação de laser pode levar ao aumento da adesividade da resina à dentina.

WHITE104 et al (1984) e KENNEDY54 et al (1986) relataram que o smear layer consiste em um fator negativo na obturação do canal radicular, pois ele é composto de matéria orgânica e inorgânica aderindo fragilmente na interface material obturador e parede do canal radicular.

ECONOMIDES24 et al (1999) observaram que a remoção do smear layer promove uma menor infiltração marginal quando utilizado um cimento à base de resina epóxi, o mesmo não ocorreu quando utilizou cimentos à base de óxido de zinco-eugenol.

A remoção ou não do smear layer tem sido uma preocupação constante dos pesquisadores. Ao nosso ver, em casos de obturação dos canais radiculares em que o cimento utilizado for um cimento à base de resina epóxi, a remoção do smear layer será importante pois promove uma maior adesividade do cimento à dentina.

Assim, os resultados obtidos no presente estudo, evidenciam que o uso do laser Er: YAG propicia maior adesividade dos cimentos obturadores à base de resina epóxi à dentina.

Uma vez esclarecido o fato de que a adesividade dos cimentos à base de resina epóxi (Sealer 26®) é aumentada após a aplicação do laser à dentina, abrem-se novas perspectivas de pesquisa, como por exemplo, investigar a interação entre a adesividade dos cimentos e a infiltração marginal, quer apical ou coronária.



 

Conclusões

Tendo como base a metodologia empregada, parece ser lícito concluir que:

  • 1 - O cimento obturador de canais radiculares à base de resina epóxi aderiu melhor tanto à dentina preparada com Laser Er:YAG como aquela sem preparo que os cimentos à base de óxido de zinco eugenol (Endométhasone® , N-Rickert® e Grossman);

  •  

     

    2- Os cimentos estudados podem ser agrupados em relação a adesividade à dentina, em ordem crescente do .seguinte modo: Endométhasone®, N-Rickert®, Grossman e Sealer 26®;

    3- A aplicação do laser sobre a superfície dentinária não influenciou na adesividade dos cimentos Grossman®, N-Rickert® e Endométhasone®;

    4- A aplicação do laser Er: YAG sobre a superfície dentinária aumentou a adesividade do cimento Sealer26®a ela.


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